15 - Já esperei tempo demais

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Senti o ar faltar e me dei conta de que era porque já estávamos num beijo sufocante por vários minutos. E que beijo bom dos infernos! Era como se Samuel quisesse arrancar minha alma e brincar com ela com a ponta da língua. Ele me engolia com aquela boca gostosa e eu só respondia às lambidas, mordiscadas e chupões que ele dava. E eu que achava que era bom de beijo, pfff! Acho que nunca beijei ou fui beijado com tanta vontade antes.

Em algum momento, as mãos passaram a trabalhar junto com a boca, e ele habilmente começou a transitar com elas pelo meu corpo enquanto ia removendo as peças de roupas que nos separavam.

Tentei tomar o controle da situação. É sério. Mas fiquei paralisado. Estava travado com medo de dizer a coisa errada, fazer algo inapropriado e foder com o momento. Ver uma centena de pornôs gays não me preparou pra isso, absolutamente. Sentir o cheiro da pele, o toque dos dedos, a brutalidade das carícias, tão diferente de quando estava com uma mulher, me fez vacilar nas pernas, e Samuel percebeu isso.

— Tudo bem? — ele me olhou nos olhos enquanto repousava a mão em meu pescoço. Caralho, ele era lindo demais! Senti minha barriga derreter quando ele colocou a língua no meu pescoço, e minhas mãos tremeram quando ele desceu sua outra mão, entrou na minha cueca e apertou minha bunda. — Você parece tenso... algo errado?

— Eu preciso te contar uma coisa...

Ele parou o movimento. Notei como ele pareceu incerto. Fiquei imaginando o que será que ele estava pensando que eu ia falar. Mas ele não me apressou. O fato de ele ficar parado esperando me deu coragem pra avançar e eu o puxei para mim, colei nossos abdômens e botei minha boca em sua orelha. Ele arfou quando enfiei minha língua na cavidade e eu senti seu pau se mover contra o meu por trás da cueca.

— Eu nunca fiz isso antes. 

Pronto. Falei. Ele se afastou aparentemente chocado, então aquele meio sorriso fodástico dele quase me fez ajoelhar aos seus pés.

— Quer dizer que eu sou o seu primeiro?

Ele realmente estava impressionado com isso. Quem não estaria? Eu tinha um perfil num site pornô, cacete!

— Você é o meu primeiro... em carne e osso.

— Puta merda... 

Percebi como a volúpia tomou conta do seu rosto, e me senti um sacrifício no altar de algum deus. Ele não disse nada, e eu também não, porque quando ele caiu de joelhos e puxou meu pau em direção à própria boca, eu desisti de existir.

O quarto foi inundado por sons sujos de chupadas e gemidos entrecortados. Eu soquei na boca dele de um jeito como nunca antes justamente porque as coisas eram bem mais brutas entre homens e ele tinha uma garganta profunda. Tudo isso me dava ainda mais tesão, como se fosse possível. Ele me deixou duro como um pau de macarrão e dolorido, e então foi a minha vez de cair de joelhos. Coloquei o seu pau na minha boca e meu cérebro entrou em curto-circuito.

Era uma coisa de doido. Era como aço embalado em veludo, tinha um aroma único e uma textura inigualável. Ele segurou meu cabelo e o puxou com força quando engoli toda a sua extensão. Senti ânsia de vômito quando a cabeça bateu no meu palato mole, mas continuei socando na minha boca até que ele me puxou para cima pelo cabelo. Doeu, e eu gostei.

Ele lambeu minha boca e me empurrou pra cama. Eu caí de costas e ele puxou minha cueca que já estava na metade da bunda. Senti um frenesi quando ele se ajoelhou no chão, me puxou pra beirada, abriu minhas pernas, colocou uma delas sobre o ombro e meteu a cabeça no meio delas.

Ok, eu não fazia ideia do que era estar nessa posição. Não tinha como fazer ideia, ainda que tenha idealizado isso. Ele não me perguntou se eu queria ficar por cima ou por baixo, ele não me perguntou nada. Era como se ele soubesse desde sempre o que eu queria, o que eu precisava.

Senti sua língua no meu saco, automaticamente levei a mão ao meu pau e segurei a base com força. Puta que pariu! Que sensação boa do caralho! Ele lambeu e chupou minhas bolas, depois correu com a língua pelo meu períneo e chegou até o meu orifício enrugado.

Eu literalmente gritei. Morri de vergonha, mas não pude conter a reação quando ele bateu a língua nas minhas pregas. Tenho certeza de que comecei a me esfregar na cara dele quando ele adotou um ritmo nas lambidas. Ouvi e senti ele rir contra minha pele lambuzada de saliva, e finalmente consegui encontrar coerência para falar.

— Porra, Samuel...

— Daqui há pouco, Diego. Ainda tenho que trabalhar mais por aqui. Não é todo dia que tenho uma virgem na minha cama.

Porra. Que bizarro isso! Enfim, eu não estava com cabeça para processar o comentário, porque estava ocupado sentindo os choques que se espalhavam pela minha espinha e pelo meu saco a cada investida da língua que agora contava com o auxílio de um dedo. Ele começou a apertar as bordas do meu ânus e seguia lambendo e mordendo meu glúteo. Me senti o seu brinquedo novo e comecei a ficar nervoso com a demora.

— Não me importa que doa. Não ligo se machucar. Só quero esse pau em mim, será que dá pra ir mais rápido?

Ele deu uma gargalhada, mordeu minha coxa e se afastou. Vi ele voltando com um frasco de lubrificante e um preservativo.

— Já que tá com tanta pressa, me ajuda com isso...

Eu sentei na cama e rasguei o envelope com os dentes. Deslizei o látex pela extensão do seu pau enquanto beijava e mordia seus mamilos. Ele gemeu e puxou de novo meu cabelo. Comecei a desconfiar que minhas madeixas eram a sua nova tara.

— Fica de quatro.

Bom, aí bateu um frio na barriga. Eu estava com pressa, mas ele falando assim deu uma assustada. Ele percebeu minha apreensão e me deu um beijo na boca que acho que nunca vou me esquecer. Foi lento, molhado, doce, e naquele momento e eu tive certeza de que ele ia fazer o possível para não me machucar. Separei-me da boca dele, me virei, apoiei minhas mãos e meus joelhos no colchão... e esperei.

De fato, já esperei tempo demais.

Do lado de lá (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora