Bernardo ficou feliz por saber da visita de Juliette. Desde que a conheceu, sentiu logo uma empatia enorme.
Ainda não estava completamente recuperado do problema cardíaco por que tinha passado, e, constantemente era repreendido pelo filho.
Juliette chegou com o seu bolo de chocolate e cobertura de brigadeiro, passava pouco das 14 horas.
- Olá Juliette. Mesmo a hora de tomares um café comigo.
- E trouxe o bolo que nós gostamos.
- Uhmm, que bom.
Bernardo pediu à sua empregada para trazer dois cafés, dois pratos, e seguiram para a varanda.
O dia estava meio nebulado mas a temperatura era agradável.Juliette cortou uma fatia de bolo que entregou a Bernardo e logo a seguir outra para si.
O tempo passa rápido quando a companhia é boa e a conversa flui. Já eram cerca das 17 horas, ouviram alguém chegar.
- Deve ser o meu filho. Hoje não teve plantão. Foi almoçar com amigos.
- Estou aqui, filho! Na varanda.
Ouviram-se passos apressados. Ao ver o pai acompanhado, mostrou o seu descontentamento.
- Quando vais parar de trazer essas piranhas para dentro de casa. Elas só se querem aproveitar de ti. Pára de pensar na minha irmã.
Nenhuma delas pode trazê-la de volta.
Tu vês a Bella em qualquer uma. Já tiveste experiência no passado que essa gente só se quer dar bem à tua custa.- Foi essa educação que eu te dei, filho? Pede já desculpa à Juliette.
- Não peço desculpa nenhuma. Eu sei o que vai acontecer e tu tens experiência do passado. Essas aí só querem aproveitar-se da tua boa vontade.
- Desculpe Dr. Bernardo. Já vou indo. Não estou aqui para ouvir estas barbaridades de gente que nem me conhece e faz julgamentos precipitados. Essas aí não sou eu. Piranha é o raio que te parta seu mal educado.
Como pode um homem tão educado e gentil ser pai de um ser abominável? Reveja as suas falas e não julgue todos por uns.
Deixe de chupar limão logo quando acorda. Isso faz mal e como cardiologista devia saber.Juliette deu um beijo na face de Bernardo e dirigiu-se para a porta, não sem antes soltar mais uma.
- Coma duas fatias desse bolo para ver se adoça o sangue. Deve beber sempre café sem açúcar. Óh homem azedo da piúla!
Dr. Bernardo, depois conversamos. Adeus.
- Adeus Juliette. Desculpa.
Juliette saiu e Bernardo estava possessso com o filho.
- Desde quando te tornaste tão mal educado? Precisavas de insultar a moça?
- Eu sei o que isso vai dar pai. Já vi isso noutros tempos.
- Meu filho. A Juliette é diferente. Eu só quero ajudá-la com os meus conhecimentos de advocacia.
Sabes que a semana passada salvei-a de casar com um velho nojento?- E porque ia casar com ele?
- Para livrar o pai da prisão. O pai contraiu uma dívida elevada de jogo e assinou umas promissórias. Ela ia trocar a liberdade dela e a carreira para o pao não ir para a prisão. Ela estuda enfermagem, até trancou a faculdade.
- Desculpa pai. Não fui muito correcto, mas eu não quero que tu sofras. Vou ter que me desculpar com ela.
- Ela é uma guerreira, filho. Estivemos a discutir os problemas da empresa do pai. Ela quer ajudá-lo a reerguer-se. Outrora ele foi um bom cliente do banco. Vou ajudá-la no que for preciso.
- Desculpa mais uma vez. Hoje estou um pouco stressado. Mas esse bolo tem um óptimo aspecto.
- Foi ela que fez, mas não sei se mereces comer.
- Ela disse para eu comer duas fatias, pai!
Riram os dois.
- Depois dás-me o número dela para eu me desculpar, está bem?
- É bom que o faças logo.
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Meu lírio roxo
FanficQuando os erros ultrapassam o bom sendo e o castigo recai em inocentes...