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Um amor que floresceu na primavera e desde então se manteve. Essa é a descrição do relacionamento de Miwa e Kokichi, ambos apaixonados um pelo outro em segredo durante muito tempo, onde os olhares diziam mais do que palavras.

Quando o padre pediu para o noivo beijar a noiva, para todos nós que tínhamos acompanhado aquela relação se desenvolver, foi como um conto de fadas. A Cinderela colocando o sapatinho de cristal em seus pés, Aladdin mostrando a Jasmine um mundo ideal, Ariel salvando Eric de se afogar, Shang indo até Mulan após ser nomeada heroína da China... eles realmente se completavam assim como cada princesa com seu respectivo príncipe.

Agora, aqui estou eu na festa olhando o jardim que tem aos fundos do salão. Conforme havia dito, o vestido de Miwa brilhava mais do que as estrelas e Muta tinha um sorriso enorme enquanto a segurava pela cintura e juntos tiravam fotos.

Desde que cheguei aqui na festa eu não encontrei com Yuji, pelo que me disse, iria vim de carro com Choso já que o irmão não gostava de dirigir. Dei de ombro e vim na frente com as meninas. Mas já faz vinte minutos que estou aqui e eles ainda não chegaram.

Toco uma das rosas que faziam parte da decoração e fico perdida em pensamentos. O barulho da música ecoa por todo o canto, estavam tocando eletrônica, peguei um copo com bebida em que o garçom me ofereceu e permaneci no mesmo lugar.

— Linda, não é mesmo? — Yuji falou em meu ouvido apoiando seu rosto na curvatura do meu pescoço e me abraçando pela cintura — Espero que tenha gostado das que andei te enviando.

— Então era realmente você? — Me virei para ele o encarando no fundo dos olhos — Como descobriu onde eu trabalhava?

— Junpei me ajudou — Deu de ombro — Depois que andei conversando com ele, pedi desculpas por tudo que aconteceu entre nós dois.

— Isso é uma enorme evolução.

— Eu sei — Abriu um sorriso — Ele estava te procurando lá dentro do salão.

— Acho que ele pode esperar um pouquinho, já que temos assuntos a tratar.

— Temos? — Arqueou a sobrancelha e eu assenti

— Preciso ter certeza que você não irá me deixar novamente, o que fez durante esse tempo e como estão as coisas.

— Você é uma curiosa — Deu um peteleco na minha testa — Mas realmente eu te devo uma explicação.

Caminhamos até um banco um pouco afastado da música e esperei que ele tomasse a iniciativa.

— Eu estava fodido com meu tio, ele estava me pressionando o tempo todo para continuar a lutar e pagar as despesas que ele tinha com suas putas e jogos de apostas. Um verdadeiro inferno.

— E você voltou?

— Por um tempo, sim. Mas o Noritoshi me procurou junto com o Junpei e me propôs ajudar, eu não sabia se era uma boa ideia, entretanto ele insistiu e fez o Choso me convencer. — Respirou fundo bebendo um gole do seu champanhe — Eles me apresentaram um advogado chamado Higuruma e através dele tive todo um suporte para saber como agir.

— E o seu tio não desconfiou?

— Não, de início nossas conversas foram através do celular do Junpei e depois em lugares abertos através de códigos para que não suspeitassem. Enfim, foi bastante complicada a situação até o envolvimento da polícia.

— Então você o denunciou — Itadori confiou e eu levei minha mão até a boca.

— Esse advogado tinha bastante conhecidos na polícia, principalmente o capitão que estava a séculos atrás do meu tio, Satoru Gojo. Precisei seguir todas as ordens dele e agir como um infiltrado até eles prenderem quem fazia parte do esquema.

— Nossa Yuji, deve ter sido doloroso trair seu tio dessa forma... — Falei tentando compreender seus sentimentos mas logo me surpreendendo e ficando embasbacada — Espera... Satoru Gojo? O mesmo Satoru Gojo que...

— Da para acreditar? Nem eu acreditei quando o vi, de professor de física para um dos líderes da polícia. Enfim, não foi tão dolorido — Deu um sorriso de lado — No dia que invadiram o escritório do Sukuna, ele não tentou fugir, nem me ameaçou ou resistiu a prisão. Meu tio simplesmente olhou para mim e disse que independente de qualquer coisa, ele já sabia que mais cedo ou mais tarde eu escolheria um lado e não era o dele.

— Então ele estava esperando que você o traísse.

— Ou talvez já soubesse desde o início da operação, mas não quis me confrontar... Como eu disse, é impossível adivinhar o que se passa na mente dele.

Ficamos em silêncio por alguns segundos sem sabermos bem o que dizer, com certeza foi difícil para ele e eu queria ter ficado ao seu lado nesse momento. Entrelaço nossos dedos e faço um carinho leve.

— E agora? Você não pode ser acusado de cúmplice?

— Sim, posso, mas digamos que o capitão tenha conversado com o delegado Kento e ambos resolveram me supervisionar para ver se sou digno de trabalhar com eles um dia. Mandei bem como espião.

— Você irá entrar para a polícia? Meu deus, Yuji! Isso foi sempre o que você quis.

— Almejo trabalhar com investigação, mas um passo de cada vez. Megumi está nessa comigo e estamos meio que estagiando para termos nossa chance.

— Eu espero que consigam e trabalhem juntos. — Abri um enorme sorriso e o mesmo também

— Mas chega disso, eu preciso saber de uma coisa.

— Pois pergunte que eu irei respondê-lo.

Yuji se levantou arrumando seu terno e estendendo sua mão para mim.

— [Nome] [Sobrenome], você aceita ser minha acompanhante e dançar a nossa música que está tocando nesse exato momento? Sei que não podemos corrigir o passado, mas algo dentro de mim me faz querer passar uma borracha no dia do baile e reescreve-lo nesse instante.

— Yuji... — Mordo meus lábios surpresa com sua fala, por um instante ao olhar em seu rosto eu tive a sensação como se estivéssemos realmente na época do baile. Jovens e inconsequentes — É claro que eu aceito.

Aceito sua mão e o mesmo me puxa para aproximar meu corpo ao seu. Começamos a dançar lentamente a música que marcou toda a nossa história e sentindo que as coisas finalmente irão se ajeitar.

As estrelas brilhando para nós dois enquanto nos beijamos com paixão e saudade. Um amor de infância turbulento que o tempo mostrou ser inquebrável, até mesmo quando nossas esperanças estavam sendo postas a prova.

Eu amo Itadori Yuji, desde quando nossos olhares se encontraram e o coração falou primeiro que a razão. Eu o amo ao ponto de entender que realmente ele estava certo, os nossos caminhos sempre irão se cruzar independente do tempo.

— Ei, casal, a noiva irá jogar o buquê — Megumi apareceu nos fazendo separar o beijo e olharmos para ele com certas vergonha.

— Vamos?

— Vamos!

Oioi galera linda :)

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Oioi galera linda :)

O próximo capítulo será bem curtinho para encerrarmos essa história que tanto me deu orgulhinho de escrever! 

Obrigada por acompanharem, 

Beijinhos.

𝙵𝚁𝙸𝙴𝙽𝙳𝚂 - 𝙸𝚃𝙰𝙳𝙾𝚁𝙸 𝚈𝚄𝙹𝙸Onde histórias criam vida. Descubra agora