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Enquanto Agatha, surpresa com a atitude de Amaury, o abraçava ainda mais pelo pescoço, Diego observava a cena com incredulidade, perdendo-se no ritmo sedutor da música que o envolvia ao lado do homem atrás de si.

Os sentimentos que tomavam conta de seu peito eram uma mistura indistinta de ciúmes, angústia e uma sensação de traição dilacerante. Uma fúria incandescente começava a se formar em seu interior, ameaçando consumi-lo por completo.

No rosto de Amaury, percebia-se uma satisfação mal disfarçada, um sorriso traquino brincando em seus lábios, como se ele estivesse saboreando o gosto do desafio vencido, mesmo que para isso tivesse que recorrer à medidas extremas.

Decidido a não se deixar abalar pela provocação ridícula, Diego lançou um olhar desafiador em direção ao empresário enquanto, com determinação, desvinculou-se do corpo que dançava, inclinando-se a Thati e Cauã que conversavam um no ouvido do outro ao seu lado, movimentando-se em danças desengonçadas.

— Amiga, foi mal.

Direcionou a ela quando, sem hesitar, puxou o rosto do homem para perto do seu e o beijou, entregando-se ao beijo com uma intensidade que refletia não apenas o desejo de provocar, mas também uma ânsia de reivindicar sua própria autonomia. A sensação era estranha, uma troca de energia carregada de intenções. Aquilo era um desafio direto a Amaury, uma forma de mostrar que ele também podia participar daquele jogo de provocação.

Mesmo imerso naquele momento de desafio e ousadia, Diego não desviava os olhos de Amaury, assim como era igualmente desafiado e observado. A tensão entre eles era palpável, um campo de batalha emocional onde cada movimento era calculado para infligir o máximo de impacto.

Era insuportável como a raiva e o desejo de machucar o outro falava mais alto naquele momento, atingindo-os em cheio, exatamente como era a intenção irracional das almas sentidas.

Amaury sentiu dor nos dedos, resultado da força com que apertava os cabelos de Agatha na nuca, enquanto despejava ali toda a raiva que tomava conta de seu corpo. Era como se estivesse sendo traído por seu próprio jogo, pelo instinto que o impelia, pelo ego que o dominava, pela insistência que o consumia.

Para quem observasse aquela cena de fora, poderia parecer, no mínimo, irônico. Amaury mergulhava num beijo com Agatha, que se entregava a ele com desejo e volúpia, enquanto Diego falsamente se entregava a Cauã num gesto similar. Ambos casais se grudavam, mas seus olhares permaneciam presos um ao outro, em um confronto silencioso e intenso. A tensão era palpável, visível para todos ao redor, incômoda e inegável.

Percebendo que sua resposta estava surgindo efeito, Diego se permitiu desviar o olhar de Amaury, fechando os olhos e levando ambos os braços para o pescoço de Cauã, abraçando-o, assim dando a entender uma entrega latente ao momento e ao envolvimento das bocas que se grudavam tão persistentemente.

Não apenas Cauã como qualquer outra pessoa ali já tinha percebido aquela tensão entre Diego e Amaury, e ele, portanto, sabia onde estava se metendo, e sabia que estava sendo usado com aquela finalidade. Na realidade, ele não se importou em nada, já que levou as mãos para a cintura do modelo, o lugar preferido de Amaury, puxando-o para si.

Foi naquele momento que o empresário percebeu que o limite atingido tinha sido o seu próprio.

Suas mãos puxaram Agatha para que se afastasse, desvinculando os corpos antes que pudesse agarrar a camisa de Cauã e empurrá-lo para longe de Diego. Cauã recuou, portanto, segurando-se com os pés para que não se desequilibrasse.

Antes mesmo que ele pudesse falar alguma coisa, seu rosto era acertado com um soco pesado do punho de Amaury, forte o suficiente para que o corpo finalmente balançasse, desequilibrando-se entre as pessoas enquanto ia ao chão.

Red Lights | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora