Capítulo Um

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(Algumas cenas pode conter gatilhos relacionados a agressão ⚠️)

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- Pete, meu amor, venha tomar café! Iremos dentro de alguns minutos para a igreja - mamãe anunciou no pé da escada, tirando de Pete apenas um resmungo em concordância.

O pequeno garoto estava em frente ao espelho, indeciso na escolha de camisetas de mangas longas - o menor havia levado uma surra de seu pai na noite anterior. O mais velho alegava que aquilo era um ensinamento para o menor não manter contato com pessoas fora da igreja, segundo ele, Deus estava profundamente desgostoso por sua falha em seus ensinamentos. Pete não contestou nem nada, apenas aceitou seu castigo pois sabia que estava errado, seu papai era sábio e só queria o melhor dele.

O menor decidiu por uma camiseta preta básica e a vestiu, deu uma última olhada no espelho vendo que estava devidamente coberto e pegou sua Bíblia, saindo do quarto logo em seguida.

- Bom dia - Pete anunciou após sua imagem se fazer presente na pequena sala de jantar - bença mãe - o menor foi até a mulher madura, mas com aparência jovial e se curvou para mesma que sorriu e deixou um beijo em sua testa - bença pai - se voltou para o homem mais velho e carrancudo que bebericava seu café, sem ao menos levantar seu olhar para seu filho.

- Deveria estar aqui alguns minutos atrás - o mais velho murmurou de maneira séria, ainda sem levantar seu olhar - existe alguma justificativa boa para o atraso?

- Não senhor, peço desculpas por isso - o mais novo se curvou novamente, mantendo seu olhar baixo. Sabia que havia decepcionado seu pai mais uma vez.

- Sente-se e beba apenas seu café, não comerá nada pela sua tamanha falta de responsabilidade com horários - Pete apenas se sentou e pegou sua pequena xícara, a enchendo com o líquido preto e com cheiro forte. Malee Phongsakorn Saengtham - mãe do menino - apenas suspirou tristemente, não gostava das atitudes rígidas que seu marido tinha com seu pequeno, mas a mulher não poderia sequer defender seu próprio filho, sabia que não tinha autoridade nenhuma, estava abaixo de seu marido, Daw Panya Saengtham.

O pequeno Saengtham apenas bebeu seu café de maneira calma e silenciosa, não queria deixar nenhuma palavra escapar de sua boca e acabar por enraivecer o mais velho.

- Tirem a mesa e deixem tudo devidamente limpo, estarei esperando no carro. Não se atrasem para ouvir a palavra do senhor! - papai comentou se levantando e sumindo do pequeno cômodo.

Mamãe apenas se levantou e começou a tirar a mesa, guardando os pães que sobraram na pequena embalagem - Pete recolheu as louças sujas e foi para a cozinha lavar. Sentia sua pele abafada por conta das mangas longas da camiseta, mas não poderia tirar de maneira alguma aquilo. Seus braços estavam fortemente marcados pelas grandes mãos de papai, seria uma vergonha imensa para Pete aparecer na igreja marcado. Os fiéis iriam saber o quão Saengtham foi desobediente perante a Deus.

Lavou toda a louça suja e as deixou ilustradas - do jeito que o homem da família gostava - e as guardou devidamente em seus lugares. Limpou suas mãos e pegou seu livro de orações, se voltando para fora da casa, encontrando mamãe e papai o esperando dentro do automóvel popular. O garoto adentrou o veículo em silêncio e o mais velho ligou os motores, dirigindo em direção a Paróquia na qual eles serviam.

[...]

- Hey, Pete! - Porsche Pachara Kittisawasd, um jovem amigo de Pete murmurou em animação ao ver o menor ultrapassar as grandes portas da igreja - senhor e senhora Saengtham, como vão?

- Muito bem, querido - a mais velha respondeu sorrindo simpática, enquanto seu esposo apenas olhou friamente para o jovem ao lado de seu filho - onde estão seus pais?

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