CAPÍTULO CATORZE

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"Perdendo o controle.
Então é melhor eu me segurar.
As vezes tenho medo de mim mesmo.
As vezes minha mente prega peças em mim.
E uma coisa leva a outra.Eu acho que estou surtando.
Será que estou paranoico?"
- Basket case, Green day. -

°°°°°°

Ela perdeu a noção do tempo enquanto vidrava os olhos na tela, tentando ao máximo não piscar e, mesmo quando o fazia, voltava alguns segundos do vídeo para ter certeza de que não perdera nada.

mas com o passar das horas, ficava cada vez mais claro para Alina que não havia nada para encontrar.

A frustração dela aumentava cada vez em que repetiam a mesma filmagem, procurando por algo que já sabiam não estar ali.

Os outros que analisavam também não pareciam ter sucesso, e os murmurios nervosos começaram a preencher a sala.

Alina mordeu o interior da bochecha, contendo a vontade de berrar e jogar as telas com a filmagem pelos ares. Fechou os olhos, respirando fundo em busca da racionalidade que geralmente não a abandonava, mesmo em situações extremas.

Mas, aparentemente, sua razão e cautela também haviam largado sua mão naquele momento. Tudo o que conseguiu ao fechar os olhos foi visualizar corpos batendo uns nos outros enquanto o mundo desabava em cima deles, Olivi em seus braços num segundo, e no seguinte não estava mais.

Ela agarrou a borda da mesa, apertando com tanta força que a beirada feriu sua pele. Contudo, nem isso freiou as imagens em sua mente, não conteve a raiva que subiu pela garganta e não impediu que Alina se erguesse bruscamente, andando a passos pesados até a porta e marchando em direção ao oficial mais próximo.

Alina se xingava por não ter percebido antes, era tão óbvio naquele momento.

Era óbvio que os Fox não faziam ideia do que tinha acontecido, que só os puseram para trabalharem ali para que ocupassem as mentes e não causassem alvoroço como na noite anterior, fazendo os perder preciosas horas em que poderiam estar fazendo algo de útil para de fato reconstruir a cidade, para encontrar Olívi.

- Vocês acham que somos idiotas? - Alina se pois bem a frente do oficial que se manteve impassível, a visão dela escurecendo diante da expressão indiferente dele.

- Eu já entendi o que vocês estão fazendo. - ela apontou um dedo para ele e impertigou a coluna. - Estão nos fazendo ficar aqui dentro feito idiotas com a desculpa de que estamos acrescentando em algo, que não estamos perdendo nosso tempo! -

O oficial olhou atrás de Alina, expressando algo pela primeira vez e ela se virou, dando de cara com outros soldado que trocava olhares com o que ela gritava.

Um lampejo de compaixão e reconhecimento perpassou entre eles e Alina rangeu os dentes, cerrando os punhos e corando do pescoço para cima.

- Senhorita Stephens, nós sentimos muito por... -

- Não! - Alina gritou, a visão ficando vermelha e o corpo tomado por uma vontade esmagadora de avançar sobre o oficial. - Não me digam que sentem muito, não falem como se me conhecessem! Se sentissem de verdade, se realmente conhecessem o sobrenome Stephens, não estariam parados aí como se não houvessem crianças sofrendo lá fora, não perderiam nosso tempo com coisas sem propósito! -

Os oficiais trocaram outro olhar, um deles tentou confortá-la pondo uma mão em seu ombro, mas ela se afastou, tremendo para frente e para trás com a respiração rápida.

- Sabemos que está sendo difícil para você, perder outro membro da família desse jeito... -

- Eu. Não. Perdi. - ela vossiferou, as unhas cortando suas Palmas na tentativa de controlar o ímpeto de socar um dos oficiais.

A cidade das Lendas. (Darkfalls Número 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora