Rei Tirano [Em Andamento]

Capítulo 12

Cateline Tryri

Me assusto ao ouvir o enorme estrondo de batida na grande porta principal. Saio correndo de meu quarto, indo ver o que poderia ter causado aquilo.

Minhas irmãs, Celeste e Charlotte, que estavam comigo no quarto, me seguem, também curiosas sobre o estrondo, que volta a se repetir mais uma vez.

- Alguém está tentando invadir o castelo! - Charlotte fala, enquanto caminhamos apressadas em direção à entrada principal, ouvindo novamente um estrondo alto e forte.

Assim que chegarmos, papai já está de guarda, em posição de ataque, pronto para defender o reino. Charlotte se junta a ele, pegando uma das espadas presas na parede.

- O que eu temia está acontecendo... - papai murmura baixo, porém, eu escuto, pois estavam um tanto próxima dele.

Sentia que meu coração sairia pela boca, minha respiração estava descompassada enquanto ouvia o estrondo ficar mais alto e forte, não havia sinal dos guardas, nem de Katrina e Ravenna.

Onde elas estavam?

Não tenho tempo para pensar nisso, já que num estrondo maior ainda, a grande porta de madeira racha. Tudo acontece rápido demais, dezenas de homens em suas armaduras, entram rapidamente no castelo, mas, meu foco acaba indo na direção de um em específico.

Não, não!

Ele não seria capaz disso, seria?

Arthur Knox, o homem que mais odeio é desprezo, o homem que mentiu descaradamente para mim, que se aproveitou de mim, um carrasco da pior espécie.

Charlotte tenta lutar contra um dos soldados de Arthur, porém eram muitos e rapidamente somos capturados. Tentei fugir, correr e gritar, mas foi tudo completamente em vão, não havia escapatória.

Arthur sorri ao me ver, caminhando lentamente por entre seus soldados, que abrem o caminho para ele, com total devoção e respeito ao seu líder.

- Eu disse que voltaria, minha princesa - Arthur fala, acenando sutilmente em minha direção, tendo um sorriso perverso em seus lábios.

- Poderia nunca ter pisado os pés em Celestria - retruco, sentindo toda a dor de sua enganação, olhando seriamente em sua direção.

Arthur sorri ainda mais, mas vejo surpresa em seus olhos, como se ele não esperasse minha resposta, mas parece satisfeito com ela.

- Onde está a doce mulher por quem me apaixonei? - Arthur pergunta, retoricamente, caminhando para mais perto de mim, acenando algo para seus guardas.

Alguns de seus soldados capturam meu pai, Charlotte e Celeste, deixando apenas eu livre e encurralada por Arthur.

Seus olhos castanhos escuros me analisam minuciosamente, me deixando desconfortável e estranha, gostaria de saber o que ele estava pensando. Aquela queimação em meu corpo, do dia em que estávamos juntos, volta para meu corpo, me fazendo reprimir aquele insano desejo, eu não poderia desejar um homem como ele, não quando ele está basicamente ameaçando minha família.

- Solte minha família, você não tem nada à fazer aqui - falo, erguendo um pouco meu rosto, tentando manter minha voz neutra.

Sim, eu estava desafiando o homem mais perverso de toda a Inglaterra.

- Que tal fazermos um jogo, você casa comigo e eu não mato sua família... Ainda - Arthur propõe, acenando para seus guardas aumentarem a força e aperto em meu pai, o fazendo gemer baixo de dor.