O plano

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O cenário pós-incêndio trouxe consigo uma atmosfera carregada de tensão e desolação e um Luke determinado a dar um fim nisso de uma vez por todas. Entre os carros na garagem da cafeteria, Luke avistou Marcela, sua figura se destacando como uma sombra entre os faróis dos carros que estavam indo embora. A aproximação dele foi calculada, escondendo a verdade que pulsava por trás de seus olhos.

— Marcela, precisamos conversar. — Luke falou, mantendo uma expressão controlada enquanto observava atentamente cada reação dela.

Marcela, ainda imersa em seu próprio jogo, se virou para encarar ele com uma mistura de surpresa e nervosismo.

— Luke, eu... eu nem sei o que dizer sobre tudo isso. — Ela tentou parecer sincera, mas havia um lampejo de ansiedade em seus olhos.

Luke, aparentando vulnerabilidade, se aproximou mais.

— Marcela, tenho pensado muito sobre nós. Sobre o que poderíamos ter sido. — Seus olhos encontraram os dela, fingindo uma profundidade que escondia sua verdadeira intenção.

A obsessão de Marcela por Luke estava prestes a ser usada contra ela mesma, e Luke sabia disso. Ele continuou, explorando as brechas que a paixão unilateral dela havia criado.

— Sempre senti algo por você, Marcela. Algo que nunca pude expressar completamente. — Luke falou, escolhendo palavras que provocassem a imaginação de Marcela, alimentando a fantasia que ela construíra em sua mente.

Marcela, momentaneamente surpreendida pelas confissões, começou a ceder à narrativa que Luke habilmente tecia. Sua expressão, uma mistura de esperança e incerteza, revelava uma vulnerabilidade que Luke planejava explorar.

— Luke, eu... eu pensei que talvez você pudesse sentir algo por mim também. — Marcela confessou, suas defesas começando a desmoronar.

Luke aproveitou o momento.

— Marcela, você faria qualquer coisa por mim, não faria? — Ele questionou, canalizando a obsessão dela para um terreno mais traiçoeiro.

Os olhos de Marcela brilharam com uma devoção inabalável.

— Claro, Luke. Eu faria tudo por você. — Ela respondeu, sem hesitação.

Luke, agora ciente do controle que estava ganhando, intensificou sua abordagem.

— Então, me diga, Marcela. Tudo isso... o incêndio, a inseminação, é verdade? O que você realmente quer? — Sua pergunta pairava no ar, carregada de um desafio sutil.

Marcela, capturada entre suas próprias emoções e a manipulação de Luke, não conseguiu esconder por mais tempo.

— Eu queria você, Luke. Queria que você me visse, me notasse. Fiz essas coisas erradas, mas só porque eu te amo tanto. — As palavras dela eram carregadas de desespero e revelação.

Luke, segurando a verdade como uma arma afiada, manteve sua expressão cuidadosamente controlada.

— Então, é isso. Você fez tudo isso por amor? — Ele continuou a sondar, a obrigando a confrontar as consequências de suas próprias ações.

Marcela assentiu, suas defesas agora totalmente derrubadas.

— Eu faria qualquer coisa por você, Luke. Até mesmo... até mesmo destruir o que nós separa — Ela admitiu, deixando uma verdade sombria pairar entre eles.

A confissão de Marcela ecoou no ar, e Luke, com a máscara de vulnerabilidade ainda intacta, percebeu que tinha obtido a confissão necessária.

A verdade, agora revelada, abria caminho para as próximas etapas da busca por justiça e reparação. Luke encarou Marcela com uma mistura de nojo e pena, ciente de que precisava agir com precisão para garantir que ela enfrentasse as consequências de suas ações.

Lie To Me • JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora