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Ret

Chegando, vi minha nora sentada na porta com uma moça estranhamente familiar, parecendo duas velhas fofoqueiras.

Parei a visão e me aproximei delas. Karol, como sempre, fez uma piada, mas continuei mantendo a postura. Ela continuou brincando, e se não fosse minha nora, já estaria na vala faz tempo.

Karol nos apresentou e a sensação de já ter visto ela em algum lugar permaneceu mais forte.

Pelo que percebo, Melissa fala muito, enquanto eu só digo o básico, o que desperta certo interesse nela.

Vejo que ela está se afastando, e me apresso para pegar meu carro. Preciso acabar com essas dúvidas.

Peço para ela entrar, e ela reluta, sem paciência, insisto e ela entra desconfiada.

Melissa

Entro no carro e ele acelera.

O caminho todo foi em silêncio, com a música triste tocando baixinho.

"Hoje estou aqui sem você, livre e triste"

Deito minha cabeça no banco e fico encarando o teto, fecho os olhos e me vem à mente o dia do baile.

Puta que pariu, encontrei o pai do meu filho.

E para piorar, ele é chefe de facção. O que fui arranjar para minha vida?

Será que devo falar com ele? Mas ele nem deve se lembrar daquela noite.

Mas se eu não contar, estarei sendo injusta com os dois. Meu filho precisa de uma presença paterna.

O carro para e percebo que chegamos.

Eu: Obrigada pela carona - agradeço e dou um sorriso sem graça para ele.

Desço do carro e, quando pego na porta para fechar, ele fala:

Ret: Não vai me convidar para entrar? - pergunta, e eu olho para ele.

Eu: Claro, quer entrar? - pergunto nervosa, e ele ri de lado.

Ret: Está devendo? - pergunta, descendo do carro. Finjo que não ouvi e abro o portão.

Eu: Bata o portão aí, por favor - falo, deixo minha sandália no tapete e entro em casa.

Percebo que ele deixou sua Kenner no tapete também e entrou.

Ret: Tu nem gosta de roxo, né? - pergunta, com ar de deboche, e eu reviro os olhos automaticamente.

Eu: Vou deixar o Heitor no quarto - falo, indo até o quarto do meu filho e o deixo lá.

Volto para a sala e o encontro todo acomodado no sofá, assistindo ao jornal.

Eu: Quer tomar algo? - pergunto.

Ret: Água - fala, e vamos até à cozinha. Abro a geladeira, pego uma garrafa de água e um copo para ele.

Sento na mesa e observo ele tomando água calmamente.

Ret: Nos conhecemos de algum lugar? - pergunta, cortando o silêncio constrangedor.

Arregalo os olhos e nego rapidamente.

Eu: É... Não que eu lembre - porra, gaguejei.

Ret: Melissa... Melissa, não mente para um mentiroso - fala com voz fria.

Eu: Talvez nos conhecemos, não sei ao certo - falo e ele me olha interessado - há uns dois anos atrás, mais ou menos, no baile daqui do morro, no show do Orochi - falo baixinho.

Ret: Puta merda, lembrei, então você é a mulher que não saiu da minha cabeça por meses - fala, e eu coro.

Abro a geladeira e tiro um bolo de beijinho para disfarçar.

Fiz esse bolo para matar minha vontade de comer doce, também viro uma formiguinha quando estou de TPM, era para eu ter levado para a Karol, só que acabei esquecendo

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Fiz esse bolo para matar minha vontade de comer doce, também viro uma formiguinha quando estou de TPM, era para eu ter levado para a Karol, só que acabei esquecendo.

Corto um pedaço para ele e um para mim, sinto-me em sua frente e fico em silêncio enquanto ele me olha pensativo.

Ret: Quantos anos o Heitor tem? - pergunta, olhando-me sério.

Eu: 1 ano e meio - falo e ele me olha esperando mais - sim, ele é seu filho. Não tentei te encontrar para falar sobre a gravidez porque nem seu nome eu sabia - falo e ele continua comendo o bolo em silêncio - vai falar nada não? - pergunto.

Ret: Quer que eu fale o quê? - pergunta.

Eu: Não sei, estou nervosa. Eu não imaginava que encontraria você desse jeito - falo.

Ret: Vou tentar recuperar o tempo perdido com meu filho. Vamos conversar sobre a pensão e meus passeios com ele - fala e eu concordo.

Eu: Você não vai pedir nem o DNA? - pergunto desconfiada.

Ret: Não, eu sei que ele é meu filho - fala e dá de ombros - este bolo está uma delícia; inclusive, foi você que fez? - pergunta, e eu concordo - Parabéns.

Eu: Obrigada - falo e observo ele levantar e ir até a pia - Precisa lavar não, deixa aí que eu lavo - falo, mas ele não liga e continua lavando.

Ret: Vou indo. Amanhã eu passo aqui para ver o moleque, mas antes me passa seu número - fala e me entrega o celular. Coloco meu número e devolvo o celular.

Acompanho ele até a porta.

Eu: Só estaremos em casa à noite - respondo.

Ret: Certo, amanhã às sete eu passo aqui. Estejam arrumados - fala e entra no carro, buzina e vai embora.

Fecho o portão e aproveito a paz para limpar a casa.

Respondo à mensagem do Ret e salvo o número como "pai do bebê".

Deixo tudo limpinho, tomo banho e vou dormir.

Só um hoje tá? Estou doente, então zero criatividade 🥹

Recomeço - Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora