Os olhos de Amaury buscavam tudo no rosto de Diego, encarando os orbes castanhos que pareciam assustados ao observá-lo de volta. Ele estava claramente assustado, e era absolutamente compreensível.
O mais velho também estava, agora seu peito doía e seu coração batia muito mais forte do que antes, parecia que o ar faltava nos pulmões ao mesmo tempo que parecia ter o peito cheio de milhares de outras sensações e sentimentos.
Amaury já tinha ouvido aquilo outras vezes, e já tinha também amado outras pessoas. Já tinha se declarado, e já tinha sentido aquele frio na barriga quando ouviu ou disse pela primeira vez. O que ele sentiu nas aventuras e construções que ele teve no decorrer de sua vida não chegavam perto do que reconhecia sentir por Diego, e ele sabia que isso não desvalorizava tudo que já sentiu em outras relações, porque ele sabe que era genuíno e intenso.
Mas ali, enquanto o encarava sob as luzes vermelhas e o via tão frágil e exposto, ele entendia que era o início e o fim de suas vidas.
Era o início de algo que apenas começaria naquele exato segundo, e era o fim de tudo que já havia acontecido antes daquilo.
Antes que pudesse ser respondido, Diego falou, evidentemente eufórico enquanto o peito subia e descia ainda mais rápido e intenso, a respiração alta e o corpo trêmulo, que inevitavelmente Amaury conseguia sentir completamente.
— Você não precisa responder.
Diego não esperava uma resposta, na verdade, ele sequer esperava falar aquilo. Sentir, entender, processar, expor. Ele estava assustado, mas havia sido uma decisão sua, e sabia que não poderia cobrar do outro a mesma coisa.
Em contrapartida, já era a segunda vez que Amaury tentava se expressar e era impedido por ele. Ainda que inseguro, incerto e confuso, ele nunca duvidou do que sentia, mesmo que não entendesse ou não soubesse dar nome ao amor.
Quando mais uma vez tentou falar, Diego o beijou, puxando-o pela barba em uma força considerável, enfiando a língua na boca macia e quente, rodeando a língua alheia e explorando cada centímetro daquele espaço que adorava visitar.
Diego se encontrava diante de uma encruzilhada emocional, onde o medo tecia teias densas ao redor de seu coração, prendendo-o em um estado de apreensão agonizante. Cada pensamento sobre confessar seus sentimentos a Amaury era acompanhado por uma onda de ansiedade esmagadora, como se o fato de se expor daquela forma pudesse desencadear uma série de consequências indesejadas.
Amaury representava não apenas o objeto de seu afeto, mas também um abismo de incertezas. Ele tinha medo de se aventurar, e esse medo da rejeição o paralisava, transformando a simples ideia de um possível distanciamento de Amaury em um monstro de proporções incontroláveis. A angústia de ser confrontado com a possibilidade de não ser correspondido era quase palpável, uma sombra pairando sobre sua mente e corroendo sua coragem pouco a pouco.
O quadril de Amaury se inclinou para cima, assim saindo de dentro do corpo do outro, que ainda os conectava tão intimamente, quentes em suas próprias sujeiras.
Quando Amaury tentava parar o beijo e se distanciar minimamente, as mãos trêmulas o agarravam ainda mais forte, avançando mais uma vez na boca macia, recusando-se a ter que encarar o rosto do outro e ouvir o que quer que viesse a dizer.
Ele estava aterrorizado.
— Por que você não me deixa falar?
Perguntou Amaury quando agarrou a mão de Diego, puxando-a para se afastar e consequentemente, podendo recuar o tronco apenas o necessário para observá-lo. Seu corpo tombava levemente para o lado, embora ainda parcialmente por cima dele.
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Red Lights | Dimaury
FanfictionO mundo da moda é repleto de glamour e sofisticação, porém, por trás das passarelas, os segredos que tecem os bastidores podem não ser tão glamourosos assim. Em meio a dualidade desse mercado, Diego Martins, cantor e drag queen, instigado pelos holo...