32 - Vai se foder, mestiça!

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XXXII


Scarlett recebia visitas constantes em sua estadia na enfermaria. Pandora lhe trouxe uma caixinha de bombons explosivos, que elas comeram juntas enquanto Pan lhe contava sobre as decisões do Comitê do Baile. No caso, em como ela e Regulus decidiram por talheres de prata porque combinava mais com a festa. Scar forçou um sorriso com a explicação, tentando mascarar o desconforto por ela mencionar Red com tanto carinho.

— E nós pensamos em servir chocolate quente em uma enorme fonte! — Pandora gesticulava em animação. — Com marshmallows e algodão doce flutuante da Dedosdemel.

— E a McGonagall? — Scar lambeu os lábios sujos de chocolate.

— Ela achou um pouco... exagerado. Disse que a fonte precisaria ser um pouco menor e que os algodões doces não poderiam ficar flutuando como nuvens no salão porque era brega. Então Regulus pensou em fazer uma montanha e deixar ao lado da fonte. — Ela jogou seus cachos platinados nos ombros.

— Parece uma boa ideia. — Scarlett concordou, notando Sirius se aproximar com uma caixa de sapo de chocolate.

— Ah, cheguei tarde demais... — Ele reclamou, sorrindo ao pegar um bombom explosivo e acenar para Pandora. — Como se sente?

— Melhor. — Scar deu um riso sem graça.

Eles não tocaram mais no assunto de Regulus desde a confissão de Sirius. Pandora os encarava com um sorriso exagerado.

— Então, é verdade? — Ela pousou o olhar em Scarlett, os lábios apertados em excitação.

— O quê? — Scar ergueu uma sobrancelha.

— Vocês... hum, sabe, estão namorando? — Ela não escondeu sua ansiedade pela pergunta.

Sirius limpou a garganta e Scarlett enfiou o sapo de chocolate na boca, fingindo estar ocupada demais mastigando-o para responder.

— O quê? É claro que não... — Sirius revirou os olhos, pegando a cartinha de Godric Gryffindor.

— Não mesmo... — Scarlett concordou de boca cheia. — Eu só vou com ele para o baile por causa da aposta.

— É... é verdade. — Sirius passou a mão nos cabelos. — Falando em baile, precisamos discutir as músicas. — Ele tirou um pergaminho do bolso mágico ao mudar de assunto.

— Hum... tá bom... — Pandora estava com os olhos semicerrados, duvidando da resposta. — Eu tenho aula agora, te vejo mais tarde, Scar. — Ela acenou, antes de recolher o lixo dos bombons e deixá-los a sós.

Se antes o clima entre eles estava estranho, agora se tornou desconfortável. Scarlett limpou os dedos no guardanapo quando Sirius lhe entregou o pergaminho, avaliando a seleção. Eles tinham combinado de começar com as Quatro Estações de Vivaldi, depois movendo-se para duas fitas do Queen, em seguida Beatles — aparentemente a maioria dos nascidos trouxas ali gostavam — para a felicidade de James e tristeza de Scarlett e Sirius.

Então, depois, obviamente tocaria The Doors e Led Zeppelin — ideia de Remus e Peter.

— Eu posso tentar juntar o Night at the Opera e o A Day at the Races na mesma fita quando... — Scarlett puxou o ar quando Sirius agarrou a gola de sua camisola e lhe fez cativa de seu beijo.

Abrindo os lábios com um suspiro suave, Sirius subiu as mãos por suas bochechas, segurando-a como se ela fosse feita de vidro. E o calor ardeu em suas veias quando a língua necessitada dele percorreu sua boca, os dentes beliscando seus lábios e a respiração pesada roçando em seu rosto.

Scarius | Sirius Black (Ato I)Onde histórias criam vida. Descubra agora