Capítulo Sete

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— O Senhor esteja conosco! - a voz alta e grave do padre ecoou pelas caixas de som da igreja, anunciando os votos finais da celebração. Em seguida, a voz de todos os fiéis completaram a frase do padre, como um coro - abençoe nos o Deus todo poderoso, Pai, Filho e o Espírito Santo, amém. Vão em paz e que o senhor os acompanhe!

— Graças a Deus! - se curvaram de maneira respeitosa e logo o padre estava caminhando pelo grande corredor da igreja enquanto o coral cantava um dos hinos de saída.

Pete sorriu acenando para o velho que andava no corredor. O senhor prontamente sorriu e devolveu o aceno do pequeno garoto já conhecido por todos ali — Porsche apareceu e passou seu braço pelo ombro do outro, o guiando para fora da igreja calmamente.

— Que Deus abençoe e acompanhe a viagem de vocês, filhos - o padre levantou suas mãos como se estivesse abençoando a van. Os adultos que estavam ali juntaram as mãos e se curvaram novamente.

Aquela semana foi uma correria para os frequentadores da matriz. Iria acontecer o primeiro retiro do ano em Pattaya, então todos estavam atarefados ao extremo até aquele dia — Pete mal tinha tempo, o pequeno era praticamente um escravo dos mais velhos. Vegas visitava diariamente a matriz, mas sempre saia irritado pois simplesmente não conseguia trocar mais de um “oi” com o menor que praticamente corria pelos corredores da igreja.

Os pais de Saengtham e Pachara iriam para o retiro, já que a presença dos mais velhos era obrigatória — Porsche ficou feliz, o garoto gostava dos pais, mas amava quando tinha a casa sozinha para si. Pete ficou triste, nunca ficou longe dos pais por tanto tempo — um mês e meio — mas o garoto iria ter que se acostumar com a falta da presença dos mais velhos naquele ano.

— Fiz a compra do mês e deixei tudo guardado na geladeira e nos armários da cozinha, caso sinta fome, cozinhe algo do seu agrado, querido - Malee sorriu para seu filho e deixou um beijo em sua testa - não falte a escola e tenha cuidado. Não abra a porta para ninguém além de Porsche e Macau — a mais velha sussurrou no ouvido de Pete que assentiu - amo você, meu filho.

— Te amo, mamãe - Pete a abraçou, mas logo a soltou e se virou ao seu pai - também te amo, papai.

— Hm - o mais velho apenas resmungou sem o olhar. Porsche bufou irritado ao ver a atitude do outro e se virou para se despedir dos pais - espero que se comporte enquanto eu não estiver aqui. Não se esqueça que mesmo longe, o papai sabe de tudo o que acontece aqui - deixando um aperto forte no ombro do menor, entrou na van e se sentou num dos bancos enquanto passava as mãos nos cabelos pretos - vamos logo, Malee! Já deu de bajulação!

Deixando um último abraço no filho, a mulher correu para dentro da van assim como os pais de Pachara — um dos homens fechou a porta da van e todos os fiéis que ficaram de fora, acenaram enquanto observavam a van se afastar calmamente.

— Finalmente livres! - Porsche exclamou saltitante. Pete revirou seus olhinhos e sorriu ao focar seu olhar atrás do maior - hm, já até sei que está se aproximando.

— Vegas! - Pete ignorou a fala do amigo e andou rapidamente até o mais velho que estava encostado numa das pilastras da igreja. Enquanto andava, seus olhos baixaram para a roupa do empresário. Kornwit usava uma calça de alfaiataria preta, uma camisa branca com as mangas arregaçadas e poucos botões abertos na região do peito, mostrando parte do desenho que tinha ali. Seus pés cobertos por um sapato preto social perfeitamente ilustrados. No rosto, os óculos escuros tamparam seus olhos felinos. Os passos de Pete falharam um pouco enquanto o menor ainda analisava o outro, mas logo se recompôs e parou do lado do outro - como vai?

— Melhor agora - Kornwit tirou os óculos do rosto e encarou o menor profundamente. Pete sentiu suas bochechas esquentarem e abaixou o olhar, envergonhado - existe algum problema comigo? Todas as vezes que você se aproxima de mim, suas bochechas ficam vermelhas.

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