XV

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A recuperação de Ju estava no bom  caminho.  Apenas o braço ainda não estava completamente curado.  Já tinha retirado o gesso mas ainda precisava de andar com ele imobilizado.

As sessões de fisioterapia tinham dado um bom avanço na recuperação.

Por estes dias, Beatriz era quem levava Juliette à faculdade.  O carro dela foi para a sucata e com a indemnização que recebeu pelo acidente comprou um carro zero km.

Rodolffo queria poder fazer essa tarefa, mas os seus horários eram incompativeis.

Apesar de dormir algumas vezes com a Ju, Rodolffo precisava dar apoio a seu pai que à noite ficava sózinho.

Chegaram as férias da faculdade e Rodolffo aproveitou para pedir as suas férias também nesta época.  Queria viajar com ela e ter um tempo a sós, longe de problemas.
(que ódio da coincidência)

Aproveitou que seu pai também ia viajar para visitar uma irmã na cidade vizinha e ia ficar cerca de 3 semanas.

O pai da Ju andava numa relação já avançada com a secretária, então não seriam motivos para a nossa preocupação.

Pedi a Juliette para preparar uma mala com roupa meia estação, mais para o calor.  Ia levá-la para Bora Bora.

Situado no Oceano Pacífico,  Bora Bora é uma das ilhas da Polinésia Francesa.

Sempre ouvi falar maravilhas de Bora Bora e estou desejoso para mergulhar e ver os corais.

Juliette não sabe para onde vamos.  Quero que seja surpresa até chegar  mas eu sei que vai gostar, pois eu já a sondei disfarçadamente. Ela tinha dois destinos no topo da lista.  Bora Bora e Tailândia.

Conseguimos embarcar sem que ela percebesse o destino,  mas a esta altura, ela está tão entusiasmada com o facto de viajarmos juntos, que o destino já não tem importância.

Assim que o avião levantou voo, ela encostou-se e adormeceu.  Eu não consegui.  Aliás, eu nunca durmo em voo nenhum.

Acordei-a quando serviram o almoço.  Disse que não tinha fome, mas como insisti muito, ela comeu quase tudo.

- Falta muito para chegar?

- Pelo menos mais duas horas.  Queres dormir novamente?

- Não.  Quero chameguinho.

Por viajarem em classe executiva, tinham bastante privacidade, pelo que aproveitaram para namorar.

Quando o comandante anunciou o fim da viagem, Juliette olhou para Rodolffo e abriu os olhos.

- Bora Bora, amor?  Verdade?

- Sim.  Bora Bora.  Gostaste?

- Amei.  Obrigada,  disse retribuindo com um beijo.

- Tudo para te fazer feliz.

- Vão ser as melhores férias.

- Como sabes?

- Porque estou contigo, num local que eu queria muito.

Desembarcaram e já tinham à espera deles um transporte que os levará directamente ao hotel.

Coincidentemente o motorista era português e no final da viagem colocou-se à disposição para o que quisessem, inclusivé servir de guia turístico, pois já estava ali há bastante tempo e conhecia a ilha de uma ponta à outra.

- Entregou-lhes um cartão e despediu-se.

- Obrigado José.  Se precisarmos eu telefono.

Depois de feito o check in subiram de elevador até à suite.

Ampla, com uma vista de tirar o fôlego,  a suite parecia mais um daqueles apartamentos das celebridades.

- Rodolffo!  Não era preciso isto tudo.  Um quarto comum era o ideal.

- Para a minha princesa, só o melhor.  Há 3 anos que não tenho férias de jeito.  Também mereço, aliás, merecemos.

- Já disse hoje que te amo?

- E eu a ti, muito.

- Olha, vem ver o banheiro.  Ó imaginação danada.

- Partilha comigo esses pensamentos.

- Muito melhor vai ser realizá-los.  Jacuzzi,  hidro, e o espaço?  Dá para dançar naquele chuveiro.

- Menina perversa.

- Sou não.  Rodolffo,  agora a sério.  Sou virgem.  Tu vais ser o meu primeiro homem.

- Primeiro e único espero eu.  Eu vou saber comportar-me e ser meiguinho.

- Eu sei que vais.  Eu confio em ti.

- Vamos começar a aproveitar destes luxos? - Dito isto,  Rodolffo começou a beijá-la e a desabotoar os botões da blusa,  deixando ver os peitos cobertos por um soutien preto, rendado.

Meu lírio roxoOnde histórias criam vida. Descubra agora