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Ainda que em cima da hora, Diego recebeu contratação para shows em dois sábados seguidos na mesma casa de show da última vez, um espaço confortável o suficiente para caber as pessoas que estavam começando a conhecê-lo e admirar ainda mais o seu trabalho.

Estranhou quando Amaury lhe retornou por mensagem dizendo que não estaria comparecendo. Não justificou, apenas disse que não iria.

Não é como se precisasse, obrigatoriamente, de uma justificativa. Mas ele sempre fazia, e também tinha comparecido prontamente nas outras apresentações que aconteceram anteriormente.

A estranheza e o sentimento de dúvida quanto a atitude do outro acompanhou Diego por algum tempo, mas preferiu deixar para lá. Entendia que Amaury era um homem ocupado e que tinha muitas obrigações, reuniões e trabalho todos os dias. Ele merecia um descanso também.

A apresentação foi magnífica, como todas as outras. A fila para conhecê-lo após a apresentação sempre era gratificante, cheia de carinho e até mesmo recebeu os primeiros presentes dos fãs. Seus amigos, acompanhando-o de lado, pareciam tão felizes quanto ele, radiantes, observando-o com todo aquele carinho e admiração que sempre faziam, afinal, sabiam que também era fruto de seus respectivos trabalhos.

Eles eram uma família, afinal.

Quando na semana Diego compareceu a Elysium, percebeu que não foi chamado para um desfile importante que teria em alguns dias. Era grande, embora não tanto quanto o que fez para Vogue. Novamente, ele entendia. Ainda tinha outros projetos pela frente, e gostava de como as coisas vinham acontecendo.

Uma vez caminhando até o escritório de Amaury, como quase sempre fazia no fim do expediente, a secretária o impediu, informando-o que o empresário estava ocupado e não poderia recebê-lo. Quando isso aconteceu também no dia seguinte, Diego franziu a testa sozinho, novamente assentindo, agradecendo e se retirando.

Apesar disso, a distância considerável entre eles nos últimos dias o atingia de maneira diferente. Ainda que fosse apenas trabalho demais do lado de lá, Amaury sempre deu um jeito de encontrá-lo pelos corredores, empurrá-lo em algum banheiro, pressioná-lo na porta, fazê-lo sentir o ar faltar.

Ou até mesmo dentro do camarim vazio, fazendo-o lembrar frequentemente daquele dia contra a penteadeira, deixando uma lembrança permanente das maquiagens quebradas, que até hoje eram pauta no ambiente.

Diego [17:15]: "n tem mais tempo pra mim nao, é?"

Amaury [18:51]: "Muito trabalho."

Diego [19:00]: "ah sim"

Amaury [19:31]: "Como estão os desfiles?"

Diego [19:37]: "ta tudo bem, varios projetos e tal vc sabe"

Diego [19:42]: "vc vai no show de sábado?"

Diego respirou fundo jogado em seu sofá enquanto, às 22h, ainda não tinha recebido uma resposta de Amaury. Sentia-se estranho. Perdeu a fome, e metade da lasanha congelada foi jogada fora antes de se deitar.

Diego [22:30]: "acredita que ele deu pra me ignorar agora?"

Bruno [22:34]: "o ricaço?"

Diego [22:35]: "aham"

Bruno [22:39]: "manda foto pelado"

Diego [22:43]: "manda vc"

Bruno [22:46]: "vc diz que ele é tao louco por vc duvido que vá resistir"

Diego [22:57]: "eu nao to nem aí"

Red Lights | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora