XLI
— Nós não sabemos quem são eles... — As vozes ecoavam, dissonantes e distantes. Scarlett grunhiu, o rosto dolorido encostado em algo frio. — Por causa das fantasias.
— Então traga alguém que possa reconhecê-los!
Scar abriu os olhos, desorientada. Piscou algumas vezes até se acostumar com a baixa iluminação de onde estavam. Ela sentiu-se incrivelmente alerta no instante seguinte, como se todos os seus sentidos fossem amplificados.
Havia um peso em seu ombro, que ela percebeu se tratar de Remus. Chacoalhou o braço, acordando-o também. Ele estava com a cara amassada e os olhos pequenininhos, fazendo uma careta.
Localizando-se, Scarlett percebeu que se encontravam em uma espécie de porão. Com grades, instrumentos de tortura e um estoque de poções coloridas. Próximo à porta, havia um enorme pepino vestindo sobretudo e máscara. Scarlett balançou a cabeça e apertou os olhos.
Quando os abriu, olhou novamente. Era um pepino gigante, do tamanho de um ser humano, usando uma máscara de Comensal e um chapéu coco.
— Remus... — Scarlett murmurou, sentindo as mãos algemadas atrás do corpo. — Por que... tem um pepino gigante... usando roupas?
Remus piscou com força, olhando para Scar com o cenho franzido. Então, ele encarou o pepino e arregalou os olhos.
— Puta que pariu... é um pepino disfarçado? — Ele parecia incrédulo.
Scarlett entendia. Ela também não conseguia acreditar. O pepino sumiu e os dois se fitaram, surpresa permeando cada linha de expressão de seus rostos.
— Como... não faz sentido... — Remus estava com os lábios entreabertos. — Como vegetais podem... ter vida?
— Estou tão surpresa quanto você... — Scar olhou para o lado, onde uma cabeleira ruiva caía em seu braço. — Ah meu Deus, Remus... Remus... — Scarlett o empurrou com o ombro. — Esse aqui é quem eu acho que é?
Remus esticou o pescoço para olhar o homem desacordado do lado dela, arregalando novamente os olhos.
— É o David Bowie? — Ele perguntou baixinho, com excitação e confusão. — Mas... o que... por que... o que estamos fazendo aqui? — Ele gaguejou, olhando em volta.
— É o David Bowie! — Scarlett confirmou com um sorriso ansioso. — Cadê o Sirius? Ele vai morrer de inveja... — Ela percebeu estar sentada no chão. Bowie estava algemado à ela e havia outra pessoa do lado dele. — James? James? — Scarlett o chamou, baixinho, mas o garoto sequer se mexeu.
— Você acha que os pepinos estão aqui para o show? — Remus ergueu a sobrancelha cortada por uma cicatriz.
— Show? — Scar torceu o lábio.
— É... do Bowie. Você acha que eles... sequestraram o Bowie... para obrigá-lo a tocar para eles?
Scarlett puxou o ar num susto. Era claro que sim.
— Mas por que o David Bowie está algemado com a gente? — Scar franziu a testa.
— Eu... eu não sei. — Remus deu de ombros. — Mas nós precisamos tirar ele daqui. Rápido! — Ele olhou em volta, como se procurasse algo. — Olha ali, nossas varinhas! — Ele indicou a direção com um aceno de cabeça.
Scarlett viu as varinhas empilhadas em cima de uma mesa, longe da cela deles.
— Como a gente vai conseguir elas para sair daqui? — Remus olhou para a porta, temeroso. Suas pupilas dilatadas focaram em Scarlett. — Precisamos pegar elas antes que os pepinos voltem!
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Scarius | Sirius Black (Ato I)
Romance"Sirius Black era o incêndio em que Scarlett Gaunt deliciosamente ardia." Scarlett Gaunt e Sirius Black tem muito mais em comum do que gostariam. Amigos, gostos, músicas. Arrependimentos, mágoas, sombras. A pena em Azkaban. A posição no time de Quad...