21 - Tudo por uma donzela em apuros

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XXI


Depois de explicar para todo mundo a diferença da família dela para a de Você-Sabe-Quem a todos os sonserinos interessados, Scarlett só teve tempo de comer um pedaço de torta de abóbora quando Dumbledore anunciou que era hora de todos se recolherem. Scarlett levantou-se da mesa e esticou o pescoço procurando pelos Marotos no meio da muvuca.

— Com calma, meninos! — O homem, que lhe disseram ser o Professor Slughorn, apaziguou os primeiranistas que dispararam na direção da saída. — Não precisa ter pressa!

— Gaunt! — Ela ouviu Regulus chamá-la. — Vem comigo, o diretor quer falar com você.

— Comigo? — Scar franziu o cenho. — Agora?

— Sim. — Regulus confirmou exprimindo tédio. — Vem, ele ainda está na mesa dos professores. — Ele acenou com a cabeça para que ela o seguisse.

A contragosto, Scarlett acompanhou Regulus até a longa mesa dos professores, onde agora só se encontrava Dumbledore. Ele tinha cabelos e barbas prateados e ondulantes, usava magníficas vestes azuis-escuras bordadas com luas e estrelas. O diretor ajustou seu oclinhos de meia-lua no nariz e abriu um sorriso gentil para Scarlett.

— Ah, a nova aluna do sexto ano. Seja muito bem-vinda a Hogwarts, eu conversei com o seu pai sobre os seus... — Ele olhou para Regulus, cuja presença se afastou sem que o diretor precisasse tecer comentários. — Problemas disciplinares. — Ele ainda tinha aquele sorriso no rosto, o que só deixou a situação mais constrangedora.

— Professor. — Scarlett deu um sorriso tímido, cumprimentando-o com um aceno.

— Se você sentir alguma dificuldade de se integrar ou com sua magia ancestral, pode falar comigo. Espero que seus companheiros tenham a recebido bem na Sonserina!?

— Sim, eles receberam. — Ela respondeu, dando uma espiada por cima do ombro ao ouvir alguém chamar sua atenção. Sirius estava quase na porta do salão, gesticulando para que eles se vissem na manhã do dia seguinte.

Scarlett assentiu. Dumbledore pigarreou e ela voltou sua atenção para ele.

— Fico feliz que você já tenha feito amigos. O senhor Black irá ajudá-la com suas aulas amanhã... — Ele lhe entregou um papel com seus horários. — Estão dispensados.

Atravessaram o Salão Principal em silêncio. Regulus a conduziu pela escadaria de mármore e por um corredor sinuoso, onde desaguava em uma outra escadaria bastante... bizarra, porque ela ficava mudando de lugar o tempo todo. Regulus esperou, pacientemente, que uma delas parasse na frente deles para descer os degraus. Scarlett fez o mesmo, tropeçando em um degrau em falso e sendo segurada por ele.

As mãos de Regulus eram tão frias quanto seus olhos. Isso porque ele nem tocou na pele dela diretamente, mas podia sentir debaixo das luvas. Só agora notou o distintivo de monitor em seu uniforme.

— Foi mal... — Ela deu um risinho sem graça quando Regulus a soltou, sem tirar os olhos dela. Era como se ele a analisasse meticulosamente, tentando extrair dela o que tanto interessou seu irmão.

Regulus se manteve calado, descendo os degraus enquanto as escadas se moviam. Scarlett fez o mesmo e eles seguiram de escada em escada até chegar na entrada das masmorras. Ali, os corredores pareciam um labirinto e estavam desertos. Scarlett gravou o caminho percorrido, quando finalmente pararam na frente de um trecho na parede de pedra liso e úmido.

— Para entrar, você tem que falar a senha. Ela muda de tempos em tempos. — Regulus a olhou de soslaio com frieza. — Serpente de fogo. — Ele murmurou e uma porta de pedra escondida na parede deslizou, onde Regulus entrou.

Scarius | Sirius Black (Ato I)Onde histórias criam vida. Descubra agora