Capítulo 48

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Abriu a porta do cômodo, me dando passagem

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Abriu a porta do cômodo, me dando passagem.

— Esse é meu quarto — disse Lucas, entrando e fechando a porta.

Deixei meus olhos darem uma rápida varrida pelo lugar.

As paredes pintadas pela cor verde escura, cobertas por alguns posters das bandas The Neighbourhood e The 1975. Tinha outros quadros também, com desenhos fofos e simples de animais com as frases "All Lives Matter" (se referindo aos animais) e "Friends not food".

A cama de solteiro, que ficava colada em uma parede, em frente da janela. Logo ao lado da cama tinha um sofá.

Do outro lado do quarto tinha uma larga mesa, onde lá tinha uma televisão, ou seria melhor dizer, um monitor curvo. Um teclado bonito que entre as teclas tinham luzes coloridas que mudavam simultaneamente. Acima tinha uma prateleira com alguns livros e uns mangás que me pareciam ser do Naruto.

A minha varrida acabou sendo interrompida quando fui assustada por uma galinha que saiu de baixo da cama e correu na direção de Lucas.

— Paçoca! — exclamou ele, se agachando e pegando a galinha no colo. — Oi meu amor, não precisa ficar assim, só fui na padaria — deu um beijo na cabeça do animal.

Eu só soube olhar a cena perplexa.

Achei que era brincadeira que ele tinha uma galinha.

Lucas se voltou para mim, se lembrando de minha existência.

— Essa é a minha galinha — se aproximou, querendo que eu acariciasse o bichinho.

— Percebi... — meio receosa, aproximei minha mão, encostando na penugem branca da ave. — Paçoca? — olhei em seus olhos, franzindo o cenho e abrindo um sorriso.

— O nome era Jacquin, mas aí cresceu e percebi que era uma galinha, então acabou sendo Paçoca mesmo — deu de ombros. Quando percebeu minha expressão debochada, ergueu as sobrancelhas. — O que foi? Eu adoro Master Chef!

Comecei a rir, sacudindo a cabeça.

— Ainda não acredito que você tem uma galinha — me afastei da ave e voltei a ver o quarto, foi quando notei a presença de uma gaiola que ficava ao lado do sofá. — Remy! — me aproximei, observando o ratinho pequeno e cinza que ali estava. — É o Remy? — questionei, girando minha cabeça em direção de Lucas.

Ele concordou, largando a galinha no chão.

— Pode estar velho, mas o bichinho ainda tá vivo — colocou seu dedo entre as grades da gaiola, deixando o roedor lamber seu dedo.

— O Mortadela também! Não acreditei quando o vi.

Mortadela é o cachorro da família. Desde que eu conheço o Lucas, eles tem esse cachorro. Então quando o vi, não acreditei que ainda estava vivo.

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