— Não tem que ficar bolado com isso, Diego. Acontece com qualquer um. Deve ter sido por causa do tal "pavor do sono"...
— Paralisia.
— Que seja. Fica de boa, ok? Eu tô de boa.
Eu não estava de boa. Eu estava puto! Tinha acabado de brochar pela primeira vez na minha vida, e justamente com a minha noiva, porque estava com a cabeça totalmente em outro lugar. Eu estava envergonhado e irritado, e tudo o que eu queria era ficar sozinho e lamber minhas feridas em paz.
— Vá pra casa, Laura.
Ela me olhou, magoada. Percebi que ela queria dizer alguma coisa, mas ela era tão foda em tudo que entendeu na hora que eu realmente precisava ficar sozinho e respeitou isso sem questionar. Vi ela se vestir e, antes de sair do quarto, me deu um beijo delicado.
— Fica bem, ok? Qualquer coisa que precisar, me liga que eu volto aqui. Amo você.
— Também te amo.
Vi ela deixar o quarto e me joguei no colchão. Tudo o que eu queria era desaparecer. Tudo o que eu menos queria era trabalhar, mas tinha uma esperança louca de ser contactado pelo Samuel.
O site não me permitia assediar os internautas. Eles entravam no perfil mas eu não podia entrar em contato com eles pelo site. Provavelmente algum mecanismo de segurança pra garantir a integridade da ferramenta, evitar fraudes e impedir que um esquema de prostituição por fora fosse alimentado sem controle. O que tinha acontecido entre o Samuel e eu era algo completamente improvável de acontecer porque a identidade e os dados de todos eram super protegidos.
Pensei melhor e decidi que não devia me conectar. Alguma coisa dentro de mim me convenceu que seria falta de respeito, sabendo que meu cliente perdera alguém da família de maneira tão horrível. Ficar me exibindo pelado pros outros seria descortês.
Não entendi por que isso deveria me impedir de qualquer coisa, mas o fato era que não dava mais para mentir para mim mesmo que eu não estava obcecado com o cara.
Tentei deixar o assunto de lado e entrei na plataforma de design que sempre usava pra conseguir trabalho. Estava na hora de parar com a fantasia e agir como alguém responsável. Já tinha feito um pé de meia com o site pornô, consegui uns investimentos interessantes, então o momento de parar com a brincadeira chegara.
Não que o trabalho no site fosse uma brincadeira.
Achei foda quando me deparei com meus próprios pensamentos errados relacionados ao mercado erótico. Era um trabalho como qualquer outro, e o mais impressionante, dava uma puta grana sem prejudicar ninguém. Tudo o que acontecia ali era uma troca de experiências que deixava os dois lados felizes, ninguém era obrigado a fazer nada que não queria, então, minimizar o trabalho das pessoas ali não passava de um puta de um preconceito.
Passei o resto do dia buscando trabalhos e acabei fechando um projeto de diagramação de uma revista online. A paga era boa e me daria uma boa distração dos meus pensamentos "impuros".
Papo furado do caralho.
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Do lado de lá (romance gay)
Historia CortaConto erótico - GAY - LGBTQIA+ 🌈 🥇 #1 Sensível (Fev/2024) 🥈 # Homoerotico (fev/2024) POV: Diego Torres. ---- SINOPSE Meu nome é Diego Torres. Tenho 30 anos, sou designer gráfico e estou noivo há um ano de uma mulher incrível, linda, bem sucedid...