Capítulo 60

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Meio dia e meia, e Milena estava observando o seu relógio de pulso inúmeras vezes

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Meio dia e meia, e Milena estava observando o seu relógio de pulso inúmeras vezes. Enquanto fazia isso, constantemente batia o pé em um ato ansioso sobre o chão.

Seu filho, Lucas, devia estar em casa meio dia em ponto, já que saia da escola às onze e quarenta.

— Ele está demorando — falou ao Ronaldo, seu marido.

— Calma, vida. Ele está de evento na escola, normal que nesses dias vá se atrasar um pouco — afirmou, enquanto colocava a carne de soja sobre a mesa.

— Ele deve estar de namorico com a Bianca — comentou a garotinha sentada em frente da mesa, Brenda.

Após falar tais palavras, se esticou sobre o móvel para beliscar um pouco da carne de soja. Fez uma careta em seguida.

— Como se o Lucas tivesse atitude para chegar nela — disse João, o filho do meio. Soltando um suspiro, se ergueu. — Olha, eu já comi, não vou ficar esperando mais por ele não.

Milena suspirou também, passando o dorso da mão sobre a testa.

— Já chega! Vou ligar pra Bianca pra saber o que aconteceu — pegou o celular, procurando apressadamente o contato da garota.

De repente, o barulho de uma porta abrindo soou pelo local, e logo em seguida, um grito fino, que Milena soube imediatamente que era de Brenda. Ao olhar para trás, se deparou com seu filho mais velho, Lucas.

Mas o estado em que ele se encontrava, quase fez seu coração parar.

A pele suja de terra, junto com a regata que um dia fora cinza. O mesmo tecido, além de manchado, estava um pouco rasgado. Os joelhos arranhados, quase que sangrando. E um hematoma no rosto sem expressão, tirando pelos olhos que pareciam meio perdidos.

Vê-lo em tal condição fez com que se esquecesse de respirar. Derrubou o celular no chão, levando uma mão até a boca e outra até o peito.

— Meu Deus... Mas o que diabos aconteceu com você?! — questionou Milena, em voz trêmula.

Lucas, vendo que todos de sua família o encaravam com os olhos arregalados, não soube o que responder.

Sua mente estava totalmente branca.

Abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu dela.

— Lucas! Responda, o que aconteceu?! — questionou seu pai, também demonstrando preocupação.

Paralisado por longos segundos, algumas cenas das horas anteriores vieram em mente. Prendeu a respiração, fechando a boca fortemente e engolindo em seco.

"Se tu contar pra alguém, acha mesmo que vão acreditar?"

"Vão achar que você é gay".

"Eu te mato se tu abrir a boca".

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