12 - Canudinho

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Jenna

Quando saimos da galeria, começamos a andar pelas ruas da cidade. As vezes, Emma tirava foto das coisas que ela achava interessante e eu apenas a olhava. Eu aprecio a companhia dela, é diferente...

E eu fico enchendo o saco dela com cantadas ruins, no intuito de fazer-la rir. Confesso que a risada dela me acalma, me faz sentir paz... Como? Não faço a mínima ideia.

Jenna: Ei esquentadinha - a chamo, vendo como ela me olhou revirando seus olhos - Eu tô sentindo uma dor aqui no meu peito! Espero que seja amor, porque se for infarto eu nunca mais vou te ver - falo para ela, com um certo drama, observando sua reação.

Emma: Espero que seja infarto - voltou a olhar para frente.

É, não foi dessa vez... Mas eu não desistir tão fácil assim.

Jenna: Tá vendo aquela estrela ali? Mandei pendurar ela pra você - contei, bem humorada e a mesma me olhou descrente.

Emma: Então manda despendurar e aliás falta muito para anoitecer - ela me respondeu.

Jenna: Idai? O sol também é uma estrela - dei de ombros.

Dessa vez, pude ver como ela deu uma risada contida. Essa é uma vitória.

Emma: Você devia parar com essas cantadas, você é péssima nisso - ela falou, enquanto paramos para esperar o sinal abrir.

Jenna: Eu que não quero fazer uma cantada boa - lhe disse e ela me olhou com desdém.

Emma: Conta outra, suas cantadas são horríveis, até eu consigo fazer melhor - ela suspirou, enquanto soltava um sorriso presunçoso.

Jenna: Tenta, duvido que consiga fazer uma boa - desafiei e ela revirou os olhos.

De repente, ela ficou seria, olhando intensamente nos meus olhos e aproximando mais seu corpo do meu, nossas respirações estavam colidindo de tão perto que estávamos.

Senti meu coração acelerar, e minhas mãos soarem, enquanto um nervosismo tomava conta de meu ser.

Emma: Eu tenho uma memória terrível, mas felizmente, você é inesquecível... - ela começou a falar e se aproximou mais um pouco, levando seus lábios em direção do meu ouvido, me deixando ainda mais nervosa, tenho plena certeza que devo está parecendo um tomate - Sabia que existe um vazio no meu coração?... Ele tem exatamente as suas medidas - sua voz saiu arrastada e sexy, o suficiente para meu coração dá cambalhotas dentro da minha caixa torácica.

E nesse exato momento, o sinal abriu e as pessoas começaram a passar, ela também o fez, me deixando totalmente paralisada no meio da calçada. Me recureperei parcialmente e a segui antes que eu a perdesse de vista e o sinal fechasse novamente.

Jenna: Assim você me deixa sem graça, esquentadinha - falei quando a alcancei.

Emma: Isso apenas prova que eu conseguir ser melhor que você - ela se vangloriou e eu ri.

Jenna: De fato, mas eu vou te superar, você não perde por esperar, Azulada - disse e ela me olhou confusa, provavelmente por causa do novo apelido.

Emma: Azulada? Da onde você tirou isso? - ela me perguntou curiosa e eu apenas ri.

Jenna: Dos seus olhos, boba - lhe contei e pela primeira vez, observei ela ficando sem graça e corando na minha presença.

Então ela virou seu rosto e olhou para o outro lado, vendo um parque e começando a caminhar em direção a entrada do mesmo rapidamente, a única coisa que fiz foi a seguir.

Ela adentrou o parque e caminhou direto para um carrinho que vendia lanches, pediu um suco e logo pagou o mesmo.

Jenna: Esquentadinha, não devia deixar a sua acompanhante para trás assim - falo a ela, que não me responde e continua a andar.

Ela anda até um banco que tinha ali, o mesmo se encontrava debaixo de uma árvore. Ela se sentou e então eu me sentei logo em seguida.

Jenna: Tá bravinha, Azulada? - perguntei brincalhona.

Emma: Da para parar? - ela perguntou, finalmente me olhando e só aí pude notar o quão corada ela estava.

Jenna: Não - comecei a rir.

