27

2.4K 226 497
                                    

Diego com as sobrancelhas juntas encarava o homem à sua frente, procurando algum resquício de brincadeira, de riso, mas não havia nada. Amaury falava sério quando declarava que queria gritar ao mundo que era dele. De Diego.

Ele realmente se sentia pertencente a Diego, assim como sentia que ele o pertencia. E em pertencimento, Amaury sentia como se fossem almas pertencentes, almas destinadas, ou algo que se aproximasse daquele enlace único que os unia de forma tão bonita.

— Você não vai fazer isso.

Declarou o mais novo enquanto voltava a apertar os cachos presos em suas mãos, puxando a cabeça de Amaury para que continuassem perto, ainda que ele pudesse desviar o olhar por todo o rosto e admirar cada pequeno detalhe deste.

— Isso é um desafio?

Perguntou sorrindo, fazendo o outro acompanhá-lo ao mostrar os dentes, logo rindo baixo, puxando-o contra sua boca em selos demorados e pesados.

— Como se você precisasse disso pra fazer o que tem vontade.

Respondeu Diego, sem dar tempo de resposta quando afundava a língua na garganta de Amaury, beijando-o com voracidade, devorando os lábios macios e puxando-os para si como se fossem seus, deslizando a própria saliva na carne macia.

Os braços ao redor do seu quadril o puxavam para mais perto, deixando-o então na beira da bancada, com as pernas agarradas ao corpo negro.

Teve o corpo erguido quando levado para o quarto, segurando-se com força no outro, confiando o corpo e a alma naquele andar às cegas para o cômodo que ele também já sabia de cor como chegar.

Aquela noite terminou com os joelhos e mandíbula de Amaury doloridos, mas o gosto doce impregnado na sua boca, exatamente como ele se lembrava, saudoso daquele sabor que se tornou um de seus favoritos.

Já pela manhã, foram buscar algumas das coisas do Diego em seu apartamento, onde ele aproveitou para mostrar para Amaury as pendências pelas quais precisavam ser consertadas.

Quando questionado por ele sobre o motivo de reformar o apartamento enquanto ele era alugado, Diego disse que estava pensando em se mudar para um lugar melhor, mais perto de sua família e mais confortável, precisando, portanto, devolver aquele da forma que lhe foi entregue.

— Deve ter ficado caro.

— Ficou.

Respondeu Diego quando se lembrou do orçamento. Mas, ele sabia desde o começo, e queria aproveitar que finalmente estava tendo retorno financeiro suficientemente bom para que pudesse arcar com gastos como aqueles.

— Eu resolvo isso pra você.

Amaury disse enquanto via Diego colocando algumas roupas na mala para levar até sua casa. Foi encarado com uma carranca quase assustadora, olhos revirados e a ausência de uma resposta.

— O quê? Isso não é um problema pra mim.

Concluiu, dando de ombros enquanto se referia ao dinheiro, sentando-se na cama.

— E também não é um problema seu.

Rebateu com acidez, fazendo Amaury trincar os dentes.

— Ih, pequetito tá abusado. Deixa disso.

Ergueu a mão para que segurasse a de Diego, puxando-o até que o colocasse de pé entre suas pernas.

— Escuta... eu achei que a essa altura você já tivesse entendido que eu gosto de ter meu próprio dinheiro e resolver minhas próprias coisas.

Diego segurou na mão de Amaury, entrelaçando seus dedos de maneira íntima e acariciando-a da mesma forma que também tinha a sua acariciada por ele.

— Achei que você estivesse comigo pelo meu dinheiro.

Red Lights | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora