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As palavras de Diego eram cobertas pela provocação e pela lasciva, recheadas de todas as intenções possíveis enquanto sentia a própria boca salivando pelo outro, de sentir o gosto da carne saborosa, os lábios sedentos, o abdômen firme, a virilha macia, o sabor tão... único.

Estava excitada, adorando aquele jogo de provocação em um lugar tão inadequado para aquilo, e principalmente ansiando pela reação do outro, que estava tenso em sua frente, podendo sentir a postura agoniada ao recebê-la com palavras maliciosas.

Quando se afastou minimamente, tombou levemente a cabeça para o lado enquanto o observava, notando o olhar baixo, os lábios entreabertos e úmidos, denunciando-o tão descaradamente.

— Vamos embora.

A voz era quase bêbada, ainda que não fosse pelo álcool que tomou naquela noite, tampouco pelo cansaço, e sim pela vontade, pela saudade e pelo desejo.

Diego apenas riu, assentindo, contente por conseguir o que queria. Ela sabia que sempre acabava conseguindo, mas naquela noite em específico, sabia ainda mais que não teria nenhum pedido seu negado. Amaury estava disposto a fazer tudo que ela bem quisesse, mimá-la e cortejá-la como merecia.

Com os dedos entrelaçados, ele os conduziu pelo ambiente, se despediu das figuras de maior importância e os levou até o lado de fora, onde seu motorista já o esperava, abrindo a porta do carro para ambos, que se colocavam no banco de trás enquanto eram conduzidos para o apartamento do CEO.

Dentro do veículo em movimento, Diego deixou que a mão tocasse a coxa de Amaury, afastando os dedos dos dele quando o acariciou, permitindo que desenhasse a virilha e pudesse sentir o volume evidente ali, mesmo que tentasse se acalmar no caminho para casa.

A respiração funda ao seu lado a fazia sorrir, evidenciando como ele tentava se controlar e não extrapolar nenhum limite na frente de outra pessoa. Diego, entretanto, parecia querer realmente provocá-lo, talvez não propositalmente em busca de um limite, mas atiçando a si em uma vontade avassaladora desde que percebeu o quanto aquela atenção toda a excitava.

Apesar disso, não aprofundou nas carícias por mais que a ideia a agradasse.

Após passar pela porta de entrada e ela ser trancada atrás de si, Diego deixou a bolsa de ombro em cima da bancada enquanto caminhou até o quarto, sentindo os pés doerem pelo salto que maltratava a sola e os dedos, além da panturrilha dolorida enquanto o corpo inteiro queria desesperadamente se livrar do sapato.

Se sentou na cama em seguida, esticando as pernas enquanto apoiava o tronco pelos braços para trás, agarrados ao colchão. A cabeça também era inclinada e os olhos se fechavam, sentindo o cheiro de casa.

Havia se acostumado com o cheiro daquele lugar, daquele quarto e daqueles travesseiros, do conforto da coberta felpuda e dos quadros enormes pendurados nas paredes. Encarar todo aquele cenário trazia uma sensação agradável de linearidade, de pertencimento e de aconchego.

Diego gostava daquilo, é claro, mas ao mesmo tempo odiava como cada vez mais a ideia de sair dali parecia distante. Até mesmo começou a encontrar defeito nos apartamentos que via junto com Amaury, como se estivesse procurando algo que não o agradasse e fosse essa, portanto, a justificativa para não assinar um contrato.

Um sorriso ladino desenhou os lábios quando sentiu a mão firme do outro em suas pernas, descendo sobre o tecido até que alcançasse seus pés, fazendo-a erguer a cabeça e observá-lo.

Amaury estava com um dos joelhos no chão, puxando um dos pés de Diego para que se apoiasse em seu outro joelho posicionado, assim permitindo que os dedos desfizessem a fivela leve do salto, em seguida tirando-o. Os dedos o cercavam em seguida, massageando devagar a sola dolorida, puxando as falanges e o peito do pé para que movimentasse e aliviasse imediatamente o desconforto de antes.

Red Lights | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora