Hot || VegasPete

Capítulo Vinte e Quatro

— Me solte! - o grito de Pete foi abafado pela mão que tampava sua boca. Ele sentia uma enorme repulsa daquilo - me solte! - num momento único, Pete deixou uma forte mordida na palma da mão de Kiat, sentindo o gosto metálico na língua logo em seguida.

— Filho da puta! - o maior gritou e jogou o menor em direção a escada velha e suja, que dava acesso ao porão do lugar desconhecido. Como o impacto foi forte, Pete sentiu-se tonto e suas forças se esvaziaram - por que tão rebelde? Continue sendo o mesmo anjinho de sempre.

— Vá para o inferno… - sua voz saiu como num sussurro. Pete ainda estava tonto e sentia algo morno sair de sua nuca.

— Olha só, se machucou pela sua própria rebeldia. Achei que fosse mais esperto - Kiat agarrou os cabelos claros do outro e passou os dedos pela ferida aberta, vendo um rastro de sangue marcar sua pele - idiota.

Arrastando o menor, Kiat acendeu a pequena luz amarelada do porão e voltou a jogar Pete no chão — com muita dificuldade, Pete se sentou e levou a mão na nuca ao sentir uma forte ardência. Observava cada movimento de Kiat, estava sentindo uma mistura de medo e confusão. Como raios Kiat estava fora da prisão?

— Aqui, faça o curativo - jogou uma caixa de primeiros socorros nos pés do outro - minha ficha criminal não tem espaço para mais um crime - sem levantar seu olha. Pete agarrou o objeto e o abriu, começando a cuidar devidamente de sua ferida aberta - olha só, você mudou muito desde o nosso último encontro.

— Não chegue perto! - Saengtham gritou ao ver Kiat se aproximar cada vez mais - não… - tentou se levantar, mas Kiat o forçou a continuar no chão e se abaixou, ficando rente a altura de seu rosto.

— Por que está se fazendo de durão? Vegas te ensinou isso, foi? - Kiat perguntou, rindo de maneira sarcástica enquanto alisava os cabelos claros de Pete. O menor sentiu a garganta fechar e uma onda de lágrimas inundaram seus olhos. Ele só queria estar nos braços de Vegas novamente… - não chore, meu anjinho, você tema mim, não precisa mais daquele empresário metido a besta.

Kiat tombou a cabeça de Pete para o lado e sorriu ao ver o pescoço branquinho. Que maravilha, ele tinha aquele menino inteiramente para si graças a Tawan — Saengtham se desesperou ao sentir aqueles lábios imundos começarem a deixar beijos molhados em sua pele e começou a se debater, chorando desesperadamente, tentando, de alguma forma, sair do domínio daquele homem imundo.

Tateando o chão de forma agoniada, Pete sentiu o relevo de uma rocha solta pelo lugar e agarrou a mesma, começando a bater com a pedra na cabeça de Kiat, sentindo os respingos do sangue sujarem sua pele.

— Desgraçado! - o maior gemeu e se afastou bruscamente, tapando o buraco recém aberta na lateral de sua cabeça - você vai se arrepender de ter feito isso! - deixando um chute no abdômen de Pete, Kiat cambaleou para fora do porão velho, murmurando palavras desconexas enquanto Pete, pobre menino chorava, encolhido no canto da parede, implorando aos céus por sua salvação.

— Vee, seja o que estiver escrito para acontecer em nossas vidas, saiba que te amei e sempre vou te amar incondicionalmente… - o mais novo sussurrou em meio as lágrimas, segurando fortemente o colar que Vegas havia lhe presenteado dias atrás.

— Vegas, venha comer algo - mais uma vez, Macau estava ali, tentando fazer o irmão mais velho sair do quarto pelo menos uma vez no dia, mas Vegas não tinha animo para nada. Não sem Pete consigo.

— Não - respondeu simples, sem se virar em direção a porta, onde seu irmão estava.

— Vegas…

— Não insista, Macau, por favor.

Macau suspirou, saindo do quarto sem dizer alguma palavra. Doía profundamente não ter Pete mais ali e nem mesmo seu irmão.