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Quando chegou na casa de Larissa, Diego foi bombardeado de perguntas e de olhares sugestivos e questionadores, fazendo-o revirar os olhos e tentando se preparar para a onda de brincadeiras que viriam a partir dali.

Não é como se ele odiasse, ele apenas não estava acostumado, e ainda estava incerto de tudo que tinha acontecido nas últimas semanas. Na verdade, tudo que tinha acontecido com ele desde que entrou na Elysium parecia uma loucura.

— Peraí, você tá morando com ele?

Perguntou Larissa, com os olhos arregalados enquanto segurava uma pizza em uma das mãos e uma taça de vinho na outra.

— Não! Tô lá só enquanto termina a reforma do meu apartamento.

Se defendeu ao jogar as costas para trás, sentindo o acolchoado do sofá, puxando os pés para cima e escondendo-os sob as pernas.

— Eu não acredito que você finalmente desencalhou!

Disse Lennon, erguendo os braços enquanto em coro, os amigos gritavam em festa, exagerados e puramente para o irritar, o que certamente adiantava, já que ele juntava as sobrancelhas e escondia o rosto nas próprias mãos.

— Meu deus, eu odeio tanto vocês.

— Eu duvido que você volta pro seu apartamento.

A amiga Biancca alertou, apontando para Diego em pura certeza.

— Pro seu governo, eu já tô olhando outros apartamentos.

— Ah, Diego, deixa disso, o cara é rico, mora numa cobertura caríssima, você vai querer voltar pra aquele muquifo por quê?

As palavras da amiga o fez rir, e era difícil realmente querer voltar depois de estar em um lugar tão bom. E não era por conta do ambiente ser grande, bonito e chique, tampouco por ser em uma localização muito melhor do que a sua, mas porque lá ele tinha Amaury quando acordava e quando dormia. Mesmo quando ele saía mais cedo, deixava um beijo carinhoso em seu pescoço, um abraço apertado, uma voz rouca no ouvido, e da última vez, quando Diego sequer precisava ir para a agência, deixou o café da manhã pronto com um papel que dizia "Já estou ansioso pra voltar pra você".

Ele se derretia, e precisou se controlar para não enviar a ele uma mensagem dizendo "volte logo", pois ele sabia que Amaury era capaz de largar o que estivesse fazendo para realmente ir.

— Porque ele tá me acostumando mal com café da manhã e beijo de boa noite. Não dá, eu preciso sair daquele lugar o mais rápido possível.

Disse rindo, já sentindo-se tonto pelas taças de vinho que tinha colocado para dentro.

— Senão o quê?

— Senão eu não saio mais.

— Eu já acho que você não sai mais.

Disse Lennon, dando de ombros enquanto as amigas concordavam. Diego se sentia estranho, falar tão abertamente sobre aquilo era algo que ele não tinha costume, e não por conta da dificuldade de falar, mas porque ele não estava acostumado a sentir. Pelo menos, não daquela forma, naquela intensidade e naquelas circunstâncias.

— Ele diz que me ama.

Confessou baixo, enquanto olhava para a própria mão segurando o vinho, procurando um ponto fixo apenas para que pudesse descansar as vistas ao lembrar das vezes que ele já disse que o amava.

Mais estranho ainda era aceitar aquilo, e verdadeiramente acreditar que era amado daquela forma, naquela intensidade e naquela magnitude que Amaury lhe passava.

— E você? Também ama ele?

Perguntou Larissa, abraçando-o pelo ombro, puxando-o para perto e fazendo-o sorrir, tendo que lidar mais uma vez com as borboletas estranhas e insistentes em seu estômago, parecendo que não o deixavam em paz nunca.

Red Lights | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora