BOATE KITTY | JIKOOK / TAEYOONSEOK

20 |A sentença final 🍭

🚫 Chegando na reta final de Boate Kitty, e olha só, já somos 80 mil Visualizações! Quem diria que a gente ia chegar tão longe, né? Só sei que é graças a vocês, que isso foi possível. E olha, não vamos parar por aqui, não! Então continuem acompanhando a Boate Kitty, porque ainda tem coisa pela frente. Obrigada por fazerem parte dessa loucura maravilhosa! 🚫

JIMIN.

A enfermeira chamou meu nome. Eu me virei para encará-la, esperando o habitual olhar de desdém que ela costumava lançar sobre mim. No entanto, para minha surpresa, seus olhos pareciam menos frios hoje, quase... educados?

- Jimin, hoje é o dia do seu julgamento. - ela começou, sua expressão neutra, mas havia algo diferente em seu tom de voz, algo quase suave. - Você tem direito a um pedido.

Levantei uma sobrancelha, observando-a atentamente enquanto ela falava, tentando decifrar seu jogo. - Parece que hoje você está mais... tolerável. - Ela inclinou a cabeça ligeiramente, como se reconhecendo a observação.

- Cuidado, moleque. - ela respondeu, seus olhos faiscando com um brilho irônico, - você ainda não está livre.- Seus dedos tamborilaram impacientemente contra a prancheta que segurava. - Fala logo o que você quer.

Um sorriso travesso dançou em meus lábios enquanto eu a encarava. - Bem, já que você está tão gentil hoje. Corta meu cabelo.

A enfermeira pareceu surpresa com meu pedido inusitado, mas após um breve momento de hesitação, ela suspirou e fechou a porta, como se estivesse considerando. Eu pensei que ela havia ignorado meu pedido, mas depois de um tempo, ela voltou com uma tesoura em mãos.

- Se tentar qualquer gracinha, eu enfio essa tesoura no seu pescoço. - ela ameaçou. - Senta na cama.

Observei-a enquanto ela se aproximava com cautela, seu olhar fixo em mim como se estivesse esperando por algum truque. Eu me sentei na cama dura, de costas para ela, enquanto ela começava a cortar as mechas de cabelo rosa. Vi os fios caírem no chão, sentindo meu coração acelerar por um momento. Não era apenas um corte de cabelo era uma decisão importante para mim.

As mechas rosas representavam uma época de luxúria, de festas e baladas, uma vida onde a única preocupação era viver intensamente o momento presente. E eu tinha aproveitado cada segundo disso. Mas agora, os cabelos castanhos que começavam a emergir representavam algo diferente.

À medida que as mechas rosa caíam no chão, revelando a cor castanha na raiz, senti várias emoções conflitantes. Havia uma pontada de saudade pelo que ficava para trás, mas também uma onda de entusiasmo pelo que o futuro reservava.

- Pronto. - ela disse, afastando-se. Levantei-me e me aproximei do espelho na porta, observando meu reflexo com cautela. Meus olhos se encheram de lágrimas ao ver a transformação. - Que foi, não gostou? Eu não sou cabeleireira, sou enfermeira. - ela disse soando quase incerta.

Eu a abracei, surpreendendo-a com meu gesto repentino. - Obrigado. - Era mais do que apenas um corte de cabelo, era um símbolo de esperança e renovação.

- Eu... - Sinto um rubor aquecer minhas bochechas diante do segundo pedido, consciente de que estou pedindo um favor além do esperado. - Você poderia me arranjar papel e caneta... Eu queria escrever uma última coisa. - peço, tentando controlar uma timidez repentina que me consome.

- Olha, eu não devia fazer isso... - Ela retira uma caneta do bolso e um pedaço de papel de uma caderneta. - Se alguém te pegar, você achou no chão. - ela adverte. Assinto em agradecimento enquanto ela sai.

Me jogo na cama e começo a escrever. Cada traço da caneta no papel parece ecoar meus pensamentos tumultuados. São longos minutos dedicados a essa tarefa, enquanto tento expressar em palavras o que não consigo dizer em voz alta. Finalmente, guardo a carta debaixo do travesseiro, como se ali estivesse o último pedaço de mim.