Ela bufou de raiva, pegando o copo de suco, que veio com um canudo, levando a boca e começando a tomar seu suco.

Calei minha boca por alguns segundos e apenas fiquei a observando. Vez ou outra, ela me lançava algumas olhadas e o pior é que ela nem se deu o trabalho de disfarçar.

Era quase como se existisse maldade nessas expressões.

Meu olhar desceu para seus lábios, que envolviam o canudo, sua língua dava voltas o deixando molhadinho... Encarei aquele ato por algum tempo, como se tivesse entrado em um transe, até ela me tirar do mesmo.

Emma: Por que está me olhando assim? - ela me perguntou, visivelmente confusa.

Jenna: Hora da vingança, Azulada - lhe falei e ela franziu o cenho.

Emma: Que? Como assi- - não esperei ela terminar sua frase e fiz o mesmo que ela havia feito comigo minutos atrás, aproximando nossos corpos, chegando perto o suficiente para nossas respirações colidirem.

Vi como sua respiração se tornou mais pesada, estou adorando deixá-la desconcertada desse jeito.

Jenna: Ô, vontade de ser esse canudinho, matar sua sede bem devagarinho... - me aproximei mais do seu ouvido, deixando minha boca na direção do mesmo - Dando volta na sua boca ficar molhadinho... Aí essa língua passando em mim de novo... - minha voz saiu num sussurro, mas tenho certeza que ela conseguiu me ouvir bem.

Me afastei mais e a encarei, sem diminuir muito nossa distância, olhei intensamente para seus olhos azuis, nos quais me encararam da mesma forma.

Eu me perdi naquele olhar, parecia hipnose, ou até mesmo algum tipo de imã.

Vi o exato momento em que seu olhar desceu para os meus lábios, o exato momento em que seus lábios se entreabriram, era como um convite para mim.

E, por incrível que pareça, eu exitei. Emma não era como as outras, se eu avançasse nela aqui e agora, com toda a certeza mais tarde ela me daria outro corte... Mas como é que se resiste a esses lábios tão convidativos?

Não pensei mais em nada, apenas avançei em seus lábios, a beijando. Era um simples selinho, apenas um encostar de lábios, mas senti meu coração acelerar e minha barriga contrair em um friozinho ansioso, sensações que eu nunca sentir com ninguém.

Ao separar nossos lábios, olhei em seus olhos buscando por alguma rejeição ou arrependimento de sua parte e, visto que não tinha, apenas voltei a beija-la e dessa vez fiz isso com mais vontade, levando  uma das minhas mãos até a sua cintura e para minha surpresa, ela levou sua mão para a minha bochecha e acaricio-a.

Pedi passagem e ela me concedeu, então logo adentrei minha língua em sua boca, explorando a mesma. Ela gemeu contra minha boca, o que me causou um gemido arrastado. Nos separamos apenas por falta de ar e eu colei minha testa na dela, suspirando pesadamente, direcionando meu olhar para ela, assim como ela fez o mesmo.

Não trocamos uma palavra, mas nossos olhares e batimentos falavam por nós...

...

No fim da tarde, deixei Emma em frente a sua galeria e, posso dizer que depois do beijo de mais cedo, o clima entre nós ficou mais... Abobalhado? Não sei se o termo seria esse.

Ela esteva prestes a entrar no local, mas eu a chamei.

Jenna: Azulada - chamo por ela e ela para, olhando para trás, me aproximo dela, encurtando nossa distância, pegando suas mãos e entrelaçando-as com a minha - Olha... Eu te quero e não vou esconder isso, agora cabe a você acreditar - conto a ela, deixando um beijo na bochecha.

Observo que ela ficou visivelmente atordoada com aquilo. Nada digo apenas a solto e começo a andar em direção ao meu carro.

Não sei o porquê de eu ter dito aquilo, não sei o caralhos bateu em mim...

E não sei o que ela pensou ao ouvir aquelas palavras...

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Finalmente veio alguma coisa hehe

Ainda é só o começo

Dessa vez não atrasei cap, olha só, já é um lucro

Bye colegas

Until I Conquer YouOnde histórias criam vida. Descubra agora