O9

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O show durou aproximadamente 40 minutos, e, após alguns agradecimentos e um público caloroso, Diego e sua equipe saíram do palco, deixando para trás pessoas animadas que voltavam para perto dos bares e de suas respectivas paqueras.

Amaury procurou Felipe para dizer que já voltava, mas, o homem nem estava ali mais, provavelmente perdido em alguma boca.

Arranhou a garganta quando entrou pela porta do camarim, após ser liberado pelo segurança local. Diego, suas bailarinas, Lennon e outros dois amigos estavam animados em uma conversa coberta de êxtase pós show. Foram interrompidos pela presença alheia, quando os olhares curiosos o alcançaram.

— Parabéns pelo show.

Amaury segurava uma garrafa de cerveja na mão quando deu alguns passos lentos no local. A voz era grave e imponente, e embora o elogio fosse à toda equipe envolvida, os olhos do empresário apenas encontravam os de Diego, que retribuía sem desviar.

— Você gostou?

Perguntou a drag, reduzindo o sorriso do rosto e deixando-o mais suave ao ser direcionado ao homem que a engolia com os olhos.

— Gostei.

Respondeu sem se mover, retribuindo o sorriso leve, ladino, quase imperceptível.

— Bom, a gente... vai ali fora, pegar alguma coisa pra beber, né?

Larissa falou quando, sorrindo e entendendo o clima pesado por tamanha tensão sexual, resolve puxar os amigos pelos braços para que saíssem, deixando-os sozinhos no camarim, com a porta fechada e um som alto abafado para fora.

— Achei que você nem viesse.

Respondeu Diego, cínico, virando-se para o espelho de uma das penteadeiras e retocando um batom que não precisava de retoque.

Mais uma vez ele tinha a visão de Amaury atrás de si através do espelho, mas era diferente, já que ele conseguia sentir a presença voraz da fera por perto. Sua fome era quase audível, e os passos lentos faziam Diego segurar um sorriso esperto.

— Que mentira, Diego.

Amaury o repreendia, mesmo que em uma voz lenta, mais baixa, trincando os dentes em um desafio velado. Levou a cerveja até a boca e bebeu os últimos goles, deixando a garrafa na penteadeira em que Diego estava diante.

Através do espelho, Amaury conseguia ver a maquiagem perfeita, os cabelos que sequer pareciam falsos, a roupa sensual, o toque feminino que Diego sempre teve, mas parecia velado, ou em detalhes tão pequenos que não pareciam óbvios.

A drag se virou de frente ao empresário, mais uma vez encurralada por ele, tendo-o tão perto que seu corpo era quase pressionado contra a penteadeira, agora atrás de si.

— E o que você achou?

Embora já tivesse perguntado, agora era diferente. Não era exatamente do show que Diego perguntava, e sim sobre ela. Será que o empresário tinha gostado de vê-la daquela maneira? Será que ele gostaria da Diego tanto quanto gostava do Diego?

Enquanto falava, as mãos subiam o peitoral de Amaury, caminhando aos ombros e apertando-os. As mãos do empresário, entretanto, foram diretamente à cintura nua em sua frente, segurando-a e colando os corpos. Os dedos caminhavam através da pele exposta, indo para as costas e sentindo todas as curvas perfeitamente desenhadas e que, àquela altura, ele já conhecia muito bem.

— Por que não respondeu minha mensagem?

Perguntou um Amaury questionador com a voz baixa e que agora apenas conseguia focar nos lábios cobertos de batom em sua frente.

Red Lights | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora