18- tua voz

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Dejavú.. on

░🥨.   𓏲 𝐌𝖺𝗋𝗂𝖺 𝐋𝗎𝗂𝗓𝖺 𝐂𝖺𝗆𝖺𝗋𝗀𝗈, 𝗣𝗢𝗩 ♥︎ :

Eu havia chego as seis da manhã, acabada e completamente bêbada. Estou arrasada por dentro e só consigo chorar, agora estava em minha casa, apenas enrolando com o pão em meu prato. Meus pais estão fora e minha irmã vai ficar com a Jessie, estava indo para o banho, quando a campainha tocou e fui atender a mesma.

–Vai embora, sua maldita! - Falei  querendo matar Daniela e quando ameacei ir para cima dela, ela me agarrou. –Me solta, porra!

–Para de gritar, tá legal?- Daniela falou suspirando e fechou a porta da casa. –Eu só quero conversar...

–CONVERSAR? CONVERSAR? DANIELA EU TE PROCUREI ONTEM E VOCÊ SE QUER ME ATENDEU! - finalmente pude despejar nela toda a raiva que eu estava sentindo.

–ME ESCUTA MARIA LUÍSA!- Ela gritou e eu a empurrei, não queria escutar ela. Não agora, eu só queria entrar em meu quarto e chorar toda a raiva que sentia no momento.

–Vai embora, por favor!- Minha voz estava embargada e eu senti o nó se formar em minha garganta. Não tinha forças para falar qualquer coisa que fosse. Então, caí sentada no sofá e apoiei minhas pernas no mesmo, só consegui me encolher e voltar a chorar.

–Você não quer me escutar e eu entendo, mas, foi ela quem armou aquilo!- Dani suspirou pesadamente e senti um aperto ao redor de meu corpo, eu soluçava e tremia.

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[𝗙𝗟𝗔𝗦𝗛𝗕𝗔𝗖𝗞 𝗢𝗡]:

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Dani havia me chamado para ir a uma sorveteria, estranhei já que ela sempre marcava encontros na praça em frente a escola. Decidi não questionar e fui para a tal sorveteria, entrei e escolhi uma mesa ao fundo. Pedi uma garrafa de água e aguardei longos trinta minutos, chateada e um pouco preocupada, paguei a água e resolvi dar uma volta pelo parque.
Comprei duas embalagens de chocolate e duas de pipoca doce, para que eu pudesse comer com Júlia que com certeza, pediria alguma besteira após o jantar. Estava distraída vendo algumas crianças correrem e quando me virei, para atravessar a rua; senti meu coração se comprimir e explodir em milhares de pedaços. Daniela estava aos beijos com Kaunna e suspirei pesadamente, sentindo meu rosto se molhar e meus olhos arderem. Saí dali correndo e pude ouvir ao fundo a coreana me chamar, mas, não podia me sujeitar a olhá-la.  Cheguei em casa e corri para o meu quarto, pedindo para que aquilo não se passasse de um pesadelo.
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[𝗙𝗟𝗔𝗦𝗛𝗕𝗔𝗖𝗞 𝗢𝗙𝗙]

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Eu levantei minha cabeça e encarei Daniela, respirando fundo. – Quer me explicar o que? O quanto eu fui uma idiota? Uma iludida? Uma boba apaixonada que teve a pachorra de se derreter por uma garota que todas querem? Eu entreguei meus sentimentos para você, sua desgraçada. Daniela, eu sonhei uma vida inteira com você e quando eu virei as costas, você ficou com aquele ser abominável!

–Ela me forçou tá? Eu não quero que pense que eu gosto dela, eu gosto de você! - Ela segurou meu rosto com ambas as mãos e eu me permiti chorar.–Eu te amo, Maria Luísa e eu só quero que você perceba isso!

–Não é assim, eu vi Daniela, eu vi! - Respondi em um fio de voz, fechando meus olhos com força. –Eu não vou lhe dar outra chance, não vou acreditar em você. Até você me provar!

–Eu não vou desistir de nós, não desse jeito e não por conta de uma idiota!- Suspirei e tentei me afastar dela, mas, acabei me desequilibrando. Estava fraca pela falta de comida e claramente já se passavam dos horários os quais geralmente como. –Malu.. você está quente, está se sentindo bem?

Neguei, eu não poderia fazer a durona agora. Estou sim, magoada e não vou desculpa-lá tão cedo.

– Vou te levar para o seu quarto, tudo bem? - Dani me pegou no colo e me levou escadas acima, eu estava mal. Sentia meu estômago revirar e quando fui posta no chão, corri para o banheiro e coloquei "tudo" para fora. –Lu, você está bem? Luísa?

Senti meu corpo amolecer, minha visão escureceu e só consegui sentir Daniela me segurar. Quando despertei, estava num quarto claro e ouvia o bip de alguma máquina, estava zonza e mal conseguia mexer. Senti alguém pegar em minha mão e pude sentir aquele cheiro amadeirado que só ela tinha.

–Abre os olhos, vai? Eu queria poder olhar para eles uma última vez...Acorda, pequena..briga comigo uma última vez! Eu queria tanto ouvir a tua voz.. e- A porta foi aberta e pude ouvir a voz de meu pai

–Vamos mocinha, sua irmã está te esperando lá fora. Foi a última vez, espero não lhe ver mais!- O aperto diminuiu até ela soltar minha mão, senti meu corpo gelar e ouvi passos até a porta. Ela havia partido.
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𝗨𝗠 𝗠𝗘̂𝗦 𝗗𝗘𝗣𝗢𝗜𝗦 ...

Um mês.. um mês andando pelos corredores sem encontrar ela, um mês sem vê-la em frente ao meu prédio, um mês sem notícias..não podiam ter feito isso comigo.

Depois de ter dado entrada no hospital, pelo alto teor de álcool em minha corrente sanguínea. Soube por Jessie e Clara, que meu pai discutiu feio com Dani e a proibiu de se aproximar. Eu já estava mal, depois de seu afastamento forçado eu piorei. Não vejo alegria nos meus dias, me afastei das minhas aulas de moda, evito falar com Júlia e qualquer outra pessoa.

–Eu só queria uma mísera resposta.. - encarei o celular em minhas mãos e engoli o choro preso em minha garganta, digitei o número dado por Natasha e levei o aparelho até minha orelha. Uma, duas, três chamadas... quando ia desligar, uma voz soou pela linha.

–Alô? Olha se for algo relacionado a...

–só te liguei pra ouvir... a tua voz!- Falei antes que o choro tomar conta de meu corpo. – Eu só queria você aqui..

–Pequena? Malu...- Respirei fundo e com a voz embargada, ouvi ela me chamar novamente. – Maria? O que aconteceu?

–Ela te faz bem?- Perguntei torcendo por uma resposta negativa. Ela não respondeu nada e eu me permiti chorar, em silêncio. Ela tinha seguido em frente..– Parabéns...

Desliguei o celular e olhei a varanda de meu quarto, me permitindo chorar tudo o que tanto me machucava. Me permiti vagar pelos meus pensamentos e olhei para a estante acima de minha cama, peguei o quadro com a nossa foto e a tirei do suporte. A encarei por longos minutos

–Você poderia estar aqui, mas, por culpa minha você foi embora... eu queria tanto ter você aqui, brigar com você, ouvir você falar comigo até eu dormir... Mas, eu desisti no primeiro obstáculo. Céus, eu sou tão covarde... 

–Você não é covarde, você é corajosa!- Me espantei, quando vi Júlia no quarto segurando seu ursinho.– Ela vai voltar, Lulu!

–Espero que sim... - Disse aquilo, já sabendo que eu não poderia competir. É, eu deixei o amor da minha vida sair, porta a fora.. só queria ouvir a tua voz, aqui. Que viesse me ver e que mentisse, sobre esse alguém...





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-capítulo entregue, mi amores!💗

obs: capítulo inspirado na música (tua voz)
Voltei mores, fica com a tia que agora é real 😭😭😭

𝐌inha 𝐏erdição.Onde histórias criam vida. Descubra agora