BOATE KITTY | JIKOOK / TAEYOONSEOK

19 | Motivos para sorrir 🍭

🔞 AVISO, NESSE CAPÍTULO VAI HAVER +18 🔞

JIMIN.

Eu me via correndo pelos corredores brancos e assépticos do hospital, os pés batendo no chão frio e duro. Cada passo ecoava como um eco macabro da minha própria angústia. Ao me aproximar do quarto de Hoseok, o ar ficava pesado, como se o próprio ambiente soubesse do destino sombrio que nos aguardava.

Quando entrei, meu coração se apertou ao ver Hoseok deitado na cama, tão frágil e pálido que mal parecia humano. Os monitores ao seu redor emitiam sons dissonantes, um coro de alarmes que anunciava a iminência da morte. Eu corri até ele, minhas mãos tremendo enquanto segurava a dele, implorando para que ele lutasse, para que não nos deixasse.

Mas enquanto eu lutava para manter a esperança, os batimentos cardíacos de Hoseok começaram a desacelerar. Cada beep era como um golpe no meu peito, arrancando pedaços da minha alma. Eu podia ver o brilho da vida se apagando em seus olhos, substituído pelo vazio da morte iminente. E então, num momento de desespero absoluto, os monitores se calaram, e o silêncio inundou o quarto como uma onda gelada.

Foi nesse momento que Jung-seo apareceu, seu sorriso cruel. Ele ria de nós, de nossa dor e desespero, como se fosse o mestre de marionetes manipulando nossas vidas. Sua presença apenas aumentava minha raiva e desamparo, alimentando a sensação de impotência que me consumia.

Eu gritei, implorei, lutei com todas as minhas forças para salvar Hoseok, mas era como se estivéssemos presos em um pesadelo sem fim, onde a morte era a única certeza. E então, num piscar de olhos, eu acordei, com o coração batendo forte no peito e o suor cobrindo meu corpo. Levei um momento para recuperar o fôlego, para me orientar na realidade que me cercava.

E enquanto me acalmava, enquanto percebia que estava na clínica psiquiátrica mais uma vez, uma mistura de emoções me inundou. Raiva, tristeza, alívio, gratidão todas elas se misturavam dentro de mim, criando uma tempestade de sentimentos que ameaçava me consumir.

- Nunca pensei que fosse agradece por está aqui nesse lugar.

Depois de acordar assustado, sentei-me na cama, meu coração ainda martelando no peito. Respirei fundo, tentando acalmar a tempestade de emoções que ameaçava me engolir. Aos poucos, as batidas frenéticas diminuíram, substituídas por uma sensação de calma frágil, mas reconfortante.

Então, meus olhos se voltaram para o travesseiro ao meu lado, e lembrei-me da foto que sempre mantinha ali. Com mãos trêmulas, levantei o travesseiro e peguei a fotografia desgastada de minha mãe. Seu sorriso gentil e seus olhos amorosos olhavam para mim, trazendo uma sensação de familiaridade e segurança em meio ao caos que era aquele lugar.

Ao analisar os traços delicados de seu rosto, não pude deixar de notar a semelhança comigo. A forma como seus olhos se curvavam quando sorria, a inclinação do nariz, até mesmo o formato dos lábios. Tudo isso era uma reminiscência de mim. Era reconfortante sentir essa conexão com ela, mesmo que nunca tivéssemos tido a chance de nos conhecer verdadeiramente.

- Mamãe... - murmurei, um sorriso triste brincando em meus lábios. - Você é tão bonita... Como alguém como você poderia se apaixonar por alguém como Jung-seo?

A pergunta ecoou na quietude do quarto, sem resposta. Mas, mesmo assim, eu senti bem por ter pelo menos essa lembrança dela, por ter algo que me conectasse a um tempo em que a vida parecia mais simples, mais pura.

Mas junto com essa rápida sensação de a Lívio veio uma enxurrada de perguntas sem resposta, pensamentos tumultuados sobre o passado, o presente e o futuro. O que aconteceu entre minha mãe e Jung-seo? Por que ele se tornou o monstro que é hoje? E, mais importante, como poderíamos enfrentá-lo e encontrar alguma paz em meio ao caos que ele criou?