capitulo 10

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Helena

-Eu tô bem, juro. -falei tomando um gole de chá de boldo

A tia Gabi colocou a mão na cintura negando com a cabeça enquanto o tio Guga foi dormir faz uma cota.

Rafa: Mãe, deixa que cuidamos dela. -falou e se jogou ao meu lado

Aurora: Tá uma pior que a outra. -brincou amarrando o cabelo

Gabi: Vou subir, mas qualquer coisa me chamem. -beijou minha testa e das meninas

-Obrigada tia. -ela sorriu subindo pro quarto

Rafa: A ressaca acabou com nossa noite das meninas. -jogou a almofada no chão

Aurora: Já que é assim, vou ali ver meu homem. -brincou e levantou indo no quarto dos meninos

Rafa: Eu tô apaixonada pelo teu irmão. -alertou e eu abrir a boca -Tu beijou o meu, eu vi.

-Para provocar o Henrique. -apontei o dedo

Rafa: Deu certo?

-Não sei, já desistir também.

Escutamos passos e o Gui passou a mão no cabelo descendo as escadas.

Gui: Posso dormir no teu quarto? -resmungou se aproximando da Rafa

Rafa: Não ia dormir no teu? -olhou de lado

Cadu: Leonardo e Aurora tomaram o local. -falou bicudo

Rafa: Eu ia dormir lá, mas dividimos.

-Eu durmo por aqui mesmo. -segurei os lençóis no colchão da sala

Gui: Te faço companhia, pô. -sorriu travesso

Henrique: Eu durmo com ela. -apareceu na sala

Observei o cabelo dele molhado e o short coquetel marcando todo o pote de mel.

Meu Deus Helena!

Cadu: Preciso dormir, alguém decide logo. -falou embolado

Rafa: Vem, vamo pro meu quarto. -levantou puxando ele

Cadu: Eu tô sonhando que tu me chamou pro teu quarto? -piscou

Gui: É pesadelo mermo, porque eu vou junto. -levantou seguindo ambos e o Cadu deu dedo -Se liga rapá, não esqueça que tu tá na minha favela.

Cadu: Empata foda. -gritou

Fiquei em silêncio olhando o colchão no tapete.

-Não precisa dormir comigo. -me ajoelhei procurando meu celular

Henrique: Quero ficar de olho em tu, não tá consciente.  -estendeu a mão entregando meu aparelho

-Eu tô sim.  -liguei o celular e a luz quase me cegou fazendo desligar e enfiar a cara no lençol -É só dor de cabeça.

Henrique: Tô vendo. -puxou o travesseiro deitando ao meu lado

-Só dorme. -resmunguei fechando os olhos

Henrique: Prefiro te ver dormir. -passou a mão no meu cabelo como sempre fez

-Por que tu é assim? -abrir os olhos

Henrique: Como? -me encarou

-Não queria ter essa atração por tu, de verdade. -suspirei e ele ficou calado me observando

Henrique: Quando surgiu isso? -iniciou um cafuné lento

-Não vou ficar declarando minha ilusão. -sorrir fraco

Henrique: Tô tentando entender quando surgiu essa ideia na tua cabeça. -bateu um dedo na minha testa

-Tu tinha 27 anos, e eu 13 anos. -esfreguei os olhos e me apoiei no braço dele ignorando meu coração acelerado

Quando ainda não tinha assumido meus sentimentos fazendo ele se afastar, éramos mais grudados.

Sempre fomos, e vejo que não quero perder isso. Nem que eu precise ignorar o que sinto.

Henrique: É estranho, tu brincava de boneca e eu já tava fodendo. -falou coçando o rosto -Isso é um problema, entende?

-Não existia maldade, eu era uma menina que encontrou um homem mais velho e me apaixonei. Toda menina já teve essa experiência, se apaixonar por alguém mais velho.

Henrique: E quando existiu maldade?

-Não quero falar. -tampei o rosto e ele sorriu de lado -Não me julgue.

Henrique: Eu te julgo desde aquela noite.

-Tá, foi quando eu tinha 16 anos. -encarei o rosto dele -Era aniversário da Aurora, tínhamos organizado as camas na sala da casa do vô Fael. E naquela noite, dormimos juntos pela primeira vez.

Henrique: Eu lembro. -franziu as sobrancelhas

-É, geral tinha bebido e eu era a única de menor e sóbria. -mordisquei os lábios -Digamos que eu e tu dormimos de conchinha e ficamos bem próximos.

Henrique: Tu se aproveitou de mim bêbado? -me afastou

-Não, tu se encostou e eu apenas deixei. -dei ombros

Henrique: Como eu tava? -virou o corpo se moldando em mim -Assim?

-Não consigo entender, tu não quer e fica provocando. -falo indignada

Henrique: Não é que eu não quero, eu não posso. -murmurou no meu pescoço

-Por que não pode? -virei a cabeça sabendo que ele tava acordado mas fingiu não ouvir

Arrumei meu corpo aceitando a conchinha e peguei no sono.

LEALDADE (ÚLTIMA GERAÇÃO) 3° LIVRO (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora