Capítulo 9

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Arthur Knox

Bufo alto, entediado com a ladainha de Duarte, ele parecia mais animado que eu sobre meu próprio casamento.

- O senhor precisa escolher um belo traje para a cerimônia - Duarte fala, continuando com sua animação diante de meu casamento.

- Duarte, calado! - ordeno, massageando minhas têmporas, suspirando fundo, irritado.

- Desculpe, Vossa Majestade, eu só... - Duarte tenta se explicar, mas meu olhar sério em sua direção o faz se calar imediatamente.

- Você fez o que eu pedi? - pergunto, me levantando de meu trono e caminhando até a enorme janela que havia naquele espaço.

- A masmorra está sendo preparada como o senhor pediu, Vossa Majestade - Duarte responde, ajeitando sutilmente sua peruca, enquanto me olhava questionativo, sabia que ele estava curioso sobre meu pedido.

Não era para Cateline, eu a faria me amar por bem ou por mal, mas não chegaria ao extremo de tortura-la, a masmorra era para Gregor, enquanto ele dançava com minha noiva, eu pude notar seu olhar de encanto e paixão por ela, esse certamente foi seu maior erro e ele irá pagar com sua própria vida por isso.

Ele entenderia por que me chamam de "Diabo".

- Ótimo, tudo tem que estar perfeitamente bem para nosso convidado - falo, observando pela janela, uma meia dúzia de soldados brigando entre si.

Duarte se cala, não dizendo mais nada, enquanto eu me perco em meus pensamentos ao observar aqueles homens brigando.

Fui criado e moldado pela dor e pelo ódio, meu pai não era um homem paciente, muito menos amoroso, ele me criou para ser quem sou hoje e em troca, eu o matei com minhas próprias mãos.

Nada mais justo do que matá-lo da forma mais dolorosa possível, fazendo ele sentir cada sofrimento que ele me fez passar, tudo para provar que não era um fraco ou um bastardo inútil.

Seus gritos foram música para meus ouvidos e eu ainda podia escutá-los quando ia dormir.

- Chame a costureira, Duarte - mando, sinalizando para ele sair, enquanto caminho de volta para meu trono.

- Sim, senhor - Duarte fala, fazendo sua exagerada reverência, se retirando dali.

Sorrio perverso, observando um dos guardas trazendo mais um rebelde, que estava planejando minha morte.

- Ora, ora... O que temos aqui? - pergunto, retoricamente, rindo sem emoção alguma, girando minha adaga em minha mão.

- Senhor, por favor... Tenha piedade! - o homem me implora, choramingando, fazendo o guarda rir.

- Claro que terei piedade, sou um bom samaritano, não irei lhe fazer mal - debocho, sorrindo de lado, deslizando minha adaga pelo seu pescoço.

Podre mentira, eu não era bom e não tinha a pretensão de ser.

Podre mentira, eu não era bom e não tinha a pretensão de ser

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Rei Tirano [Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora