capítulo 36

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Helena

Baile na Penha, o dono do morro terá um herdeiro em breve. Só escutava isso, de alguma forma era bom ver a família reunida e feliz.

Eu gostava de ver meu tio feliz com minha pessoa favorita que é a Aurora. Amava ver meus avós felizes, senhor Fael tirando a marra pra agradecer a Deus pela vida e dona Bianca sorridente.

Madrinha Lorena tá radiante diante da notícia, acabou reunindo toda geração no camarote.

Cada dia que passa a tal missão se aproxima, e só sabemos que é para pegar um tal de miliciano da Cascada.

Aurora: Tô enjoada. -resmungou

Rafa: Pega água e limão. -entregou um copo

-Já tô imaginando o chá revelação. -enrolei o cabelo levantando a cabeça vendo o Henrique no canto fumando baseado

Observei o camarote lotado, algumas mulheres que nunca vi. Claro, os casados tavam afastados e os solteiros distribuindo flerte.

Nessa hora preciso pensar, eu e Henrique somos o que? Um caso sigiloso, mas quem não sabe o quanto ele é mulherengo.

Antes de vim pro baile ele tava conversando com o tio Bob e depois me ignorou completamente.

Aurora: Consigo ouvir teu cérebro queimando. -falou do meu lado

Rafa: Deve ser porque Vitor tá empurrando uma loira no colo do Henrique. -virei a cabeça vendo a cena bonita

-Teu irmão é o único que eu largaria na pista no meio dos canas. -falei pra grávida que se abanava

Aurora: Tem dedo do teu irmão ali. -gargalhou e eu vi o Cadu esperando alguma reação do Henrique

Como esperado a loira começou a rebolar no colo dele e ele virou a cabeça como se estivesse me procurando na pista.

Vi os meninos se manifestando provocando ele.

Rafa: Quem é aquela morena se aproximando do meu homem? -resmungou levantando e segurou meu braço -Vamo mostrar que tem dona alí.

Aurora: Bora, Leonardo tá na reunião. -levantou e logo apareceu alguns vapores fazendo escota dela

Subimos pro camarote e os coroa já tavam se despedindo. Me aproximei do meu avô e assim que me viu ele beijou minha testa.

Fael: Tá mandada né, quase nunca vai ver teu vô.  -alisou meu cabelo

-Te vejo sempre, larga de neurose. -beijei a bochecha dele

Rafa: Marcos Vinícius? -virei vendo a voz ativa da minha cunhada e meu irmão abaixando a cabeça se afastando de algumas mulheres

Cadu: Aí tu me quebra pô. -resmungou indo abraçar ela

Rafa: Vitor, tu também. -proclamou e eu virei rindo da situação

Vitor: Tá vendo Cadu, nossa mulher com ciúmes. -provocou

Cadu: Não tenho neurose de te levar pra sala de tortura, filho da puta. -bateu na cabeça dele

Aurora: Sogro, cadê teu filho? Preciso dormir urgente. -aproximou roubando meu lugar no abraço do meu vô

Me afastei um pouco na grade e virei a cabeça vendo o Henrique de papo com a loira.

Permaneci encarando ele que franziu a sobrancelha.

-Eu preciso largar de ser besta. -murmurrei pra mim mesma

Gui: Tô vendo uma princesa Diana bolada no meio do camarote sozinha mermo? -virei pra ele e sorrir abraçando sua cintura -É um milagre, papo reto. 

-Milagre é tu sair da Maré.

Gui: Pô, responsa em ser frente de favela é foda. -beijou minha testa -Tô com problema pra caralho, mas hoje é um baile especial.

-É mesmo. -concordei 

Gui: Não deu certo? -apontou pro Henrique e virou pra mim

-Tava dando, mas não posso cobrar nada Gui.

Gui: Se eu fosse ele já tinha te assumido. -me encarou e eu sorrir de lado

-E enfrentaria os homens da família? -apontei com a cabeça pro meu pai e meu avô

Gui: Loucura por amor, gatinha. -piscou

-E quem disse que é amor?

Gui: Não é? -cruzou os braços -Tu gosta dele, e ele já me ameaçou só por encostar em tu.

-Acho que é só mais um lance. -murmurrei -Tô afim de beber um pouco.

Gui: Te pago uma bebida, posso? -estendeu a mão

-Pode, mas tamo na minha casa né. -brinquei e segurei a mão dele -Eu te pago uma.

Descemos pra pista e eu virei shot atrás de shot, consegui ignorar o Henrique e a putaria que tava rolando no camarote.

Guilherme me fez sorrir, ele tem esse dom.

Gui: Tu é especial pretinha, se teu coração não tivesse dono. Iria te conquistar e te assumir como minha fiel, minha 01 pô. -beijou minha testa

-Eu tenho dono? -franzi a sobrancelha

Estava calada encostada no ombro dele.

Henrique: Tem dono mermo. -levantei a cabeça indignada ao ouvir essa voz rouca

-Tenho? -falei irônica -Depois de se esfregar naquela loira tu vem tirar de meu dono?Não fode.

Gui: Papo reto. -falou segurando minha cintura quando eu levantei

Henrique: Pode soltar ela. -resmungou e segurou minha cintura

-Tem como tu não encostar em mim? -balancei as mãos

LEALDADE (ÚLTIMA GERAÇÃO) 3° LIVRO (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora