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Diego sentiu o ar faltar.

Como ele mesmo disse e sabia, o homem realmente o pagaria bem, embora continuasse não sendo o mesmo que Amaury lhe deu alguns dias atrás.

Seu corpo inteiro arrepiava com a proposta e demonstração de que o empresário queria mesmo sua atenção.

— Não preciso que você pague o dobro.

Diego respondeu enquanto, com um sorriso, deslizava a língua pelos dentes, mascando um chiclete que até esquecia que estava em sua boca.

O provocava, é claro. Diego adorava desafios, provocações e flertes, e não pouparia qualquer oportunidade, ainda que diante de alguém como Amaury, principalmente notando o efeito que tinha sobre ele.

O modelo deu alguns passos para trás, desdenhando da proposta feita pelo mais velho e virando o corpo para voltar a quem o esperava.

Entretanto, seu corpo paralisou de costas a Amaury quando ouviu sua voz novamente, sentindo seu braço sendo segurado mais uma vez. O empresário se aproximava, deixando os corpos perto o suficiente para que o modelo sentisse o calor alheio.

— Pago o triplo.

Diego virou o rosto para o de Amaury, sentindo-se completamente paralisado. Não conseguia se mover, pensar ou agir. Por qual motivo o empresário estaria disposto a pagar tão caro pela sua presença?

Os olhos redondos e castanhos do modelo buscavam qualquer feição irônica ou mentirosa no rosto do mais velho, qualquer marca, qualquer detalhe, absolutamente qualquer coisa que denunciasse alguma piada com sua cara.

Não havia nada disso.

Diego apenas notava uma presença firme, decidida e que definitivamente, não aceitaria um não como resposta.

Apesar disso, o modelo ainda não conseguia responder, estático e desacreditado.

Amaury aproximou o rosto, a poucos centímetros do de Diego, agora apertando ainda mais o braço que segurava, demonstrando toda uma expressão corporal brutal, ainda que não chegasse perto de realmente machucá-lo.

— Eu vou precisar pagar quatro vezes a porra do valor pra você vir comigo?

A voz grossa e imponente mais uma vez deixava Diego desconcertado, e até mesmo... excitado.

O que mais lhe deixava absorto e anestesiado não era apenas por conta do dinheiro, mas também porque Diego ficou desacreditado de quanto que Amaury fazia questão que ele não fosse àquele trabalho.

Ainda sem conseguir responder, Diego apenas assentiu com a cabeça, e sem mesmo olhar para trás e dispensar o homem que lhe esperava, foi carregado por Amaury, que soltou seu braço em seguida, deixando a mão no final de suas costas, indicando-o para o estacionamento privativo do prédio.

・゚:*

Diego nunca esteve em um carro tão caro. Os bancos de couro legítimo e o painel em uma cor amadeirada chamavam sua atenção, mas ele ainda estava se sentindo extasiado pelo que havia acabado de acontecer.

A viagem havia sido rápida e silenciosa. Apesar disso, não era um silêncio constrangedor ou incômodo, apenas um silêncio que serviu para que Diego se recompusesse.

Descobriu, quando abriram a porta ao sair do elevador, que Amaury havia o levado para sua casa.

O prédio era enorme, e seu apartamento na cobertura tinha uma visão absurda da cidade de São Paulo. As luzes que refletiam dali eram algo magnífico, deixando Diego imediatamente de boca aberta, caminhando para dentro da sala apenas para observar aquela vista.

Red Lights | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora