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Bônus

Fase 1: Choque e Negação (0-2 semanas após o aborto)

Melissa sentia como se estivesse em um sonho ruim. O aborto era uma realidade que ela não conseguia aceitar. Ela se sentia anestesiada, sem sentir dor ou emoção.

"Isso não aconteceu comigo", pensava ela.

Filipe tentava conversar com ela, mas Melissa não respondia. Ela se sentia isolada, como se estivesse sozinha no mundo.

1 mês depois

Era uma manhã silenciosa, um mês após o dia que mudou tudo. A Melissa, estava deitada na cama, olhando para o teto, sem conseguir encontrar forças para se levantar. O doloroso silêncio da casa parecia ecoar em sua mente, lembrando-a do que havia perdido.

Desde o aborto, Melissa não conseguia sair da cama. O peso do corpo parecia ter dobrado, e cada movimento era uma luta. As lágrimas secas haviam dado lugar a uma sensação de vazio, de ausência de sentimentos. Ela não conseguia chorar mais, não conseguia sentir mais.

O espancamento ainda estava fresco em sua memória. As imagens do rosto deformado dos agressores, os golpes que recebera na barriga, a dor que sentira ao perder o bebê... Tudo parecia uma pesada carga que ela não conseguia carregar.

Melissa começou a se sentir isolada, como se estivesse sozinha no mundo. Não conseguia falar com ninguém, não conseguia compartilhar sua dor. O olhar compassivo companheiro, Filipe, apenas a fazia se sentir mais culpada.

"Eu não consegui proteger meu bebê", pensava ela.

A cada dia que passava, Melissa se sentia mais distante da realidade. As coisas que antes lhe davam prazer agora pareciam sem sentido. Ela não conseguia se alimentar, não conseguia dormir. A insônia a acompanhava todas as noites, fazendo-a reviver os momentos mais dolorosos.

A depressão começou a se instalar, como uma sombra escura que se espalhava por sua alma. Melissa sentia que estava perdendo o controle, que estava sendo consumida pela dor e pela culpa.

"Eu não sou mais a mesma", pensava ela. "Eu não sei quem sou mais."

Nesse momento, Melissa precisava de ajuda. Precisava de alguém para ouvi-la, para entender sua dor. Precisava de apoio para enfrentar a depressão que se aproximava.

Mas, por enquanto, ela permanecia sozinha, cercada pelo silêncio e pela escuridão.

Mas, por enquanto, ela permanecia sozinha, cercada pelo silêncio e pela escuridão

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Filipe

Eu segurei a mão de Melissa enquanto caminhávamos pelo corredor do consultório. Ela estava tão frágil, tão diferente da mulher que eu conhecia. O aborto havia sido um golpe duro, e agora eu podia ver a dor e a tristeza em seus olhos, o Heitor é o único que faz ela se distrair um pouco, mas logo a tristeza volta.

Eu sabia que precisava fazer algo. Não podia mais ver ela sofrer assim. Então, marquei uma consulta com um psicólogo especializado em luto e trauma.

Chegamos ao consultório e eu abri a porta para Melissa entrar. Ela me olhou com uma mistura de gratidão e medo. Eu sorri e segurei sua mão mais firme.

Eu: Vai ficar tudo bem, amor- digo- Eu estou aqui com você.

O psicólogo nos recebeu com um sorriso caloroso.

Psicólogo: Bem-vindos, Melissa e Filipe. Estou aqui para ajudar - Melissa se sentou no sofá, e eu me sentei ao lado dela.

O psicólogo começou a falar, explicando como funcionaria a sessão. Melissa ouvia atentamente, mas eu podia ver a tensão em seu corpo.

Psicólogo: Melissa, quero que você saiba que este é um espaço seguro- disse o psicólogo- Você pode falar sobre o que quiser, sem medo de julgamento - Melissa olhou para mim, e eu assenti.

Eu: Fale, amor. Eu estou aqui para você.

Ela começou a falar, contando sobre o aborto, sobre a dor e a culpa que sentia. O psicólogo ouvia atentamente, fazendo anotações e oferecendo palavras de conforto.

Eu ouvia, também, sentindo meu coração partir. Queria poder tirar a dor dela, queria poder fazer tudo melhor. Mas sabia que não podia. Tudo o que podia fazer era estar ali para ela.

A sessão foi longa, mas valiosa. Melissa começou a se abrir, a compartilhar seus sentimentos e pensamentos. O psicólogo ofereceu estratégias para lidar com a dor e a tristeza.

Quando saímos do consultório, Melissa parecia um pouco mais leve. Não estava curada, mas estava no caminho certo.

Melissa: Obrigada, Filipe-  disse ela, abraçando-me- Eu não sei o que faria sem você- abracei-a também.

Eu: Você nunca precisará fazer nada sozinha, amor. Eu estou aqui para você, sempre.

Tadinha da mel 🥹

Recomeço - Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora