Capítulo 51

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Neste exato momento, estou batendo euforicamente na porta de Arthur

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Neste exato momento, estou batendo euforicamente na porta de Arthur.

Okay, acho que isso não começou muito bem. Vamos voltar para o início do dia, ou melhor, para uma da tarde desse sábado.

— Seus pais me contaram que você queria que suas consultas fossem uma vez por mês — disse a mais velha, enquanto servia um copo de água para mim.

Baixei a cabeça, olhando para meus dedos.

— Bom, é que acho que estou me sobrecarregando demais. São os estudos para o Enem, as aulas de karatê, o trabalho e a própria escola. Tem tanta coisa para fazer que ando me sentindo muito cansada — respondi.

Ao escutar ela se aproximando, ergui um pouco a cabeça.

— Tudo bem...? — questionei, insegura.

Richelly deu o copo de água em minhas mãos e logo em seguida sentou-se em minha frente, respirando fundo e abrindo um sorriso. Uma mulher branca de cabelos lisos e loiros, com olhos castanhos escuros que se tornavam meramente afiados por causa do delineado gatinho. Ela, minha psicóloga.

— Claro, o que for melhor para ti. Só peço que continue as consultas normalmente com sua psiquiatra — afirmou, escorando as costas no sofá atrás dela.

Nós duas estávamos sentadas no chão, mais especificamente, no tapete felpudo macio do seu consultório.

Nas primeiras consultas, Richelly reparou que eu ficava encarando tempo demais o tapete (sempre pensei que ele parecia muito confortável). Então, sugeriu para que nós nos sentássemos nele. Foi assim que eu descobri uma forma de me sentir mais confortável e solta na frente dela.

Ajeitei minha coluna, erguendo as mãos e as balançando em negação.

— Não não! Não se preocupe que com isso continuarei normalmente. E... Obrigada por entender, admito que estava um pouco nervosa com sua reação — admiti, levando um dos meus cachos para trás da orelha.

Richelly entortou a cabeça, arqueando as sobrancelhas.

— Não tem que se preocupar comigo. Lembre-se que a prioridade aqui é você. Você que é a paciente — novamente sorrira, exalando gentileza.

Relaxei meus ombros tensos, me sentindo um pouco melhor.

— Então... O que tem para me contar hoje? — questionou ela.

Novamente tensionei os ombros, vindo em mente tudo o que estava me frustrando nos últimos dias.

E o que eram essas coisas frustrantes? Bem, começando pelo o fato de eu não ter atitude com minhas quatro paixonites. "Aquilo" que aconteceu na casa de Lucas. Quando fui acusada de roubo por uma racista... Foram tantas, tantas coisas que aconteceram nessas últimas semanas, mas o que vem mais me deixando desgastada é...

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