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Aqui estava eu de volta em Shibuya após tantos anos afastada, mandei mensagem para os meus pais avisando que possivelmente eu iria visita-los na volta. Respiro fundo olhando para todos os lados e batendo finalmente na porta de madeira em minha frente, espero que Junpei esteja em casa.

— Não acredito que ele me convenceu a vim — Murmurei pensando em todas as mensagens que havia mandado para ele e que foram ignoradas.

Passos até a porta eram possíveis de serem ouvidos, latidos de cachorro do outro lado e finalmente a porta sendo aberta. Com os cabelos úmido, Junpei abre um sorriso receptivo para mim antes de afastar seu cachorro que cheirava minha perna, ele era de porte médio, mas ainda sim sinto medo.

— Não acredito que você tem medo de um cachorro salsicha — Revirou os olhos.

— O cachorro que me atacou semana passada parecia com ele, só que era menor e se tremia todo.

— Você sabe perfeitamente diferenciar as raças de cachorro pelo jeito — Deu uma risada anasalada e abriu espaço para que eu pudesse entrar.

— Porque ignorou minhas mensagens? Sabe o quanto eu precisava de você?

— Por acaso você acha que eu não te conheço? S/n, eu sabia que você estava fazendo aquilo para que eu fosse até você.

— Você... Tem um ponto.

— Sim, eu tenho um ponto — Frisou me encarando

— Sua casa é bem bonita — Observei com atenção 

— Sei disso — Pegou o cachorro no colo e o mesmo deu uma lambida no rosto dele — Então, o que você queria conversar comigo?

Me sentei no sofá lembrando de todos os pensamentos que tive durante a madrugada. Estava ficando louca... pensei que o tempo iria solucionar todos os meus problemas e me faria esquecer das coisas que me magoaram. Mas eu ainda sentia falta dele, sentia falta da sua risada e me sentia uma completa idiota por ser a única a sentir isso.

— Não precisa falar, seu rosto denuncia tudo — Junpei suspirou e sentou-se ao meu lado escondendo meu rosto na curvatura do seu pescoço — Já tentou parar de se cobrar em esquecê-lo? Você não tem essa obrigação. Foi algo verdadeiro que sentiu, não é como se fosse esquecer rapidamente, porque não vai.

— Eu preciso... Se não eu sinto que estou estagnada. Já fazem tantos anos!

— S/n, olha para mim — Tocou meus ombros e meus olhos marejados encontraram os dele — Você é incrível, está formada, está trabalhando na sua área... veja quantas barreiras você enfrentou nesse percurso. Ele não é uma barreira na sua vida, mas você está colocando como se fosse — Tombou a cabeça para trás antes de voltar a me encarar e sorrir — Eu sabia que não tinha a menor chance contra ele no passado e no presente continua a mesma coisa.

— Yoshino...

— Ele é sua exceção — Deu uma risada — Igual aquela música do Paramore que você tanto gostava de ouvir.

Acabei rindo junto com ele enquanto o mesmo limpava a lágrima solitária que estava parada na minha bochecha. Tocou minha mão com delicadeza e levou aos seus lábios, pressionou por alguns minutos e afastou.

— Já te falei para deixar de se cobrar e viver sua vida.

— O que eu faço com aquele elefante que está no meu quarto?

— Não acha que está na hora de enfrenta-lo? — Neguei com a cabeça — Tudo bem, então... que tal um parque de diversões hoje? Acho que precisa relaxar sua cabeça, tentar dar uma espairecida. 

𝙵𝚁𝙸𝙴𝙽𝙳𝚂 - 𝙸𝚃𝙰𝙳𝙾𝚁𝙸 𝚈𝚄𝙹𝙸Onde histórias criam vida. Descubra agora