Bianca sempre foi apaixonada por romance: séries, filmes, livros, gibis, mangás, animes... a lista era longa! E foi no romance que ela pensou quando seu pai lhe disse para aproveitar sua juventude.
Bianca estava diante de uma nova escola e, nesta n...
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Alguns dias se passaram desde minha conversa com Peter. E, bem... Acho que consegui ajudá-lo, já que nessa manhã, Peter ligou para mim e para Lucas, nos chamando para acompanhá-lo a um lugar específico.
Tive de engolir o nó que se formou em minha garganta quando vi onde era.
Permaneci próxima de Lucas enquanto andávamos atrás de Peter, acompanhando seus passos. Quando chegamos no lugar certo, o loiro virou em nossa direção, com as sobrancelhas baixas.
— Estamos aqui com você, Peter — disse Lucas, abrindo um sorriso em seguida.
— Sinta-se à vontade, pode falar o que quiser — completei.
Peter acabou sorrindo também. Fechando os olhos e soltando um suspiro, se voltou para frente.
— Oi, Junior... Faz um tempo... — Peter se sentou sobre a grama em frente ao túmulo, e nós fizemos o mesmo, ficando ao seu lado.
— Então... — coçou a nuca, parecendo constrangido.
Seus ombros estavam tensos. Acho que ele está com vergonha de falar com o Junior em nossa frente. Eu ia tentar reconfortá-lo, porém Lucas se pronunciou primeiro.
— Relaxa cara, não vamos te julgar. Como a Bianca disse, pode falar o que quiser — disse, dando um leve aperto no ombro do loiro.
O corpo de Peter, que estava encolhido, finalmente relaxou. Mais uma vez, ele sorriu, e acenou com a cabeça em concordância. Respirando fundo, olhou para a foto de Junior que estava em sua lápide.
— Então, Junior, eu não sei se você está ouvindo isso... Mas... Eu acho que sim. Não sei se acredito em Deus, mas de alguma forma, no fundo do meu coração, sinto que você está me ouvindo. E, bom, tenho muita coisa para falar, então pode ir se preparando!
Ao ouvi-lo falar aquilo, acabei soltando uma risadinha. Peter sorriu para mim, meio travesso.
— Me desculpa por não ter vindo mais aqui. Já faz um ano e meio desde a última vez... Não tenho boas desculpas para isso, então só vou ser sincero. Eu não tinha mais coragem de vir... Mas agora, graças a duas pessoas maravilhosas, estou aprendendo a ser menos cagão.
Eu e Lucas trocamos um sorriso.
— Isso era uma das coisas que eu queria dizer, Junior. Lembra da última vez que eu vim? Eu disse que não tinha ninguém ao meu lado, mas... Isso mudou. Eu acho que tenho amigos agora.
— Você tem amigos — afirmei, dando um leve tapinha em sua cabeça, o arrancando risadas. — Deixe de ser dramático e fale logo que você tem os melhores amigos do mundo.
— Tá bom, tá bom... — falou entre risadas fracas, que rapidamente foram finalizadas com um suspiro. — Eu tenho pessoas incríveis na minha vida agora, Junior. Pessoas que me mostraram que há coisas boas nesse podridão que chamamos de vida, que me ajudaram a me ver de uma forma diferente na frente do espelho — deu uma pausa, descendo os olhos até suas mãos.
