Capítulo 55

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Ao sair do dojo, ergui minha cabeça em direção ao céu, levando a mão até a testa

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Ao sair do dojo, ergui minha cabeça em direção ao céu, levando a mão até a testa.

Hoje era uma sexta-feira, e eu estava saindo da aula de karatê, infelizmente sozinha já que a Julia tinha um compromisso e não pôde comparecer. Hoje também faz quase uma semana desde que jantei na casa de Arthur, desde que finalmente admiti que tenho sentimentos por ele.

E como eu tenho agido desde então? Bem...

Normalmente.

Quero dizer, no começo da semana eu tive aula com ele, então foi super estranho vê-lo entrando na sala de aula na manhã de segunda feira. Não demorou muito para que meu coração começasse a bater desgovernado e minha respiração ficasse um pouco mais rápida que o comum. Mas quando ele veio até mim e conversou comigo como sempre fazia foi apenas... Normal.

É difícil de explicar, mas quando estou perto de Arthur, é como se o tempo parasse e se acalmasse. O nervosismo some e me sinto relaxar quase que automaticamente.

Bem, seria um problema caso eu ficasse nervosa e não soubesse agir na frente dele. Afinal, já é um problema esses sentimentos existirem, então tenho que pelo menos saber lidar com eles.

O que eu pretendo fazer? Não tenho a mínima ideia. É uma paixão que certamente dará errado, então não estou botando muita fé. Aliás, tenho mais quatro paixões para me preocupar.

Às vezes eu não queria ter um coração tão grande...

Então, foi decidido por mim e meus divertidamente que irei apenas admirá-lo de longe. Continuar sendo sua aluna, vizinha e amiga, nada além disso. Não quero estragar as coisas com Arthur.

De qualquer forma, eu não tenho me preocupado muito com isso agora, mas sim pensando mais nas palavras de conforto que ele me disse quase a uma semana atrás.

"Tirar um tempo sozinha para se conhecer melhor" ou algo assim, na tentativa de melhorar minha autoconfiança. Eu tenho pensado nisso, mas ainda não coloquei em prática. Não sei bem como começar e por mais tosco que pareça, é muito difícil definir algo como "passar um tempo sozinha". Tipo, eu tenho que ir para o shopping apenas me-and-myself e filosofar sobre a vida? Eu meio que já faço isso e não adianta de muita coisa.

Passei a mão em meus cabelos e grunhi frustrada.

Eu precisava voltar para casa antes que meu cérebro explodisse de vez e meu corpo amolecesse do nada graças à dor que a aula de karatê me deu de presente.

Minhas pernas latejavam dolorosamente por causa treino pesado de hoje, enquanto caminhava até o ponto de ônibus. Sinceramente, nunca tive tanta vontade de me sentar num dos bancos duros e pichados daquele enorme automóvel poluente quanto tenho agora.

Pensamentos de chegar em casa, tomar um banho morninho e me jogar em minha cama rodearam minha mente e me fizeram suspirar. Me parecia uma ótima ideia, até que algo abruptamente me tirou de minha fantasia, porque pelo que parece sonhar de mais é um perigo quando se faz desatentamente no meio da rua.

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