17 - "Me puxe para fora do desastre"

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Narrador

Deitada no silêncio, talvez esperando o barulho de alguma sirene, algum sinal de que ainda estava viva, a loira se encontrava. Myers não estava nada bem, mau conseguia respirar e por algum motivo não tinha forças para se levantar, um pânico incomum se apossava de seu ser, enquanto seu choro se intensificava a cada segundo.

Ela não queria enlouquecer, mas não estava conseguindo passar por tudo isso, todo esse turbilhão de emoções e lembranças dolorosas em que se encontrava, ela se perguntava se deveria rezar, se deveria se refugiar em si mesma ou em algum Deus? Em algum salvador que poderia...

Remendar o que foi quebrado, desdizer todas as palavras que lhe foram ditas, fazer com que ela encontrasse esperança na falta de esperança, a tirar desse desastre que si própria é, desfazer as cinzas... E desencadear reações...

As vezes, a loira até pensava em morrer, mas sabia que não estava pronta para isso, não ainda.

Sabia que precisava de ajuda, ou poderia perder sua consciência e talvez fazer algo que não gostaria de fazer..

Olhou ao seu redor, com sua vista parcialmente embaçada por conta do choro, até que finalmente encontrou seu celular. A Myers se esticou e pegou o mesmo, ligou-o rapidamente e logo abriu sua lista de contato, na conversa mais recente. Nem ao menos olhou quem era e apenas ligou e rezava para que fosse Naomi ou Hunter.

Do outro lado da cidade, a Ortega tentava se acalmar, afinal sabia que chorar não os traria de volta a vida... Mesmo que quisesse, e ela queria, mais que tudo.

E então, seu celular tocou de repente, lhe tirando da sua bolha de sofrimento. Secou suas lágrimas rapidamente e tentou estabilizar sua voz. Pegou o telefone e olhou quem era, notando que era a loira. A princípio a morena estranhou, mas não demorou muito para que atendesse.

Jenna: Emma? - chamou-a, assim que atendeu a ligação, mas não ouve resposta da parte da loira, o que fez a Ortega pensar que ela havia desligado. A morena olhou novamente para a tela do seu celular, notando que a Myers ainda estava na linha, então voltou a tentar chama-la - Azulada? - chamou, mas a única coisa que conseguiu ouvir foi uma respiração pesada e um soluço, e isso preocupou a morena - Emma, está tudo bem? Me responde por favor - perguntou atônita, sentando-se em sua cama de supetão.

Ortega esperou por uma resposta em silêncio, até que ela finalmente veio.

Emma: Jen...na... Me..ajuda - sua voz saiu entrecortada e falha, mas a morena conseguiu entender.

Jenna: Ei o que aconteceu? Você está bem? - perguntou, enquanto se levantava de sua cama, procurando por seu chinelo e a chave de seu carro.

Emma: Não...eu..pre..ciso..que...venha..uma cri..se..ansi...edade..cho..ro - a Myers tentava a todo o custo se comunicar, mas não conseguia, sua voz falhava e as lágrimas e faltar de ar não lhe ajudavam em nada.

Porém, a morena conseguiu entender parcialmente do que se travava.

Jenna: Certo, estou indo, já estou a caminho - finalmente havia achado a chave de seu carro - Enquanto eu não chego quero que faça o que eu lhe pedir, está ouvindo? - falava de maneira dócil e calma, coisa que quase nunca fazia.

Emma: Sim.. - concordou com a Ortega.

Jenna: Você precisa regular sua respiração... Vamos fazer assim, eu vou contar até três bem devagar, no 1 você prende sua respiração e 3 você solta, tudo bem Azulada? - disse a Myers, enquanto descia as escadas de sua casa como um foguete, caminhando rapidamente até sua garagem.

Until I Conquer YouOnde histórias criam vida. Descubra agora