capítulo 7

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Helena

Terminei de passar o hidratante da OBoticário que custou todo o meu salário, mas estou com a pele macia e cheirosa.

Ret: Nem vai mais. -virei a cabeça vendo o meu pai encostado na porta -Pode desmarcar.

-Pai, larga de ser problemático. -resmunguei e levantei indo até ele

Ret: Essa saia tá amostrando tudo, Helena Macedo Figueredo eu paguei a melhor fralda e o melhor leite ninho para tu crescer e algum filha da puta te olhar com malícia?

-Eu tenho 18 anos e nunca apresentei nenhum namorado para família.

Ret: Graças ao meu colega. -apontou para o teto -Não quero nenhum otário passando a mão em tu.

-Essa é a lei da vida, acha que eu vou morrer solteira?

Ret: Se depender dos teus tios, padrinhos, avô, primos e do teu irmão.

-Cercada de homens que não querem minha felicidade. -fiz drama e ele se aproximou segurando meu rosto

Ret: Quero tua felicidade, longe de qualquer indivíduo que entre na tua vida. -sorriu travesso e eu revirei os olhos -Se algum homem te fazer chorar Helena, eu acabo com a vida dele e será apenas por tu.

-Certo senhor Filipe, estou liberada para minha curtição agora?

Ret: Não prefere mermo ficar com teu papai e tua mamãe enrolados assistindo novela mexicana? -levantou as sobrancelhas

-Pode ser final de semana ,prometo.

Ret: É isso, criamos os filhos pro mundo. -passou a mão no peito -Quando tu cresceu?até ontem me fazia se vestir de princesa e eu era o único homem da tua vida.

Luana: Não mexe com a filha dos outros por que tu pode ter filha mulher, Deus castiga e o mal que tu fez vai voltar para você. -cantarolou rindo e o meu pai olhou feio para ela

Ret: Sai Diaba, eu nem quero papo contigo.  -fez careta e apontou para mim -Só tô deixando tu ir nesse baile por que sei que meu parceiro Guga e o Vigor é responsa. E tu volta hoje mermo?

-Vou dormir na casa da tia Gabi e do tio Guga, mas volto amanhã cedo. -virei a cabeça

Ret: Fique longe daquele trombadinha do Guilherme. -fez sinal -Cadu vai tá lá, e o Henrique não é para sair do teu pé.

Luana: É a noite das meninas, deixa elas. -entrou em minha defesa

Caminhei até eles e deixei um beijo nos dois.

-Prometo me comportar. -sorrir de lado

Aurora: Bora mulher, estamos atrasadas. -gritou aparecendo no quarto -Bença padrinho, bença madrinha.

Luana: Deus te abençoe. -beijou a testa dela

Ret: Serve pra tu também. -apontou para ela

Aurora: O quê?

Ret: As duas na linha, nada de problema.

Aurora: Sim senhor. -fez sinal e segurou meu braço -Podemos ir?

Luana: Liberadas, divirtam-se. -piscou sapeca

Ret: A noite é toda nossa Anabelle. -beijou o pescoço dela -Hoje eu faço o nosso terceiro filho.

-Não precisava ouvir isso. -fiz careta e desci as escadas com a Aurora

O Cadu já tava com a mochila nas costas, uma blusa branca e bermuda preta. O cigarro na orelha que ele nunca fuma mas gosta de usar por que diz que é charme.

Cadu: Finalmente. -resmungou abrindo a porta -Hoje a noite é uma criança.

O carro do Henrique já estava na frente de casa.

Ele no banco do motorista e o tio Léo no banco do passageiro, sentei atrás entre a Aurora e o Cadu.

Aurora: Amiga, tamo chegando. -falou no celular e eu vi as mensagens da Rafa chegando

Léo: Espero não termos problemas hoje. -bateu no braço do Henrique em um diálogo entre eles

Henrique: Tô carregado hoje. -apontou para pistola na perna direita

Aurora: Sem procurar confusão na favela alheia, tá ouvindo Leonardo?

Léo: Pego lá, trago pra minha favela e cobro. -respondeu simples

LEALDADE (ÚLTIMA GERAÇÃO) 3° LIVRO (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora