capítulo 40

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Helena

Sozinha em casa, essa é minha realidade agora. Senhor Ret tá nas apostas na casa do vô Fael, dona Luana com madrinha Lorena, e o Cadu nunca para em casa.

Henrique: Tá suave? -se aproximou batendo a porta

-Poderia tá melhor, né. -virei vendo ele com as sacolas na mão -O que é?

Henrique: Tuas coisas aí. -jogou no meu colo e sentou ao meu lado

Abrir a sacola vendo absorvente, remédio e chocolates.

-Acho que estou apaixonada. -coloquei a sacola de lado e pulei no colo dele

Henrique: Com todo respeito tu tá recebendo o mínimo. -beijou meu queixo

-Eu tava certa quando disse que homens mais velhos são mais cavalheiros. -pisquei e ele apoiou as duas mãos na minha cintura

Henrique: Manda o teu papo, minha idade não te deixa com receio?

-Por que deixaria?

Henrique: Tu precisa viver a fase que eu já vivi, e eu preciso viver outra fase.

-Que fase?

Henrique: Ter uma família, sossegado tá ligado?

-Tu já não sossegou?

Henrique: Sim, mas quando eu te assumir é isso que tu quer?ficar grudada em mim mesmo sendo anos mais velho que tu?

-Tu tá fazendo uma cara estranha. -passei a mão entre a ruga da sobrancelha dele -E tá agindo feito um inseguro, tu não é um idoso Henrique. E se eu te quis anos atrás e continuo te querendo é por que eu sinto algo por ti.

Henrique: Não me lembra de anos atrás, tu era uma adolescente. -franziu a testa novamente e eu alisei o rosto dele

-Eu tenho muita coisa pra te dar. -pisquei maliciosa e gargalhei da careta dele -Incluindo meu coração.

Henrique: Tá apaixonada Helena Figueredo?

-Talvez, isso é ruim? -analisei seus traços e ele negou segurando meu rosto

Iniciei um beijo lento com mensagens diretas, me entreguei pra Henrique com tudo que posso dar.

Henrique: Zona de risco encrenca. -deu dois tapas na minha perna e eu sentei no sofá novamente

-Quero assistir algum desenho.

Henrique: Papo reto, tô enrolado com uma 5° série.

-Tu vai assistir também.

Henrique: Vô nada, enquanto tu assiste eu resolvo minha treta. -pegou o celular

(...)

-Henrique para de graça. -falei quando ele bateu a almofada novamente no sofá

Henrique: Esse peixe vai ficar procurando nemo o tempo todo mermo? -me encarou

-Não era tu que não assistia desenho? -cruzei os braços rindo

Henrique: Tu não me deixa prestar atenção no celular, pô. -resmungou

Eu realmente chamava a atenção dele o tempo todo até ele desligar o celular e começar a assistir procurando Nemo.

-Calma preto. -brinquei e ele virou a cabeça levantando a sobrancelha

A porta de casa abriu e eu virei vendo senhor Ret entrar segurando um bolo de dinheiro.

Ret: Afasta. -falou alto se aproximando -Tá muita intimidade isso aí.

Tirei minha perna no colo do Henrique que se afastou um pouco.

-Bença senhor Filipe.

Ret: Deus te abençoe e te livre de qualquer marmanjo suicida. -brincou beijando minha testa -Cadê tua mãe?

-Tá com a dinda.

Ret: Te deixou sozinha com esse indivíduo? -analisou Henri

Henrique: Sou protetor dela. -abriu os braços

Ret: Protetor fica grudadindo assistindo desenho? -cruzou os braços

-Sim, pai para de graça.

Ret: Tu só assiste desenho comigo. -colocou a mão no peito indignado

Henrique: Senta aí pra assistir, pô.

Ret: Agora mermo.

-Tá falando sério senhor Filipe?

Ret: Nunca falei tão sério. -sentou empurrando Henrique e me abraçou -Já assistimos esse desenho quantas vezes mermo?

-Nem lembro. -falei pegando a sacola de chocolate

Henrique: Posso ir embora agora, né?

Ret: Negativo, fica aí e termina de assistir. -bateu na perna do Henrique

LEALDADE (ÚLTIMA GERAÇÃO) 3° LIVRO (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora