𝔞𝔩𝔶𝔰𝔰𝔬𝔫 𝔭𝔬𝔳'𝔰
-Rosa com sangue? que estranho - Raven comenta deitada na minha cama.
-Sim, o pior que ele disse que é coisa minha, parece que ele quer que eu saiba. - franzo as sobrancelhas olhando para a platinada.
-E você não sabe? deve ter um motivo Alysson, algo para decifrar. - ela levanta os braços deixando seus pensamentos a tomarem.
-Decifrar o que exatamente? - questiono.
-Deve ter outro motivo para ter duas rosas pretas, duas vermelhas e apenas uma branca, e eu acho que não é por causa do ponto de sangue, tem que ter outro significado - indaga.
-Alysson, você precisa pensar! - Tom entra no quarto e se senta na cama - o bilhete diz que isso é coisa sua, isso é um aviso, e as rosas são o aviso, você precisa saber a mensagem!
-Como Tom? Eu apenas gosto de rosas e escrevia sobre el... é isso! - grito me levantando e começo a andar pelo quarto - quando eu tinha dezesseis anos, eu tava deitada na minha cama numa noite chuvosa, faltou energia e-
-Pula logo pra parte importante - Tom grita revirando os olhos.
-Eu escrevi uma história chamada "as rosas da morte".
-Ai que ótimo - Raven se joga nos travesseiros.
-E como era a história? - Tom me olha atento.
-Era de uma garota, ela tava passando muito mal e os pais dela levaram ela pro hospital, a garota foi examinada e quando os médicos contaram o resultados do exame eles só sabiam chorar.
-Você criou ou foi baseado em fatos reais? - Raven pergunta.
-Não, eu a criei.
-Continua - Tom fala com cabeça baixa e braços cruzados.
-Depois que a garota viu o estado dos olhos de choro dos pais, ela se acalmou e queria saber o resultado de sua vida através de rosas. Só que... eu não lembro o significado das rosas.
-Você tem essa história guardada? - Tom pergunta e levanta ajeitando suas roupas.
-Sim, está no meu quarto lá em casa, mas com certeza o meu pai deve ter jogado minhas coisas foras ou até mesmo queimado - falo cabisbaixa mexendo nos meus dedos.
-Não, ele não queimou, está tudo intacto e intocado. - Ele pega a chave do carro no seu bolso.
-E como você sabe? - pergunto com uma sobrancelha arqueada.
-E-e, vamos logo achar isso, você vem? - gagueja e depois olha para Raven.
-É claro, não vou ficar numa casa ameaçada sozinha, e ainda mais a noite - diz óbvia.
Tom liga o carro e partimos para o caminho da minha antiga casa, eu observo as casas manchadas, os moleques que brincam sempre aqui por frente, eu tinha um inferno em casa, mas isso não tirou de mim a adoração que eu tenho pelas pessoas daqui.
-Essa aqui era sua antiga casa? - Raven olha torto e faz uma careta assim que Tom para o carro.
-É sim - suspiro fundo saindo do carro.
-Por que tem uma cortina de lençol e não uma porta? - ela fecha a porta do carro analisando inojada o lugar enlameado.
-Por que eu quebrei a porta, fazer o que - Tom tira a cortina da frente e adentramos.
Minha casa estava um caos, o fedor aqui me dava tonturas, que horror. Todos os móveis quebrados, a televisão tem um enorme furo no meio da tela; a cozinha cheia de moscas junto a baratas e ratos circulando.
-Oh meu Deus, aquilo ali era um rato comendo uma barata? - Raven gruda em meu braço apontando para um rato morto sendo devorado por baratas e formigas.
-Cala a boca, não viemos aqui para olhar o estado da casa podre da minha namorada, viemos aqui pra achar a porra daquela história estranha. - Tom sussurra resmungando.
-Namorada? isso é tão brega quando você fala - zombo e dou uma risadinha com a platinada.
Subimos com cuidado até o quarto, a escada estava quebrada, entrei no meu antigo abrigo e suspirei sentindo meu cheiro, ele aparentava estar completamente intacto, como se absolutamente ninguém tivesse encostado aqui desde que eu fui, espera, intocado não.
-Estranho, nunca deixei gaveta aberta - me aproximo do meu armário - estanho, onde está minha calcinha rendada rosa claro? - procuro minha calcinha favorita.
-A, não temos tempo para procurar calcinha Alysson - Tom fala nervoso pegando meu braço e me levantando.
-Então, onde está a história? - Raven questiona se sentando na cama perfeitamente arrumada com um lençol rosa bebê.
A platinada se levanta da minha cama desforrando um pouco e abre a gaveta do meu criado, olho para cima do meu guarda roupa notando que minha caixa ainda está lá, está lá dentro.
-Quem é esse garoto? - Raven pega um desenho que eu tinha feito a uns anos.
-Um garoto que eu achei bonito na rua, ele era atraente e um pouco desajeitado, ele me deu um olhar tão bom - pego o desenho da sua mão e começo a analisa-lo - ele tinha esses dreads loiros, e o piercing de titânio do canto da boca, ele andava com as mãos na larga calça dele, junto com uma blusa grande que passava dos seus cotovelos, o sorriso era muito lindo, quando cheguei em casa eu peguei um papel e comecei a desenhar ele.
-Você era bem bonito Tom! - Raven diz admirando o desenho.
-A Alysson é burra viu - ele debocha e ri.
-Belo desenho, você tem mais? - ele pergunta olhando o desenho.
-Apenas mais um, está lá na mansão.
-Ok gente, mas não viemos aqui pra olhar um desenho do Tom adolescente - Raven pega o desenho da mão do Tom e segura.
-Verdade, onde tá a porra da história? - Tom grita e aponto pra cima do guarda roupa, um caixa rendoda e com um belo laço rosa claro em cima.
-Ta, leia a história, não diga o que lembra, lê logo - Raven se senta e me olha atenta.
-[...] "pedi para meus pais me disserem o que iria acontecer comigo através de rosas, se trouxessem rosas brancas eu iria viver e ter paz, rosas vermelhas significam que eu sofreria, significava sangue, e preta, seria a morte."
-A rosa branca era pra Alysson lembrar o significado das rosas - Tom senta na cama pensando.
-A mancha vermelha deve ser para ela se atentar que ela vai sofrer - A platinada diz preocupada.
-E tem duas pretas e vermelhas como sinal de que eu vou sofrer e morrer.
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I Need a Gangster
AçãoUm homem com problemas de bebidas e drogas em situação deplorável, guarda em casa odiada por si, sua filha, todos os dias aguentando a violência física e psicológica do seu próprio pai enquanto trabalha pra sustentar a casa. Devendo uma quantidade a...