Scarius | Sirius Black (Ato I)

42 - Sirius tem sorte de ter você

XLII

Scarlett foi a primeira a acordar, sentindo uma mão conhecida segurando sua cintura. Abriu os olhos e viu Sirius deitado ao seu lado, segurando um microfone com a outra mão como se fosse o mais precioso dos tesouros.

Confusa e ainda um pouco atordoada, Scar se virou para o outro lado e se deparou com um pé descalço e sujo. Ela fez uma careta e um som de nojo. Aquele pé, depois de um momento de foco, pertencia a James, que estava deitado ao contrário na cama, a cabeça pendendo perto da borda. Sem pensar duas vezes, ela o empurrou.

James aterrissou no chão em um estrépito.

— Ai! — Ele gritou, assustando-se. — O que foi isso?

— Cala a boca, Pontas! — Sirius sibilou atrás dela, colocando a mão na cabeça. — Caralho, que ressaca...

Scarlett girou na cama, olhando melhor para Sirius. Ele estava acabado, a maquiagem toda borrada e os cabelos, desgrenhados. Ele arrotou e abanou o rosto, Scarlett escondeu a cara no travesseiro.

O que tinha de errado com aqueles garotos?

Com muito esforço, Scarlett sentou na cama. O mundo oscilou, como se ela tivesse se levantado muito rápido. Avistou Remus se remexendo no sofá, fazendo um som estrangulado contra uma caixa de rosquinhas de Nova York que estava abraçado. Ele estava coberto com uma enorme bandeira dos Estados Unidos e os olhos escuros se abriram em um piscar dolorido.

— Sede... — Remus murmurou, a garganta rouca. — Eu tô desidratado, vou morrer...

Scarlett sentiu muita sede imediatamente à menção de Remus. Ela viu Sirius sacar sua varinha, abrir a boca e apontá-la para o rosto.

— Aguamenti. — Ele invocou e um jato de água despontou da varinha até sua boca.

Scarlett se abaixou ao lado dele na cama, também abrindo a boca, bebendo a água assim que Sirius se saciou. James foi o próximo, arrastando-se no chão até eles. Por último, Remus.

Depois de se hidratar, ela encostou o rosto na cabeceira e respirou fundo, a mente era um embaralhado confuso. Havia um vão em sua memória, um que ela não conseguia preencher naquele momento.

— Por que diabos você me empurrou da cama, Scar? — James perguntou, coçando os cabelos bagunçados e com uma expressão chateada.

Scarlett massageou a têmpora.

— Porque seu pé estava a um centímetro do meu nariz! — Ela retrucou, com mais grosseria que o necessário. Acordara com um péssimo humor.

— Qual é a da bandeira? — Sirius apontou para Remus, franzindo o cenho.

— Sei lá, qual é a do microfone? — Remus deu de ombros, tentando controlar seu longo cabelo rebelde. — O que aconteceu ontem?

— Não faço ideia. — James olhava fixamente para a caixa de rosquinhas no sofá. — Mas nós comemos rosquinhas... — Ele pegou a caixa. — A melhor rosquinha de Nova York.

— Preciso de uma poção para dor de cabeça... — Sirius suspirou, recebendo-a de Remus. — Obrigado, Aluado.

— Eu não consigo lembrar. — Scarlett riu de desespero. — De ontem. Ontem à noite. Eu lembro da gente saindo do castelo fantasiado, chegamos na festa, falamos com as pessoas e então... — Ela levantou as mãos em confusão.

— Toto. Tocou Toto. — Sirius apontou para ela, encaixando as peças. — E a gente dançou.

— Eu lembro de servir quatro copos com rum de groselha. — Remus sentou no sofá, comendo uma rosquinha da caixa.