45 - Diga que você será minha... e eu serei seu

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XLV


Scarlett tinha se esquecido completamente do jogo da Grifinória contra a Corvinal naquele domingo. Talvez por isso Sirius não tenha dormido com ela. Ou talvez ela só estivesse tentando encontrar desculpas para a atitude dele. Era melhor do que ter que perguntá-lo diretamente.

Acho que seria uma tarefa fácil... ledo engano. O Salão Principal estava apinhado de gente e a mesa da Grifinória se encontrava recheada de garotas circundando James e Sirius, desejando-lhes boa sorte.

— Incomodada com a competição, Gaunt? — Evan comentou, atrás dela.

Scarlett o escaldou com o olhar.

— Não sei do que você está falando. — Ela se enfiou no meio da multidão, costurando-a até a mesa da Grifinória.

Scarlett tentou se aproximar de Sirius. Seus olhares se cruzaram, mas ele desviou a atenção com rapidez, engajando na conversa com as garotas ao seu redor e ignorando-a deliberadamente. Scar parou, cerrando os punhos. O peito apertando de maneira frenética, o ar parando de entrar em seus pulmões. Por que ele estava agindo assim?

Ela se afastou, os olhos enchendo-se de lágrimas. Scarlett deixou o Salão Principal até um corredor isolado, desconcertada e com uma dor incômoda no coração. Cobriu o rosto com as mãos, apertando os maxilares para não emitir nenhum som em seu choro.

— Scarlett? — Ouviu a voz de Regulus, não muito longe dali. Abriu os dedos, apenas para avistá-lo parado no meio do corredor com seu livro em mãos. — O que...

Ele não conseguiu terminar a pergunta, pois Scar não se conteve. Correu até ele e o abraçou, deixando as lágrimas caírem livremente. Regulus usava um perfume parecido com o de Sirius. Não era o mesmo, mas era parecido. Ele ficou paralisado por um instante, mas logo seus braços se envolveram em torno dela.

Scarlett deixou o emaranhado de sentimentos ser desenrolado de seu peito a cada soluço de choro, agarrando-se na capa de Regulus como se ela fosse cair se não o fizesse. Afundando o rosto no brasão da Sonserina, o estômago revirando com a indiferença de Sirius.

— O que ele fez? — Regulus perguntou, quando Scarlett se acalmou um pouco.

Não podia dizer que Sirius não foi dormir com ela naquela noite — e essa era a maior parte da frustração que estava sentindo.

— Me ignorou. — Ela explicou a outra parte, a voz craquelada. — Eu fui falar com ele... e ele me ignorou... — Scarlett voltou a chorar.

Regulus enfiou a mão dentro do bolso, lhe dando um lenço. Isso a fez fungar; lembrando-se do incidente do chocolate quente do dia anterior. Scarlett o soltou, embora Regulus ainda a segurasse em seus braços. Ela secou a umidez do rosto, afastando-se. As mãos dele escorregaram lentamente em suas costas, até o contato se encerrar.

— Por que a gente não vai ver o jogo? — Regulus a olhou, as linhas de sua expressão mais suaves que o normal.

Scarlett assentiu, recompondo-se. Devolveu o lenço e eles seguiram para o campo de Quadribol, subindo as escadas para as arquibancadas. Assim que os jogadores entraram em campo, ela se debruçou no parapeito para ver Sirius. Como se fosse atraído por seu olhar, ele a fitou; os olhos estreitando-se. Ele havia notado que Regulus estava ao seu lado.

As duas equipes se cumprimentaram e alçaram vôo. Ao longo do jogo, Sirius rebatia o balaço com um vigor admirável e aterrorizante. Seu fã clube levantava bandeiras e faixas com seu o nome estampado, as garotas torciam como se vissem o melhor jogador de quadribol da temporada.

Scarius | Sirius Black (Ato I)Onde histórias criam vida. Descubra agora