Meu lírio roxo

XVI

Completamente relaxados,  os dois estavam deitados.   Juliette contornava as linhas do abdómen  de Rodolffo e este acariciava os cabelos dela.

- Fui bruto, amor?

- Não.  Pelo contrário.

- De 0 a 10 quão bom foi?

- 8

- 8 ?  Isso é péssimo.

- Doeu um bocadinho, então é 8.

- Desculpa.  Não tinha como fazer sem dor.

- Está tudo bem.

- Já está a ficar de noite.  Onde vamos? O que queres fazer?

- Vamos jantar e ficar por aí num dos bares.  Não conhecemos nada.  Perguntamos na recepção quais os melhores locais.

Juliette e Rodolffo passaram duas semanas entre praia, mergulho e baladas.

Observaram as baías de coral e andaram de Jet ski.   Rodolffo é apaixonado por Jet ski e Juliette que nunca tinha andado também ficou encantado.

- Amor, amanhã voltamos para a realidade.

- É.  Estava tão bom aqui.  Lá não podemos ver-nos sempre.

- Ju.  Vem viver comigo?

- Como assim?

- Viver comigo como minha mulher.
Eu quero estar sempre contigo.

- Não achas precipitado?  A nossa relação é tão recente.

- Tu tens dúvidas sobre mim?

- Não.   Eu amo-te e não tenho dúvidas sobre os teus sentimentos.

- Então?  Promete pensar com carinho.

- Prometo.  Precisamos ver a situação dos nossos pais.  Se vou viver contigo, o meu fica só.  Se vens tu, fica o teu.  Mas eu prometo pensar nisso.

- Vamos sair só para comprar umas lembranças.  Jantamos e voltamos cedo para o hotel, está bem?

- Sim.  Amanhã viajamos cedo.

A viagem de regresso foi igualmente tranquila.

Deixei Juliette em casa dela e segui para a minha.  O meu pai ainda não tinha regressado e Maria estava a aproveitar também uns dias de férias.

Sózinho em casa, lembrei-me da proposta que fiz à Ju.  Como era bom se ela estivesse aqui comigo.
Ainda tinha mais uma semana de férias e ela também tinha muito mais dias.

Mandei uma mensagem.

Sózinho e abandonado neste casarão😭😭😭😭

Juliette chegou a casa e encontrou o pai e a secretária de seu nome Mariana.  Cumprimentou-os e subiu para o seu quarto.

- Quando puderes desce que nós precisamos conversar.

Juliette não esperou muito tempo, deixou a mala e desceu.

- Senta aqui, filha.   Sabes que eu e a Mariana temos um carinho grande um pelo outro.  Enquanto estiveste fora eu convidei-a para morar comigo e ela aceitou.

- Pai, sabes que eu só quero a tua felicidade.  Não quero que cometas os erros do passado.  Se a Mariana te faz feliz eu só tenho que lhe agradecer.

- Menina Juliette,  eu prometo seguir lado a lado com o seu pai.  Sou divorciada há 20 anos e nunca me envolvi com outros homens.  O jeitinho do seu pai conquistou-me de imediato.  Gosto de trabalhar com ele e quero fazê-lo feliz.

- Obrigada Mariana,  mas trate-me só por Juliette ou Ju.

- Vês Mariana!  Eu disse para não te preocupares a Ju é uma filha de ouro.

- Pai, já que estamos numa conversa de revelações,  o que achas se eu fosse morar com o Rodolffo?

- Já?  Ainda ontem começaram a namorar.

- Pai, como tu.  Ainda ontem estavas sózinho.

- Filha.  Eu gosto muito do Dr. Rodolffo.  Se é o teu desejo, eu não me vou intrometer, mas podiam vir morar aqui.

- Pai, tu agora tens companhia e o pai dele não.

- É verdade.  Faz como achares melhor.  Estando tu feliz eu também ficarei.

- Obrigada pai.  Obrigada Mariana.   Bem vinda a esta casa.

- Obrigada Juliette.

Juliette subiu a correr.   Abriu o telemóvel para ligar para Rodolffo e viu a mensagem.

Tomou um duche a correr, trocou de roupa e avisou o pai.

- Vou sair.  Não venho dormir.

Antes que ele respondesse já ela tinha saído.

Pegou no carro, passou num restaurante onde comprou jantar e seguiu para casa de Rodolffo.

Felizmente o carro dele estava no estacionamento,  sinal que ele estava em casa.

Tomou à campainha e não ouviu nada.

Esperou e tocou novamente.   Logo de seguida a porta abriu-se e apareceu um Rodolffo de toalha enrolada na cintura e cabelo bagunçado.
O tronco ainda por enxugar continha pequenas gotículas de àgua.

- Uhmmm!  Foi daqui que pediram ajuda para um problema de solidão?

Rodolffo segurou a sacola que ela tinha na mão, puxou-a para dentro e fechou a porta com o pé.

Abraçou-a pela cintura, ela passou os braços à volta do pescoço e pulou no colo dele enlaçando a sua cintura com as pernas.

Iniciaram um beijo e ele arrastou-a até ao sofá, onde começou por despi-la.   A toalha que ele usava a esta hora já tinha desaparecido e ali se amaram.

- Vim ficar contigo, disse ela quando se separaram.

- Sou o homem mais feliz da terra.
Obrigado Deus pela mulher que escolheste para mim.