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1 semana depois

Melissa

Depois de um dia agitado de trabalho, chego em casa. O Heitor não foi comigo hoje, pois a Karol pediu para ficar com ele.

Então, vou tomar um banho e ir para a casa dela.

Quando eu chegar, vou lavar esta garagem. Aqui suja muito.

Coloco minha bolsa no quarto, pego minha toalha e caminho até o banheiro.

Me olho no espelho, estou exausta.

Chego na casa da Karol e toco a campainha, minutos depois um segurança abre.

Eu: Boa noite - falo e sorrio para ele.

Segurança: Entre, a patroa está te esperando na área de lazer - fala ele, e eu concordo e sigo até a área de lazer.

Karol: Amiga! - ela vem correndo até mim - você não vai acreditar.

Eu: Me diga! - falo animada.

Karol: Vai ter um concurso de beleza aqui na comunidade, para eleger a nova Miss Penha - fala ela e eu fico sem entender.

Eu: E onde eu me encaixo nisso? - pergunto interessada.

Karol: Quando as vagas abrem, acabam rápido, então tomei a liberdade de te inscrever - fala, e eu olho desacreditada para ela. - Não fica brava, o prêmio é 100 mil, vai te ajudar a abrir seu cantinho aqui na comunidade - fala rápido.

Eu: Amiga, nem sei se tenho tempo para isso - falo sentando no sofá. - Você se inscreveu? - pergunto.

Karol: Tenho paciência para isso, mas não, já fui miss por 3 anos consecutivos - fala e senta ao meu lado. - Vai, amiga, por favor, esse dinheiro vai te ajudar muito.

Eu: tá bom, mas quando vai ser?

Karol: Nesse final de semana - responde, e eu concordo.

Eu: Onde está o Heitor? - pergunto, preocupada.

Karol: Ele está dormindo com os meus filhos - diz, fazendo sinal para eu acompanhá-la.

Chegamos lá e vejo os três dormindo como anjinhos.

Eu: Ele deu trabalho? - pergunto, olhando meu bebê.

Karol: Não, mulher. Os três se deram muito bem - diz, e eu sorrio feliz. Ver meu filho entrosando com os amiguinhos é maravilhoso- Vamos lá para a porta agora, falar mal do povo- fala e eu concordo rindo.

Pegamos cadeiras e sentamos na porta.

Karol: Eita, como gostam de passar vergonha - fala observando umas meninas com roupas curtas sentadas no colo de traficantes no barzinho.

Eu: Acho isso horrível. Tudo bem elas se prostituírem, mas essa cena que elas estão fazendo é feia demais - falo, e ela concorda.

Karol: A pepeka é delas e elas fazem o que quiserem. Ser amante de traficante é muito feio, mas quem sou eu para julgar, né? - fala apontando para a aliança. - Mas eu o fiz correr muito atrás de mim. Não sou fácil. Baco foi o primeiro e único traficante que peguei e estamos juntos até hoje - fala sorrindo boba.

Um barulho enorme de motos chama minha atenção.

Vejo uma moto vindo no meio com várias ao redor, como se fosse uma escolta.

Karol: Está pronta para conhecer meu sogro? - pergunta, e eu arregalo os olhos.

Eu: Como assim? Não estou preparada psicologicamente para isso - falo, e ela ri.

Um rapaz branco, tatuado, com uma expressão séria, desce da moto e vem até nós.

- Não precisa seguir, façam ronda aqui no perímetro. Qualquer vacilo é vala, já sabem - fala com voz grossa, e eu fico arrepiada até onde nem sabia que tinha pelos.

Karol: Boa tarde, Cinderelo - fala rindo e ele permanece com a expressão séria - Nossa, sem humor - fala com um sorriso debochado no rosto - Oi, meu amor - fala assim que Baco se aproxima.

Baco: Boa tarde, minha vida. Tudo bem, mina? - pergunta olhando para mim.

Eu: Estou sim, e você? - pergunto, e ele faz um joinha abraçando a Karol.

Karol: Essa é a Melissa, e Melissa, este é o Ret - fala, e o cara acena com a cabeça.

Eu tenho a leve impressão de que já o vi em algum lugar.

Baco: Vamos entrar, parece duas velhas fofoqueiras de banquinho sentadas na porta - fala e Karol ri.

Eu: Ih, me respeita - falo sorrindo.

O outro lá me encara sério, eu hein, certeza que estou vermelha.

Eu: O papo tá bom - falo e Ret solta um sorrisinho de lado sem querer - Mas preciso ir. Vou pegar meu filho. Karol, por favor, vá comigo - falo pegando meu banco e entrando junto com ela.

Karol: Mel, preciso ir ao banheiro. Ret, leva ela aqui no quarto das crianças - fala e sai correndo como uma criança.

Caminho junto com o Ret, e como não consigo ficar calada, já puxo assunto.

Eu: Você não fala muito, né? - pergunto e ele faz careta - Homem de poucas palavras, entendi.

Ret: Tu que é mãe do moleque? - pergunta me olhando.

Eu: Não me olha assim não - falo e ele suspira, negando com um sorriso de lado - Depende do moleque de que você esteja falando, sou mãe do Heitor - falo.

Ret: O garoto é "relíquia", gostei dele - fala e eu solto uma gargalhada.

Eu: "Relíquia"? O garoto nem fala direito - falo e ele dá de ombros.

Ret: Você é a mina que está ficando na minha casa da rua 15? - pergunta e eu concordo.

Eu: Eu te imploro pelo amor de Deus, só pegue a casa de volta depois de cinco meses, por favor - falo, já desesperada.

Ret: Relaxa, mina. Só queria saber quem estava com minha casa - fala e eu concordo.

Pego o Heitor e me despeço deles. Quando estou no beco, a duas quadras da minha casa, um carro para ao meu lado pela escolta. Sei que é o Ret.

Ret: Sobe aí, mina. Te levo - falo e eu nego.

Eu: Não precisa - falo.

Ret: Entra, Melissa - fala mudando o tom de voz.

Pronto, morri.

Até sábado kkkkk

Recomeço - Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora