Capítulo Três

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— A genética da família Kornwit Theerapanyakul é impressionante - Porsche murmurou após ver o carro altamente luxuoso se afastar - todos são lindos!

— Tenho que concordar - Pete murmurou enquanto passava seus pequenos dedos em seu cabelo liso, num corte estilo tigelinha - vamos indo? Já está ficando tarde…

— Vamos! - Porsche passou seu braço pelos ombros do menor e se pôs a caminhar com o outro ainda grudado em si - acabei reparando nos olhares direcionados a você. Aquele gostoso estava tirando cada peça de suas roupas com aqueles olhos incrivelmente felinos - o mais novo olhou espantado para o mais velho. Como ele podia ditar palavras tão baixas na maior naturalidade?

Ainda mais para dizer um absurdo desses — Pete era um homem assim como Vegas, sem chances de acontecer algo além de uma boa convivência.

Até porque, se envolver romanticamente com uma pessoa do mesmo gênero que você é estritamente errado, um pecado imperdoável… Não é…?

— Pare de falar absurdos! - Saengtham mais novo exclamou enquanto seus olhos transmitiam o quão assustado estava - eu sou um homem de Deus, nunca irei cometer tamanho erro me relacionando com outro!

— Espero ansiosamente pelo dia em que você vai abrir esses belos olhos para o mundo real e ver a merda que está passando - Pachara suspirou e deixou um pequeno selar na bochecha de Pete - amanhã venho lhe buscar para te acompanhar até a escola.

Pete deu um pequeno sorriso ao amigo e se virou para sua casa, entrando rapidamente ali. O maior do lado de fora suspirou novamente ao ver os passos apressados do menor.

Porsche odiava como Pete se reprimia ao máximo ao lado de seus familiares. Ele esperava que algum dia — bem próximo se possível — Pete veria como seu pai é um ser humano desprezível, manipulando seu filho ao máximo, usando da religião a seu favor.

Assim que pisou seus pequenos pés dentro da residência, Pete deixou seus sapatos usados num canto da parede e correu para o andar de cima. Queria tomar um banho para tirar a sujeira que adquiriu no dia.

Deixou sobre a cama uma camiseta roxa escura e uma jardineira na mesma cor, a diferença era que o roxinho era pastel — sorrindo, caminhou até o banheiro e tirou suas roupas usadas e sujas, as colocando no cesto de roupas sujas que tinha ali no pequeno banheiro.

Pete se lavou calmamente enquanto cantava uma das várias músicas gospel que ele conhecia. Fechou o registro quando estava devidamente limpo e se secou em sua toalha macia como algodão. Voltou para o quarto e vestiu a roupa que havia separado, foi até sua pequena prateleira e alcançou seu perfume de morango que tanto amava e deixou algumas borrifadas pela pele. O menor se virou para o espelho e sorriu ao ver seu reflexo.

Direcionou seus passos suaves até o andar debaixo e encontrou Malee preparando o jantar enquanto cantarolava uma música na qual Pete não conhecia.

— Deixe-me te ajudar, mamãe - Pete sorriu gentilmente enquanto tirava a tigela repleta de porco frito de suas mãos.

— Obrigada, meu amor - Malee sorriu olhando para o filho. Seu olhar desceu para suas roupas e seu olfato capturou o cheiro doce que Pete exalava. Seus sentidos falharam por um momento. Lembranças de seu primeiro filho invadiram sua mente.

Tay costumava usar roupas naquele estilo fofo e único que só os filhos dos Saengtham tinham. Era algo bem agradável de se ver, mas que não agradava nada ao seu esposo.

— Você está lindo, querido - Malee deixou escapar atraindo a atenção do mais novo. As bochechas de Pete esquentaram e um rubor rosado tomou conta de seu rostinho delicado.

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