Capítulo Dezessete

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O rapaz de estatura média, postura e olhar soberbo, encarava cada canto daquele enorme apartamento deveras luxuoso, mas que ainda não era do seu agrado.

— O que achou? - perguntou a simpática senhora. Tawan apenas a olhou com desdém e jogou duas malas no meio da sala.

— Esperaria algo melhor, isso daqui é idêntico a um muquifo - respondeu tirando seus óculos de sol - mas como não irei ficar por muito tempo aqui, irá satisfazer meus desejos por agora. Agora volte para seu lugar, sua presença me irrita!

Sem chances de responder, a senhora cabisbaixa apenas se curvou e se retirou rapidamente do apartamento.

Respirando fundo, Tawan levou as malas até o quarto principal e as colocou sobre a cama — guardou suas diversas peças de roupas luxuosas no closet que tinha ali. Aproveitou para arrumar sua coleção de tênis e saltos num dos compartimentos do móvel.

— Olha só, estou de volta num lugar que eu tanto odeio, mas o que eu não faço para sentir o gostinho de todo aquele dinheiro novamente — murmurou assim que terminou de arrumar suas coisas. Tawan caminhou até a enorme janela e se apoiou nas grades da sacada, observando friamente o enorme letreiro de um dos prédios mais requisitados da Tailândia — em breve, tudo isso será meu, principalmente você, Vegas.

Riu se colocando a caminhar para fora do apê — alguns minutos seguintes, o rapaz se encontrava dentro da BMW modelo SUV que tinha alugado por todo o tempo que ficaria na capital. Dirigia calmamente até a penitenciária juvenil de Bangkok, ele queria ter uma simples conversa com um dos detentos daquele lugar.

Atualmente, Tawan estava morando em um dos bairros nobres de Londres às custas do dinheiro que conseguiu arrancar de Theerapanyakul e do ex melhor amigo do mais velho, Mark — quando a traição veio à tona e Vegas o expulsou de sua vida, Tawan terminou tudo o que tinha com Mark e fugiu para a Inglaterra, onde ficou por todo esse tempo, mas o dinheiro estava acabando e aquele sentimento soberbo e ambicioso estava aflorado em sua mente. Ele queria muito mais daquele dinheiro. Agora ele teria que lutar contra o idiota do novo namoradinho de seu ex.

Mas de uma coisa Tawan tinha certeza, ninguém era páreo para ele, não seria um buraco novo que iria acabar com toda sua vida!

Estacionando de frente a penitenciária, Tawan trancou o veículo e caminhou até a entrada, olhando tudo ao redor com extremo nojo.

— Bom dia senhor, com o que posso ajudar? - uma das policiais perguntou, encarando friamente o rapaz arrumado.

— Quero falar com o novo detento, Kiat Bunmi - respondeu com extremo desdém. A mulher o encarou por mais alguns instantes com um pingo de dúvida pairando sua expressão.

— Um policial irá o acompanhar até uma das salas de visita - dito isso, a mulher se retirou enquanto acendia um cigarro velho.

Revirando os olhos, Tawan seguiu um enorme policial até a tal sala — o caminho até o lugar era sujo e escuro, aquilo estava o arrepiando até os nervos.

— Espere um minuto, logo o detento chegará - dito isso, o policial empurrou o rapaz para dentro da sala e fechou a porta.

— Grosso - Tawan limpou com repulsa o lugar onde foi tocado e se sentou na cadeira velha após praguejar mentalmente - esse lugar é nojento.

— Entre logo, moleque! - uma voz alta e grave inundou os tímpanos de Tawan. A porta foi aberta bruscamente e o jovem foi jogado para dentro - vocês tem exatos dez minutos - dito isso, aquele mesmo policial fechou a porta e Tawan encarou o adolescente no chão.

— Desgraçado! - praguejou o menino e se levantou, se sentando na outra cadeira - quem é você e o que está fazendo me visitando?

— Sou Tawan Suppasit e estou aqui para tentar um acordo - o homem respondeu com um sorriso e o adolescente levantou as sobrancelhas.

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