No dia seguinte fui embora da casa de Junpei e segui em direção a dos meus pais. O mesmo me deu um abraço e um beijo na testa como despedida e prometeu que numa próxima me apresentaria a tal garota.
Liguei o rádio do meu carro e comecei a cantar cada música que tocava. Estava decidido, eu iria tirar aquele elefante do meu quarto a todo custo. Precisava superar e não iria mais me pressionar a isso, pegaria a caixa, sentiria tudo que ainda sinto e jogaria fora.
Passo pela minha antiga casa, antigo colégio e pelo parquinho que sempre frequentava com ele. Dou um sorriso de lado e volto a prestar atenção na rua, não tenho o que fazer, a vida nos separou. Solto um suspiro pesado e paro meu carro, retiro as chaves desligando tudo e abro a porta. Ao fechar e conferir que estava tudo em ordem, coloco minhas mãos no bolso e caminho em direção aquele parquinho que tinha vários brinquedos enferrujados, estava abandonado.
Toco o balanço e lembro de quando éramos crianças, ele me empurrava cada vez mais alto enquanto eu ria sentindo o vento bater em meu rosto e meus fios de cabelo bagunçando. Mordo meus lábios me sentando no balanço e logo escondendo meu rosto com as mãos, que aperto no peito. Porque meu coração me pedia para parar aqui e reviver isso? É alguma forma de apagá-lo dos meus momentos? Sofrer para superar?
Fico minutos naquela posição, sem ter forças para me levantar e ir embora, ainda é de manhã e o bairro esta silencioso. Meus pés pareciam pesados, como se afundassem cada vez mais nessa grana úmida. Me impedindo de ir embora.
— Ei moça, está tudo bem? — Ouço uma voz um pouco grossa sendo dirigida para mim e por um segundo tive uma sensação como se a conhecesse. Quem se importa? Só quero que me deixe em paz, provavelmente é alguma pessoa que estudou comigo, não quero que me veja assim.
Faço um sinal de joinha e continuo na mesma posição. O silêncio indicava que possivelmente havia ido embora e com a mão em meus olhos, dei uma espiada, realmente estava sozinha novamente. Tombo a cabeça para trás e mordo meus lábios, talvez ... eu não esteja tão preparada assim. Pego meu celular receosa e disco o número de Junpei.
— S/n? Aconteceu algo?
— Posso voltar? Não me sinto preparada, minha coragem foi toda embora e...
— Não.
— Junpei, por favor, me dê só mais um dia.
— Você continuará fugindo, então não volte. O seu primeiro passo já foi dado, agora continue e me diga se foi tão assustador assim depois.
Antes que eu dissesse algo, ele desligou na minha cara. Fiquei olhando o celular por alguns segundos totalmente boquiaberta, balancei a cabeça negativamente e o coloquei no bolso. Se ele não me queria na sua casa, encontraria qualquer hotel para ficar, não voltaria hoje. Entretanto, ao entrar em meu carro, ouço meu celular tocar e novamente o nome de Junpei na tela.
— Tudo bem, venha, mas não invente de ficar em qualquer hotel.
— Mas... Como você sabia?
— Quando você quer ser teimosa, consegue — Deu uma risada — Já te conheço a anos e bem... Ainda é domingo.
Revirei os olhos e me despedi, logo estaríamos juntos novamente. Ligo o carro e vou em direção a sua casa.
*Quebra de tempo*
Deitada no sofá da sua casa assistindo um filme qualquer de princesa, Junpei fazia um cafuné nos meus fios de cabelo enquanto eu comia pipoca. Já passava das 18h e eu tinha mandado mensagem para os meus pais avisando que iria ficar mais uns dias em Shibuya. Talvez nem desse tempo de ir visitá-los...
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𝙵𝚁𝙸𝙴𝙽𝙳𝚂 - 𝙸𝚃𝙰𝙳𝙾𝚁𝙸 𝚈𝚄𝙹𝙸
Fanfiction𝘞𝘪𝘴𝘩 𝘺𝘰𝘶'𝘥 𝘭𝘦𝘵 𝘮𝘦 𝘴𝘵𝘢𝘺, 𝘐'𝘮 𝘳𝘦𝘢𝘥𝘺 𝘯𝘰𝘸 - 𝘍𝘳𝘪𝘦𝘯𝘥𝘴, 𝘊𝘩𝘢𝘴𝘦 𝘈𝘵𝘭𝘢𝘯𝘵𝘪𝘤