Capítulo Nove

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— Pete, abra a porta! - a voz alta de Porsche ecoou pelos ouvidos do menor, fazendo com que seus olhos se abrissem lentamente.

— Hmm - resmungando, se levantou ainda sonolento e abriu a porta. Em menos de segundos, sentiu grandes braços apertando seu corpo e um olhar extremamente preocupado do maior - Che, está doendo.

— Perdoe-me - se afastando, passou suas mãos no rosto machucado do outro - como você está? Quem fez isso com você? São aqueles imbecis? Irei fazer com que eles nunca continuem uma geração! - gritou se virando furiosamente. Pete apenas suspirou e  cobriu o pulso do maior com suas mãos e o puxou para dentro de casa.

— Não se preocupe, estou ótimo - bocejou e levantou seus braços, alongando seu corpo e resmungando de dor logo em seguida - os meninos serão punidos, Vegas está cuidando de tudo.

— Está todo fodido e ainda tem coragem de dizer que está ótimo - resmungou irônico e Pete bufou, mas logo a expressão de Porsche tomou algo malicioso - então Vegas está fazendo justiça por sua causa? Quer que eu vá procurar uma gráfica para fazer os convites de casamento?

— Pare de falar bobagens, considero Vegas apenas como um ótimo amigo! - exclamou com seus olhos arregalados - gosto unicamente de mulheres e ponto!

No fundo, Pete sabia que aquilo não era verdade.

O menor nunca havia sentido algo a mais por mulheres além de um afeto gerado por convivência — diferente de homens, o que o faz sentir muitas “coisinhas estranhas”.

Havia tido poucas conversas com Tay quando o mais velho ainda residia na casa, estava quase convencendo a si mesmo, mas o ocorrido com Tay o gerou um certo trauma.

Ver seu irmão ser brutalmente espancado com palavras e ações o fez reprimir todo aquele sentimento e guardar no mais profundo lugarzinho de sua mente, impedindo de se libertar — desde então, vem se convencendo que é hetero e que isso é unicamente o certo.

— Ok, ok, não se irrite - o maior sorriu e levantou uma sacola na altura do rosto do menor - trouxe aquele curry apimentado e carne de porco frita que meu anjinho tanto ama!

— Eba! - sorriu animado e agarrou a sacola, correndo para a cozinha - venha para cá, Che!

Deixou sua mochila num canto da sala e caminhou até a pequena sala de jantar, se sentando numa das cadeiras ao lado de Pete — ajudou Pete a abrir as pequenas marmitas e colocar numa tigela grande em sua frente.

— Delícia - murmurou após abocanhar uma grande colherada de arroz com curry - você quer um pouquinho?

— Já estou cheio - Pete sorriu e levou um grande pedaço de porco até sua boca, fazendo com que suas bochechas ficassem estufadas pela quantidade de comida que havia ali dentro - Porschay ficou louco ao saber da sua situação, ele virá aqui assim que as aulas terminarem.

— Sinto falta daquele garotinho que parece um adulto velho - respondeu ainda com a boca cheia e voltou a encher ainda mais.

Comeu seu almoço enquanto trocava algumas palavras com seu melhor amigo. A atmosfera estava maravilhosa, sem alfinetadas de nenhum dos lados, apenas aproveitando a presença um do outro.

— Estava maravilhoso, obrigado Che - sorriu agradecido enquanto acariciava a barriga estufada - olha só, parece que estou gravidinho.

— Pare de ser tão fofo assim - Porsche resmungou e se levantou após escutar a campainha - deve ser Porschay, vou abrir a porta.

Caminhou até a porta enquanto o outro ajeitava a bagunça que havia feito — foi até a cozinha e colocou as louças sujas na pia, lavando as mesmas em seguida. Jogou os plásticos no lixo e secou suas mãos, indo até a geladeira e pegando um suco de laranja e despejando no copo.

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