Hot || VegasPete

Capítulo Oito

O som alto do pequeno despertador ecoou pelo quarto, despertando Pete do seu sono profundo — resmungando, se sentou lentamente no colchão e coçou seus olhinhos após um bocejo. Se levantou, abriu as janelas de seu quarto e arrumou sua pequena cama.

Andou lentamente até o banheiro e fez suas necessidades básicas enquanto tinha uma pequena carranca fofa em seu rostinho — tomou um banho calmo e saiu do banheiro, indo até seu pequeno armário e agarrando seu uniforme escolar.

Se vestiu de maneira lenta pois ainda estava sonolento e deixou o quarto para trás após pegar sua mochila — desceu as escadas e foi até a cozinha e fez um café fresco para despertar.

Encheu seu estômago inquieto com um sanduíche natural que havia feito na noite passada enquanto observava as estrelas, já que esse era um de seus únicos passatempos. Lavou o copo sujo e caminhou para fora da residência, trancando a porta em seguida.

— Olha só, não tive que invadir o quarto para te acordar - escutou a voz risonha do amigo e revirou seus olhos.

— Bom dia, Che - respondeu de maneira irônica e recebeu um abraço apertado do maior - ew, você está fedendo a álcool!

— Incrível como ainda estou fedendo, faltei arrancar minha pele no banho de hoje e acabar com o vidro de perfume - Porsche resmungou se afastando, mas logo um sorriso satisfeito brotou em seus lábios - em partes é bom, assim eu não me esqueço da noite maravilhosa que eu tive ontem.

— Não comente sobre, por favor - Pete pediu balançando sua cabeça em negação e começou a se afastar da casa com Porsche atrás de si - isso é decepcionante, Che, você está se vendendo ao mundo!

— Pete, pelo amor, fecha a boca - Kittisawasd respondeu começando a se sentir irritado - você precisa entender que ninguém é obrigado a se fechar só no mundinho tóxico da igreja. Se liberte, viva sua vida, a pior coisa que existe é se esconder debaixo de mantos sagrados e viver uma vida puramente de enganação - peço aos céus todos os dias para chegar alguém em sua vida e abrir seus olhos, já que eu não consegui.

— Não quero brigar com você, vamos mudar de assunto - Pete pediu cabisbaixo enquanto pensava nas palavras do melhor amigo. Ele sabia que Porsche estava certo, mas ainda se negava a si mesmo de que tudo aquilo era uma besteira e que a melhor coisa é viver unicamente as atividades da igreja.

Após a pequena discussão, seguiram o caminho em silêncio, nenhum queria iniciar um novo assunto já que estavam de cabeça cheia — às vezes trocavam umas duas frases, mas nada mais que o necessário. Porsche se sentia irritado pelo amigo ser tão ingênuo enquanto Pete começava a entrar em uma avalanche de pensamentos.

— Preste atenção nas aulas e se defenda caso aqueles infelizes venham te importunar mais uma vez - o mais velho murmurou assim que pararam seus passos no portão da escola - saiba que eu te amo e só falo isso para você deixar de ser tão ingênuo e viver sua vida como você sempre quis.

— Tudo bem - Pete sorriu após sentir um beijo ser deixado em sua testa - vá antes que se atrase, irei me encontrar com Macau.

Seguindo caminhos opostos, o pequeno adentrou o grande lugar, caminhando pelos corredores à procura de seu único amigo — estava se sentindo nervoso pois não encontrava o amigo em lugar algum, Pete já sentiu seu corpinho tremer e as mãos suarem em nervosismo.

— Ele não veio - por fim, sussurrou após entrar na sala e se sentar em sua mesa. Os minutos passaram e logo a sala estava cheia, todos estavam em suas panelinhas, conversando animadamente, enquanto Pete estava só, apenas apoiado na mesa enquanto encarava o quadro ainda limpo em sua frente.

— Onde está o viadinho revoltado? - uma voz se fez presente em seus ouvidos e Pete levantou o olhar, observando um dos meninos que o perseguia diariamente - te fiz uma pergunta, caralho!